Ensino <strong>de</strong> oftalmologia na graduação médica. Estudo comparativo <strong>de</strong> aprendizado na oftalmoscopia direta...235do oftalmoscópio convencional. Após o auxílio com osprofessores e monitores, houve uma maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>aprendizado com o panoptic. Demonstrando que no iníciodo treinamento, os alunos tiveram uma dificulda<strong>de</strong>maior com o panoptic.Para os alunos com aprendizado mais difícil, opanoptic ofereceu maior dificulda<strong>de</strong> nesse período.Após oito semanas <strong>de</strong> aprendizado, é visível omaior treinamento dos alunos quase não necessitandomais <strong>de</strong> auxílio <strong>de</strong> monitores . Notório, também, é apreferência dos acadêmicos pelo oftalmoscópio <strong>de</strong> campoamplo (panoptic), havendo muitos dos alunosmanifestado interesse em adquiri-lo.Após a 8ª semana, com maior treinamento, os alunostiveram maior facilida<strong>de</strong> na realização daoftalmoscopia direta com o panoptic, mesmo aquelesque tenham necessitado <strong>de</strong> um maior auxílio dosmonitores e professores. Para aqueles com maior dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> aprendizado houve uma inversão em relaçãoa 1ª semana, com maior dificulda<strong>de</strong> no uso dooftalmoscópio convencional.Estatística com teste Kruskal Walis (p = 0,032),consi<strong>de</strong>rando-se significativo ao se comparar as duastabelas, com expressivo favorecimento aos argumentosacima expostos .Na observação exclusiva <strong>de</strong> lesões específicas,os índices das morbida<strong>de</strong>s escolhidas para uma maioranálise crítica entre os dois oftalmoscópios pesquisados,na alta miopia e retinose pigmentosa; não houve asexpressivida<strong>de</strong>s esperadas, sendo os percentuais distribuídosmais regularmente <strong>de</strong>ntre as variáveis: fácil,mo<strong>de</strong>rada e difícil.DISCUSSÃOConforme relatado no trabalho <strong>de</strong> Mc Comiskieet al. (4) , a vantagem da observação com um campo amploao oftalmoscópio é uma prerrogativa valiosa, sugerindoaté mesmo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação <strong>de</strong>características <strong>de</strong> topografia da papila óptica nasemiologia glaucomatosa sem dilatação pupilar. Corroborou-seesta hipótese, ao se manifestar a maior preferênciados acadêmicos na observação do fundo <strong>de</strong>olho com o oftalmoscópio panoptic, confirmado com asignificância do teste estatístico .A curva <strong>de</strong> aprendizado também foi <strong>de</strong>cisiva, aose revelarem os dados tabulares entre a 1ª semana ea 8ª semana (Tabelas 1 e 2), somente sendo aindapouco caracterizada nas morbida<strong>de</strong>s escolhidas parauma análise crítica da dificulda<strong>de</strong> entre os doisoftalmoscópios: alta miopia e retinose pigmentosa. Amaior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a uma manipulaçãomais intricada do panoptic po<strong>de</strong> explicar estadissonância, como no relato <strong>de</strong> maior exigência <strong>de</strong>experiência prática com este tipo <strong>de</strong> oftalmoscópioem Gill et al (5) , na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sua técnica <strong>de</strong>“screening” para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> retinopatia diabética.As lesões mais periféricas precisaram <strong>de</strong> maiorauxílio dos monitores e professores que as mais centraise foram mais bem examinadas com o panoptic,após a 8ª semana.A divulgação <strong>de</strong> artigos envolvendo pesquisaclínica com os alunos <strong>de</strong> medicina ainda teve omérito <strong>de</strong> incentivo à pesquisa científica na graduaçãomédica, prática muito profícua <strong>de</strong>ntre a formaçãodos acadêmicos (6,7) .A lembrança <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> instrumento comoferramenta <strong>de</strong> trabalho e ensino se torna uma importantepeça <strong>de</strong> arsenal propedêutico ressaltando asvantagens da oftalmoscopia direta <strong>de</strong> campo amplo.Novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> propedêutica são voga<strong>de</strong> uma tendência <strong>de</strong> condições didáticas mais estimulantespara ensino <strong>de</strong> oftalmologia (2,8-9) .CONCLUSÃOO oftalmoscópio <strong>de</strong> campo amplo (panoptic) necessita<strong>de</strong> um tempo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> uso um poucomaior em relação ao convencional (efeito aprendizado),porém após este período facilita o entendimento daoftalmoscopia direta por melhorar a observação das estruturasfundoscópicas.ABSTRACTPurpose: Comparison of the skill to teach the directophthalmoscopy class supported by fellows of medicalgraduation course using two examination methods:conventional ophthalmoscope and wi<strong>de</strong> fieldophthalmoscope (panoptic). Methods: Assessment of thecompetence to learn using a survey after eye fundusexamination with conventional ophthalmoscope andwi<strong>de</strong> field ophthalmoscope (panoptic). The groupsearched was composed of 60 stu<strong>de</strong>nts of universitymedical graduation course. The survey was appliedduring the first and eighth week of ophthalmogical classof medical graduation. The evaluation of competence tolearning was token in as needing to help teachers toexamination the eye fundus during the class, and thecompetence to manipulate the ophthalmoscopes. Tablesand statical test (Kruskal Wallis) was performed to<strong>de</strong>monstrate the results analysis. Results: In the firstRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (4): 231-6
236Damasceno EF, Damasceno NAP, Costa Filho AAweek of ophthalmological class, only 1.60% of thestu<strong>de</strong>nts chose the panoptic ophthalmoscope, while thesame score of 10.35% chosen with the conventionalophthalmoscope. In the eighth week of ophthalmologicalclass the competence score with the panopticophthalmoscope raised to 43.33%, while conventionalophthalmoscope score stayed at 17% . The statisticalanalysis of Kruskal Wallis test revealed a positivesignificance (p< 0,05). Conclusion: The panoptic wi<strong>de</strong>field ophthalmoscope nee<strong>de</strong>d a longer time to learn howto manipulate and observe the eye fundus, although afterthis time, the panoptic showed more competence andimproved the eye fundus examination.Keywords: Ophthalmoscopy/methods; Diagnostictechniques, ophtalmological; Education, medical;QuestionnairesREFERÊNCIAS1. Marcon<strong>de</strong>s AM, Nastari ER, Macchiaverini Filho N.Avaliação discente <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> oftalmologia. Rev BrasEduc Med. 2002, 26(3):171-4 .2. Costa JG. Curso <strong>de</strong> graduação, perspectivas do ensino daoftalmologia. Med HUPE-UERJ. 1983; 2(1):27-31.3. Ginguerra MA, Ungaro AB, Villela FF, Kara-José AC,Kara-José N. Aspectos do ensino <strong>de</strong> graduação emoftalmologia . Arq Bras Oftalmol. 1998, 61(5):546-50 .4. McComiskie JE, Greer RM, Gole GA. Panoptic versus conventionalophthalmoscope. Clin Experiment Ophthalmol;2004, 32(3): 238-42.5. Gill JM, Cole DM, Lebowitz HM, Diamond JJ. Accuracy ofscreening for diabetic retinopathy by family physicians. AnnFam Med; 2004, 2(3): 218-20.6. Kara José AC, Passos LB, Kara José FC, Kara José N.Ensino extracurricular em <strong>Oftalmologia</strong>: grupos <strong>de</strong> estudos/ ligas <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> graduação . Rev Bras Educ Méd. 2007,31(2):166-72 .7. Martins LD, Pandolfo A, Araujo TE, Silveira VM, Darli WS,Taglietti ZR, et al. Informatizaçäo das aulas práticas <strong>de</strong>oftalmologia: um novo capítulo em didática. Rev BrasOftalmol. 1999, 58(10):749-52.8. Lippa LM. Medical stu<strong>de</strong>nt education. Ophthalmology.2006, 113(5): 890-1.9. Quillen DA, Harper RA; Haik BG . Medical stu<strong>de</strong>nt educationin ophthalmology: crisis and opportunity. Ophthalmology.2005, 112(11): 1867-8.En<strong>de</strong>reço para correspondência:Eduardo F. DamascenoRua Janga<strong>de</strong>iros nº 40, apto 601 – IpanemaCEP 22420-010 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJe-mail: e_damasceno@yahoo.comRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (4): 231-6
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