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Jul-Ago - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Metástase orbital como primeira manifestação clínica <strong>de</strong> hepatocarcinoma247histoquímica mostrou células positivas para hepatócitocom anticorpo Hep Par 1 (hepatocyte parafffin 1) (Figura2B) e negativas para citoqueratinas 7 e 20. Os aspectosmorfológicos e imuno-histoquímicos permitiram odiagnóstico <strong>de</strong> hepatocarcinoma. TC <strong>de</strong> abdômen reveloulesão expansiva medindo aproximadamente 6,0 x3,5 x 2,5cm localizada em segmento IV do fígado (Figura2C).Foi encaminhada para serviço <strong>de</strong> Oncologia eretornou após realização <strong>de</strong> seis sessões <strong>de</strong>quimioterapia. Evoluiu com melhora da acuida<strong>de</strong> visualem OE para 20/40, acentuada melhora da proptose,controle da PIO e resolução do e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> papila em OE.A TC <strong>de</strong> órbitas evi<strong>de</strong>nciava diminuição da massaorbitária, porém, cerca <strong>de</strong> três meses após o término daquimioterapia, voltou a apresentar aumento da massaorbital. Manteve acompanhamento oncológico eoftalmológico com sobrevida, após o diagnóstico, <strong>de</strong> umano e sete meses.Figura 1A: Proptose, distopia e restrição <strong>de</strong> elevação em olhoesquerdo; B e C : Lesão expansiva retrobulbar em órbita esquerdacom erosão óssea e extensão intracranianaDISCUSSÃOMetástases orbitais são menos frequentes quemetástases oculares, embora sua frequência venha aumentando.Esse aumento reflete sobrevida mais prolongada<strong>de</strong> pacientes com câncer (24) .Na maioria das gran<strong>de</strong>s séries oci<strong>de</strong>ntaispublicadas sobre metástase orbital nenhum caso <strong>de</strong> carcinomahepático foi relatado (2,3,25) . Até o momento, encontramosvinte e um casos <strong>de</strong> metástase orbital secundáriaa carcinoma hepático com comprovaçãohistopatológica (Quadro 1) (4-23) . Entretanto, em revisãosobre metástases orbitárias, relatada no Japão <strong>de</strong> 1903 a1998, foi observado que dos cento e vinte e oito casos ossítios primários mais frequentes foram pulmão, mama efígado (26) .Em algumas regiões da África e da Ásia existemuma elevada incidência <strong>de</strong> carcinoma hepático, estandoeste entre os principais tipos <strong>de</strong> câncer e causa <strong>de</strong> morteno Japão (20,26) . Dentre os fatores relacionados ao gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> tumor nessas áreas está apré-disposição genética associada à prevalência, relativamentealta <strong>de</strong> cirrose alcoólica, hepatites crônicas B eC e exposição à aflatoxinas (5) .Nossa paciente apresentava sorologia negativapara hepatites B e C. No que diz respeito à doença hepática,a paciente tinha diagnóstico <strong>de</strong> hipertensão portalesquistossomótica. Apesar <strong>de</strong> já ter sido citada a associaçãoentre esquistossomose mansônica ehepatocarcinoma (27) , não existe a<strong>de</strong>quada evidência doFigura 2A: Aspecto histológico; B: Imunohistoquímica positivocom Hep Par1. C: Lesão expansiva localizada em fígado (setabranca)potencial carcinogênico <strong>de</strong>sta doença em humanos (28,29) .Os pacientes com metástase orbital secundária ahepatocarcinoma apresentam como manifestações típicasdor, proptose e perda visual (4,26) . A maioria dos casosrelatados é <strong>de</strong> pessoas idosas, com ida<strong>de</strong> entre a sétima eoitava década <strong>de</strong> vida (Quadro 1). A localização maiscomum da lesão na órbita é o quadrante superior externoe a <strong>de</strong>struição óssea é comum (5) . Nos relatos <strong>de</strong> caso eséries <strong>de</strong>scritas não houve predomínio quanto alateralida<strong>de</strong>, mas a lesão foi unilateral em todos os casos.Com semelhança ao caso por nós em relato, algunscasos publicados apresentaram a metástase orbital comoRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (4): 245-9

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