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Arte e Cultura - Instituto Votorantim

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PESQUISAS CIENTÍFICAS INDICAM QUE O CÉREBRO DO JOVEM<br />

TEM CARACTERÍSTICAS QUE O LEVAM A SER MAIS CRIATIVO, MAS<br />

O ESTÍMULO EXTERNO É ESSENCIAL PARA DESENVOLVÊ-LO<br />

por_Karina Yamamoto<br />

ilustração_Gustavo Rates<br />

É um enigma que acompanha a neurociência desde<br />

seus primórdios, por volta do século 18. De onde surgem<br />

as idéias? A criatividade é um dom? Poucas são<br />

as certezas, mas, aos poucos, alguma luz começa a<br />

surgir no fim do túnel. Uma das lâmpadas que se acenderam<br />

clareia a base biológica dessa característica<br />

humana: num estudo recente, surgiram alguns esboços<br />

de como funciona o cérebro de pessoas inovadoras.<br />

Associadas a outras pesquisas sobre o comportamento<br />

cerebral e sobre a importância dos fatores externos<br />

no desenvolvimento humano, essas informações<br />

vão traçando um caminho que permite afirmar<br />

que a juventude tem, sim, uma relação direta com a<br />

criatividade e é, portanto, uma época da vida em que o<br />

tema merece toda atenção.<br />

A psicóloga americana Shelly Carson e seus colegas<br />

Jordan Peterson e Kathleen Smith descobriram que<br />

pessoas criativas tendem a apresentar índices mais<br />

altos de dopamina - um neurotransmissor geralmente<br />

associado à sensação de prazer. Algumas evidências<br />

indicam que essa substância, ao atuar na região entre<br />

os hemisférios cerebrais (mesolímbica), estimularia a<br />

percepção, deixando a pessoa mais sensível ao novo e<br />

a novas formas de ver o mundo. Em outras palavras,<br />

quer dizer que uma quantidade mais generosa de in-<br />

formação fica acessível no nível da<br />

consciência. Dotados de mais material,<br />

esses indivíduos encontram mais<br />

e novas soluções para os problemas<br />

que se apresentam.<br />

Por outro lado, já se sabe também<br />

que o cérebro humano se organiza<br />

para descartar as informações<br />

irrelevantes – e não para guardar<br />

aquelas que nos são caras e importantes.<br />

Essa característica se chama<br />

inibição latente. Ela nos impede de<br />

desperdiçar nossa capacidade de<br />

atenção com o que não é útil. Por isso<br />

o ser humano tende a categorizar<br />

todas as informações que absorve.<br />

Uma vez que classificamos certo estímulo<br />

– de qualquer natureza – como<br />

não-importante para a nossa sobrevivência,<br />

ele deixa de chamar nossa<br />

atenção. É um efeito que se prolonga:<br />

é mais difícil voltar a prestar atenção<br />

naquele mesmo dado numa outra<br />

ocasião. “Nós poderíamos nos tornar<br />

confusos se tivéssemos de gas-<br />

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