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Ed. 109 - NewsLab

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apresentarão esta patologia em algummomento da vida (4, 41). Entretanto,neste estudo foi demonstrado um índicede 3% para esta patologia. Estedado está em desacordo com Ferrazzae colaboradores (37), que demonstraramfrequência de 23,8% e 24,7% emestudos realizados em Jaraguá do Sul eMaringá, respectivamente. Galle e Mendes-Gianinni(38) relataram prevalênciade 27,6% em 250 amostras analisadas.Já Andrioli e colaboradores (39) apresentaramíndices ainda maiores, 47,9%e 21,8% em pacientes sintomáticas eassintomáticas, respectivamente.Vários autores consideram que osresultados discrepantes estão associadosaos fatores epidemiológicos,incluindo variação geográfica (39, 42).Ao correlacionarmos as amostraspositivas com a idade, a faixa etáriaentre 36 a 45 anos apresentou trêscasos positivos. Andrioli e colaboradores(39) evidenciaram uma maior frequênciade casos entre 14 a 46 anos.Entre as vulvovaginites, a candidíase éapontada como a causa mais frequenteem mulheres na idade fértil (40).Alguns trabalhos ressaltam o usode anticoncepcionais como um importantefator de risco para CVV, podendocontribuir o principal na idade fértil(30). Acredita-se que o estrógenoreduz a habilidade que as células doepitélio vaginal têm para inibir a infecçãopor Candida spp (43).A sintomatologia de infecçõesvaginais por Candida spp não é patognomônica(40) e os critérios paradiagnóstico são subjetivos (36). Algunsprofissionais adotam a presençade um sinal e um sintoma para diagnóstico,outros acatam a presença dedois ou mais sinais e sintomas, taiscomo corrimento branco flocoso ouleitoso, associado à presença de outrasmanifestações clínicas relatadas(prurido, dispareunia, ardor e disúria)(7). Os sintomas se intensificam noperíodo pré-menstrual, quando a acidezvaginal aumenta (30).Estudos apontam que 20 a 25%das mulheres adultas apresentamcolonização assintomática (3). Dane colaboradores (43) observaramuma incidência de 35,5% para asmulheres sintomáticas e 15% paraas assintomáticas.Das pacientes sintomáticas, o pruridofoi a queixa presente em todas(6, 7). A queixa de prurido tem sidoreferida como a mais importante nasportadoras de CVV (18, 43).Neste e s t u d o e n c o n t r o u - s e22,22% de pacientes assintomáticas.Este índice pode ser variável e influenciávelpor diversos fatores. Ferrazzae colaboradores (37) realizaramestudo em diferentes municípios daregião sul, demonstrando variaçõesentre frequência de pacientes sintomáticase assintomáticas, seguindo omesmo protocolo.Simões (32) sugere que na ausênciade sintomas e na presença deexame ginecológico normal, a pacientenão deve receber tratamentopara CVV, pois 30% das mulheressaudáveis apresentam Candida sp namicrobiota vaginal. Além disso, o diagnósticoclínico através da presença deprurido, corrimento vaginal e eritema,geralmente não é específico para CVV.Este mesmo autor afirma que umsimples achado de Candida spp numexame de rotina, como o Papanicolaou,não significa presença de CVV.Grande parte das mulheres diagnosticadascomo CVV tem seus sintomasdevido a outras causas que não a candidíase(32). Por isso, um diagnóstico corretoé a maior garantia de um sucessoterapêutico. Desta maneira, é essencialque o diagnóstico seja feito através decultura de secreção vaginal e diminua onúmero de terapias empíricas.Ferrazza e colaboradores (37)não encontraram cepas de Candidaspp, isoladas da secreção vaginal,resistentes ao fluconazol e anfotericinaB. Entretanto, 52,8% das cepasapresentaram suscetibilidade dependenteda dose (S-DD) à nistatina. Otratamento da CVV normalmente éempírico, porém as recidivas refletema ineficácia deste.Vários antifúngicos são empregadosno tratamento de CVV e as drogas azólicasse constituem no tratamento deeleição desta doença (40). Entretanto,a nistatina é um antifúngico utilizadoem formulações tópicas, de baixo custoe disponível no serviço público. Nesteestudo foi a única medicação prescritapara as pacientes com CVV. Ferrazza ecolaboradores (37) relataram a baixaexpectativa terapêutica com nistatinaobservada pelas pacientes analisadasnos últimos anos, que pode estar correlacionadaao desenvolvimento de resistênciapela utilizada indiscriminadadeste antifúngico.Pode-se concluir neste estudoque a baixa incidência de CVV podeestar relacionada com divergênciasentre anamnese e diagnóstico, muitasvezes pela carência de diagnósticoslaboratoriais confiáveis para determinarema etiologia da doença. É deextrema necessidade que seja realizadacultura para o diagnóstico deCVV e associados testes de antifungigramapara determinar o tratamentoadequado. Entretanto, a realidadedo Sistema Único de Saúde contribuipara diagnósticos errôneos e tratamentosinadequados, comprometendoo prognóstico do paciente e com odesenvolvimento de resistência.Correspondências para:Camila Fontes Marsoncamilamt22@hotmail.com94<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012

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