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Jul-Ago - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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224Passos AF, Kiefer K, Amador RCINTRODUÇÃOAtrabeculectomia tem sido útil para o tratamento<strong>de</strong> glaucomas avançados, em que são necessáriosníveis mais baixos <strong>de</strong> pressão intraocular(PIO), mesmo em pacientes mais jovens. No entanto, temos inconvenientes e riscos relacionados com a bolha <strong>de</strong>filtração (1-3) , riscos esses que aumentam com tempo <strong>de</strong>vida do paciente.Por sua vez, a trabeculotomia é uma técnica emque a integrida<strong>de</strong> do globo ocular é mais preservada,não implicando em maiores riscos <strong>de</strong> complicações pósoperatórias.Essa cirurgia, bem estabelecida como relativamenteeficaz e segura, com resultados duradourosno tratamento do glaucoma primário infantil (4-14) , nãotem tido consi<strong>de</strong>rável importância no tratamento doglaucoma do adulto, em nosso meio.Por outro lado, revendo a literatura mundial, observa-seque a trabeculotomia, tanto isolada quanto associadaà facoemulsificação, não é tão pouco utilizadacomo possa parecer, no tratamento do glaucoma do adulto(6-7,15-30) . No entanto, nesses casos, parece resultar emmenor redução da PIO, em relação ao que ocorre com atrabeculectomia (6-7,15-17,19-20,23-24) .Com relação à associação trabeculotomiatrabeculectomia(tro-trec), vários são os relatos <strong>de</strong> suaexitosa utilização em casos <strong>de</strong> glaucoma congênito einfantil (4-5,7,9,31) . No entanto, foram encontradas apenasduas publicações da utilização <strong>de</strong>ssa cirurgia combinadano adulto. Uma <strong>de</strong>las consistiu na associação datrabeculotomia com a técnica convencional datrabeculectomia (20) , tendo sido a outra associada com umatécnica não penetrante (32) .No presente trabalho se propôs avaliar os resultadosobtidos com a técnica combinada tro-trec, para tratamentodo glaucoma em pacientes <strong>de</strong> 12 a 50 anos. Aanálise foi restrita a essa faixa etária, consi<strong>de</strong>rando ofato <strong>de</strong> os resultados <strong>de</strong>ssa técnica combinada já estarembem <strong>de</strong>finidos nos glaucomas infantis primários etambém <strong>de</strong> já existirem trabalhos mostrando que os resultadosda trabeculotomia não são tão bons nos pacientesmais idosos (6,8,33) . A indicação da técnica combinadafoi reforçada pelo fato <strong>de</strong> vários pacientes residirem emoutros municípios, e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que sua PIO fossecontrolada com o menor número <strong>de</strong> procedimentos possível,o que foi consi<strong>de</strong>rado mais viável com a associação<strong>de</strong> dois procedimentos. Esse entendimento baseouseno fato <strong>de</strong> que, na faixa etária em questão, existiriamboas chances <strong>de</strong> se obter o controle da PIO em algunscasos, exclusivamente pela ação da trabeculotomia, emcaso <strong>de</strong> falência da trabeculectomia (6,25,33-34) . Por outrolado, caso a PIO não estivesse controlada, po<strong>de</strong>ria sertentada a recuperação da fístula da trabeculectomia, pelosimples procedimento do agulhamento, com boaschances <strong>de</strong> sucesso (35) .MÉTODOSForam analisados prospectivamente 19 olhos <strong>de</strong>13 pacientes, tratados com tro-trec, no período <strong>de</strong> 01/05/2006 a 15/09/2008. Foram incluídos pacientes na faixaetária <strong>de</strong> 12 a 50 anos, com glaucoma bilateral, primário.O critério <strong>de</strong> sucesso utilizado foi a obtenção daPIO alvo, sem ou com uso <strong>de</strong> medicação hipotensoratópica. Para os olhos com glaucoma muito avançado foiconsi<strong>de</strong>rada PIO alvo <strong>de</strong> 6,5 mmHg a 12 mmHg, já paraaqueles com glaucoma <strong>de</strong> dano mo<strong>de</strong>rado foi consi<strong>de</strong>radaPIO alvo <strong>de</strong> até 16mmHg (36) .Foi utilizado o teste “t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt”, para a avaliaçãoda significância estatística da redução da PIO e donúmero <strong>de</strong> colírios utilizados.Técnica operatória e pós-operatório (po)Todas as cirurgias foram realizadas pelo mesmocirurgião, com anestesia peribulbar com Ropivacaína,exceto nos dois olhos <strong>de</strong> um paciente <strong>de</strong> 12 anos, em quefoi utilizada anestesia geral com Sevorane.Inicialmente foi confeccionado um retalhoconjuntival base fórnix, súpero-nasal, seguido <strong>de</strong> retalhoescleral <strong>de</strong> meia espessura, <strong>de</strong> 2,5 x 3,5mm; paracenteseda câmara anterior; localização e sondagem do canal <strong>de</strong>Schlemm, rompendo-se o trabeculado para ambos os ladosdo óstio <strong>de</strong> entrada, na medida do possível com todaextensão da sonda do trabeculótomo; realização datrabeculectomia propriamente dita, pela retirada <strong>de</strong>fragmento córneo-escleral, a partir do orifício <strong>de</strong> penetraçãono Schlemm, abrangendo a área do trabeculado;iri<strong>de</strong>ctomia; sutura do retalho escleral com mononylon 10.0;sutura do retalho conjuntival com o mesmo fio; injeção <strong>de</strong>dois miligramas <strong>de</strong> <strong>de</strong>xametasona, subconjuntival.Em 15 dos 19 olhos analisados, foi utilizadamitomicina a 0,5%, por dois minutos, seguida <strong>de</strong> lavagemcom 20 mililitros <strong>de</strong> solução salina balanceada.Após a cirurgia, os pacientes foram avaliados noprimeiro, quinto, 12º 30°, 60º e 90°dia PO e, <strong>de</strong>pois, a cadatrês meses. De início, foi prescrito colírio <strong>de</strong> antibiótico ecorticói<strong>de</strong>, por uma semana, passando-se, em seguida,para o uso do corticói<strong>de</strong> isolado. O esterói<strong>de</strong> foi prescritoinicialmente, seis vezes ao dia, com redução gradativae suspensão em cerca <strong>de</strong> oito semanas.Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (4): 223-30

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