o sujeito da frase “A ARTE NOS TORNA RESPONSÁVEIS” O ator Leandro Firmino da Hora diz que não é a obrigação mas o desejo de fazer que aumenta nosso compromisso AE
por_Cristiane Ballerini foto_Deise Lane Lima O artista, que estreou no papel do traficante Zé Pequeno, no filme “Cidade de Deus”, diz que a arte mudou o roteiro de sua vida e pode transformar muitas outras histórias Ele cresceu na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e até os 15 anos não saía de casa desacompanhado. Seus pais tinham tanto medo da proximidade com o tráfico de drogas que nem brincar na rua era permitido a ele e seus três irmãos.”Por isso, até hoje não sei soltar pipa”, lamenta Leandro Firmino da Hora. Ironicamente, foi na pele de um violento traficante que o rapaz tímido, de fala mansa, se tornou ator, e de sucesso. O papel de Zé Pequeno, no filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles (2001), foi parar nas mãos de Leandro aos 20 anos, depois de um teste que só fez por insistência de um amigo: “Eu pensava em seguir a carreira militar. Queria um emprego seguro, mas descobri na arte um caminho de realização”. O êxito mundial do filme – quatro indicações ao Oscar – projetou o garoto, que não parou mais. Atuou em curtas e no longa “Cafundó”, de Paulo Betti e Clóvis Bueno, e co-dirigiu o filme “Um Crime Quase Prefeito”. Na tevê, participou de “Cidade dos Homens” e “Carga Pesada”, e no teatro atuou em “Woyzeck”. PARA SABER MAIS SOBRE O ator também é vice-presidente da Nós do Cinema, organização que atende a 60 jovens, criada a partir da oficina de atores de “Cidade de Deus” e cujo nome se inspira no Nós do Morro, um pioneiro grupo de teatro do morro do Vidigal. “Infelizmente, a moçada está desacreditada de si, da vida. Nos cursos de cinema, eles escrevem roteiros, representam, colocam suas idéias na tela. Isso tem um poder e tanto para elevar a auto-estima”, diz Leandro, que continua circulando de ônibus pelo Rio e se mantém fiel às origens: “Só quem vive em comunidade sabe do que estou falando. A vida é dura, existe a pobreza, a violência, mas as pessoas se ajudam o tempo todo. Tem sempre um clima de festa e solidariedade no ar”. A seguir, o ator fala de sua trajetória. Onda Jovem: Como você se tornou ator? Leandro: Se eu disser que sonhava em estar na tela do cinema desde criança, é mentira. Nunca planejei seguir esse caminho. Prestei serviço militar e fiquei um ano no Exército. Quando saí, me arrependi. Pensava que devia entrar para a Aeronáutica e seguir carreira. Acho que ainda não tinha despertado de verdade para uma profissão. Queria mesmo era ter um emprego, estabilidade. NÓS DO CINEMA ÁREA DE ATUAÇÃO COMUNIDADES POBRES DO RIO DE JANEIRO NAS OFICINAS PERMANENTES DE CINEMA. VÁRIAS CIDADES DO PAÍS E EXTERIOR NOS PROJETOS QUE ENVOLVEM EXIBIÇÃO DE FILMES E DEBATES PROPOSTA Possibilitar novas perspectivas profissionais e pessoais a jovens de baixa renda por meio do cinema e outras expressões audiovisuais JOVENS ATENDIDOS cerca de 60 jovens por ano, nas oficinas permanentes APOIO FURNAS, LUMIÈRE, GRUPO LUNDI, FIRJAN, KLABIN, MIRAMAX FILMES, DILER & ASSOCIADOS, O2 FILMES, GLOBO FILMES, URCA FILMES, VIDEOFILMES, TV ZERO, CDI CONTATO Rua Voluntários da Pátria, 53/2º andar – 20000-000 – Rio de Janeiro (RJ) – tel.: 21/2226-0668 – www.nosdocinema.org.br 53
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