Arte e Cultura - Instituto Votorantim
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PARA SABER MAIS SOBRE<br />
ASSOCIAÇÃO RODRIGO MENDES<br />
REGIÃO DE ATUAÇÃO GRANDE SÃO PAULO<br />
PROPOSTA Possibilitar que o indivíduo desfrute dos benefícios de conviver com a arte, comprometida<br />
em garantir o acesso de pessoas portadoras de deficiência e/ou de baixa renda a seus programas<br />
JOVENS ATENDIDOS 101<br />
APOIO TILIBRA, D PASCHOAL E BAUDUCCO<br />
CONTATO Rua Tenente Aviador Mota Lima, 85 – Vila Caxingui – São Paulo (SP) – CEP 05517-030 –<br />
Tels.: 011/3726-4468 e 3726-8418 – e-mail: arm@arm.org.br<br />
VIDA DE REPÓRTER<br />
“A pauta ficou martelando na minha cabeça.<br />
Eu tinha algumas idéias esparsas e muitas<br />
dúvidas. O que é arte? Qual a diferença entre<br />
pichação e grafite? Minhas referências só<br />
aumentavam as contradições. Meus amigos<br />
grafiteiros, há vinte e muitos anos, justificavam<br />
suas ações: bem-nascidos, estavam levando a<br />
arte das galerias para as ruas. E a pichação,<br />
naquele finzinho dos anos 70, não era nem<br />
queria ser arte. Eram do tipo “abaixo a<br />
ditadura”, salvo uma ou outra poesia independente.<br />
O que eu não sabia é que, naquela época,<br />
já começava a pulsar nas periferias um<br />
movimento artístico-cultural que viria a<br />
utilizar o piche e o grafite de novas maneiras.<br />
Demarcar território e gritar “eu existo” são<br />
algumas delas. O caminho natural foi percorrido:<br />
ir da periferia ao centro, para ganhar o<br />
máximo de visibilidade – às vezes, com o<br />
máximo de ilegibilidade, invertendo o jogo da<br />
exclusão. Os incluídos não participam da<br />
leitura significativa dessa escrita. Portanto,<br />
para essa reportagem, era preciso ir atrás dos<br />
grafiteiros e pichadores de hoje. Fui a um<br />
encontro deles me sentindo um ET. Mas não<br />
tive dificuldade para estabelecer contato –<br />
adoram falar do que fazem. Todos se apresentam<br />
como grafiteiros e só depois de alguma<br />
conversa é que assumem que também fazem<br />
pichações. Quando perguntei o porquê, a<br />
resposta foi: ‘Porque pichador vai preso,<br />
grafiteiro não.’ Mas os protagonistas das<br />
intervenções visuais urbanas não oferecem<br />
explicações claras sobre as diferenças entre<br />
pichação e grafite. Talvez não precisem, mesmo.<br />
O negócio deles é ‘se expressar’ – de forma torta<br />
ou consciente, como agressão ou transgressão.”<br />
BEATRIZ ASSUMPÇÃO<br />
IARA BIDERMAN, 44 ANOS,<br />
é jornalista há 22 anos<br />
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