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Ed. 109 - NewsLab

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Resultados e DiscussãoNo presente estudo, foram avaliados237 resultados de pacientes atendidasno Instituto de Patologia ClínicaDr. Jorge Furtado de Uberaba-MG, de1º de janeiro de 2005 a 16 de junhode 2009, que realizaram a pesquisado Estreptococo do grupo B (EGB).Após compilação dos resultados,obteve-se a faixa etária das gestantes,que variou entre 17 e 44 anos, commédia de idade de 29,8 anos.Destas 237 gestantes, 220 realizarama dupla coleta (anorretal e vaginal)conforme recomendações do Centersfor Disease Control and Prevention(CDC, 2004). As demais 17 pacientesrealizaram a pesquisa apenas no sítiovaginal, resultando na positividade deapenas duas amostras (11,8%).A coleta dupla anorretal e vaginalé importante, pois aumenta consideravelmentea taxa de prevalênciada colonização pelo EGB, até duasvezes mais que a coleta de apenasum dos sítios, de tal forma que acoleta de apenas um sítio tornaria oprotocolo de profilaxia menos eficazna redução da incidência de infecçãoneonatal (3, 5). Estudo realizado porAlves (1) demonstrou que se deixariade detectar 56,5% de gestantes se acoleta fosse apenas anorretal e cercade 20% se fosse utilizado apenasamostra vaginal.Das 237 amostras estudadas, foramisolados EGB em 57 pacientes,resultando em 24% da população.Quanto ao sítio de isolamento, obtiveram-seos seguintes resultados:24 amostras (42,1%) somente sítiovaginal, 10 (17,5%) somente sítioanal e 23 (40,4%) isolados em ambosos sítios de coleta, como demonstradona Tabela 1 e na Figura 1.Estudos realizados na UniversidadeEstadual de Londrina revelaram umataxa de colonização de 14,9% (3). NoCentro de Atenção Integral à Saúdeda Mulher (CAISM) da UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp),em situações de rotura prematurade membranas e trabalho de partoprematuro, 27,6% (26). No HospitalUniversitário Regional do Nortedo Paraná, 15% (25) e no HospitalUniversitário de Jundiaí, 14,6% (1).Estes estudos demonstram a grandevariação dessas taxas na dependênciada região em estudo.A positividade para o presente estudofoi de 24,0%, como ilustrado naFigura 2, aproximando-se dos dadosobtidos por Nomura (26).Considerando-se que cerca de 50a 75% dos recém-nascidos expostosao EGB intravaginal tornam-se colonizadose que 1 a 2% de todos osrecém-nascidos de mães portadorasirão desenvolver doença invasiva deinício precoce (29), é de extremaimportância que mães colonizadassejam diagnosticadas em tempo hábil,visto que a positividade encontradano presente estudo demonstrou umnúmero elevado de gestantes portadorasdo EGB. Observou-se tambémo aumento progressivo no número depedidos médicos para o diagnósticopré-natal de EGB a partir de 2008,como demonstrado na Figura 3, devidoàs recomendações do CDC e aosestudos realizados no Brasil, destinadosa demonstrar a importância destediagnóstico para a saúde materna edo recém-nascido, bem como para asaúde pública brasileira.Considerações FinaisO Estreptococo do grupo B estáassociado à infecção materna puerperal,sendo de grande preocupaçãoa sepse neonatal precoce, observadacom menor frequência, porém commaior mortalidade entre prematuros.A colonização ocorre em metade dosrecém-nascidos de mães portadoras,mas apenas 2% terão os quadros infecciososneonatais. Se a prevalênciade colonização materna nacional forde 20% em média, devemos ter umaincidência de dois casos para cada1.000 nascidos vivos na ausência deintervenções profiláticas.No Brasil ainda não existe a vigi-lância de casos de sepse neonatal nemdados populacionais que permitamconfirmar esta incidência.O uso de antibiótico no trabalhode parto (penicilina intravenosa) é aintervenção profilática recomendada,porém para que não haja uso indiscriminadode antibióticos é necessárioo exame microbiológico para seleçãode mães portadoras de EGB, vistoque apenas dois em cada 1.000 partosde gestantes colonizadas podemter recém-nascidos acometidos pelasepse neonatal precoce.A primeira estratégia proposta eadotada internacionalmente foi o usode fatores de risco como parto prematuro,temperatura superior a 38°Cdurante trabalho de parto, ruptura demembranas por mais de 18 horas ouantecedente de feto anterior acometidopor EGB e infecção urinária porEBG na gestação (3).O debate sobre o uso de culturapré-natal tardia em substituição aosfatores de risco é intenso. A mudançade conduta nos EUA seguiu as recomendaçõesdo Centers for DiseaseControl and Prevention (CDC). Em1996, propunham-se as duas estratégias,fatores de risco no trabalhode parto ou triagem pré-natal, paraorientar a profilaxia intraparto. Napublicação de 2002, decidiu-se pelaexclusão da primeira estratégia, vistoque metade dos casos de sepse precoceocorria sem fatores de risco e quese conseguia uma melhor adesão àprofilaxia pelos profissionais quandoo resultado da cultura era disponível.Outras razões para uso da triagemincluíram o argumento de reduzir ouso de antibiótico desnecessário emmulheres não colonizadas, facilitar arecomendação e a definição de indicadorespara avaliação da implementaçãoda estratégia.No Brasil, o projeto Diretrizes daAssociação Médica Brasileira sugererealização de cultura no terceiro trimestrese houver fatores de risco, propostadiferente das que constam naliteratura internacional. A prefeitura140<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012

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