Arte e Cultura - Instituto Votorantim
Arte e Cultura - Instituto Votorantim
Arte e Cultura - Instituto Votorantim
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A TRAJETÓRIA<br />
DO PROJETO<br />
ARTE NA<br />
ESCOLA INDICA<br />
QUE HÁ UMA<br />
NOVA<br />
MENTALIDADE<br />
NO ENSINO DE<br />
ARTE NO PAÍS<br />
Avesso<br />
Quase uma década depois de se tornar obrigatório no país, o ensino de arte ainda<br />
não chegou à metade das escolas. A obrigatoriedade foi uma conquista garantida<br />
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de dezembro de 1996. Mas, na<br />
prática, isto ainda não acontece plenamente. “A estimativa do próprio Ministério da<br />
Educação é de que 50% das escolas estejam sem o curso regular de arte por falta de<br />
professores”, diz Evelyn Iochpe. Para reverter esse quadro, o MEC precisa formar<br />
novos docentes - por meio de consórcios com as universidades e de cursos à distância -<br />
até 2007. A meta, entretanto, não deverá se cumprir nesse espaço de tempo. “Não há<br />
vagas suficientes nas universidades e nem formas de custeio que dêem conta de todos<br />
os professores leigos que precisam ser capacitados,” avalia Evelyn.<br />
riam mais acesso ao conhecimento sobre história da arte e concordavam que era preciso<br />
partir da obra de arte para realizar o seu trabalho educacional em sala de aula.<br />
Capacitar esses professores, numa aliança com as universidades públicas, tornou-se um<br />
desafio. O projeto <strong>Arte</strong> na Escola surgiu, então, como o articulador de uma rede de educação<br />
continuada entre as universidades – o lugar certo para produzir o repertório cultural necessário<br />
para que novas metodologias de ensino, como a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa<br />
(ver, contextualizar e fazer arte), fossem aplicadas, principalmente nas artes visuais.<br />
O passo seguinte foi a criação e a avaliação de materiais didáticos que falassem a língua<br />
do professor: milhares de vídeos, kits educacionais com reprodução de obras pertencentes<br />
aos museus brasileiros, CDs, DVDs e outros materiais de apoio à visitação de museus, salões<br />
e bienais foram desenvolvidos. “Tudo para iluminar a construção da obra de arte”, explica<br />
Evelyn, para quem somente a imagem de segunda mão na sala de aula não basta: “É preciso<br />
o contato com a arte dos museus e galerias, no seu original”.<br />
DESCOBERTAS E SURPRESAS<br />
Hoje, os números da Rede <strong>Arte</strong> na Escola são expressivos: mais de 4 milhões de alunos da<br />
rede pública, do ensino infantil, fundamental e médio, são atendidos por 20 mil professores,<br />
capacitados pelos 55 pólos universitários. Entre eles, o jovem Richard Maus, bolsista do Pólo<br />
da Universidade Federal do Paraná. Violonista, 22 anos, estudante de música na Universidade,<br />
que atua no projeto “Quarteto de Cordas: uma experiência educativa”, em que músicos<br />
entram na sala de aula para ministrar conteúdos peculiares aos instrumentos de corda e<br />
arco. “É a minha descoberta da música como disciplina didática”, resume Richard, que nunca<br />
teve aula de música na escola.<br />
Para quem ainda tem dúvidas sobre a importância desse aprendizado, o resultado de um<br />
longo trabalho de 20 anos, realizado pelo sociólogo da educação Aaron Benavot em 63 países,<br />
mostrou, para surpresa dos próprios pesquisadores, que é o bom ensino das artes e das<br />
ciências que resulta na obtenção de índices econômicos maiores para os países em desenvolvimento<br />
– e não o ensino da matemática e da língua, como se buscava comprovar. Mas a<br />
fundadora do <strong>Arte</strong> na Escola não se surpreendeu. “Nós já sabíamos que o ensino da arte<br />
melhora a cognição de forma geral e que não se trata de perfumaria para ricos, como muitas<br />
vezes foi tratado”.<br />
PARA SABER MAIS SOBRE<br />
INSTITUTO ARTE NA ESCOLA<br />
ÁREA DE ATUAÇÃO 24 ESTADOS E DISTRITO FEDERAL<br />
PROPOSTA Incentivar e qualificar o ensino da arte do Brasil<br />
JOVENS ATENDIDOS O instituto atende a 20 mil professores, cuja ação atinge 4 milhões de alunos das redes<br />
públicas, do infantil ao ensino médio<br />
AGENTES E EDUCADORES ENVOLVIDOS 230, entre professores, bolsistas, estagiários e voluntários universitários<br />
que atuam nos 55 Pólos da Rede <strong>Arte</strong> na Escola<br />
PATROCÍNIO FUNDAÇÃO IOCHPE, BNDES, BR PETROBRAS E BANCO BRADESCO, POR MEIO DA LEI DE INCENTIVO À<br />
CULTURA DO MINISTÉRIO DA CULTURA<br />
CONTATO Alameda Tietê, 618, Casa 3 – Cerqueira César - São Paulo (SP) – Tel. 11/3060-8388 –<br />
www.artenaescola.org.br<br />
79