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Ed. 109 - NewsLab

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IntroduçãoOCâncer é uma doença crônico-degenerativaconsideradaum problema de saúde públicatanto em países desenvolvidosquanto em desenvolvimento (1, 2,3). As estimativas mais recentes doInstituto Nacional do Câncer (INCA) eOrganização Mundial da Saúde (OMS)no ano de 2008 revelaram que existiriam12 milhões de novos casos decâncer e 7 milhões de óbitos. Sabendodo crescimento da população e seuposterior envelhecimento, pode-seprever um aumento dos números decasos da doença, principalmente empaíses em desenvolvimento. A IARC/OMS estimou que, em 2008, metadedos casos novos e cerca de dois terçosdos óbitos por câncer ocorreriamnessas localidades (2, 3).No Brasil estima-se que, para oano de 2010/2011, ocorrerão 489.270novos casos de câncer. Os tipos maisincidentes serão os cânceres de próstatae de pulmão no sexo masculinoe os cânceres de mama e do colo doútero no sexo feminino (à exceção docâncer de pele do tipo não melanomapara ambos os sexos) (1).O câncer de colo de útero é, portanto,o segundo tipo mais comumda doença em mulheres, sendo maisevidente na faixa etária de 20- 29anos com risco aumentado na faixade 45-49 anos. Em âmbito estaduala estimativa de novos casos para oano 2010 em Santa Catarina chegaa 610 em outras regiões, com umataxa bruta de 19,4%, enquanto quena capital Florianópolis, o índiceprevisto chega a 40 casos, com taxabruta de 17,97% (incidência por100.000 habitantes) (1).Sabe-se que o vírus do HPVestá intimamente ligado ao câncercervical. Estudos recentes comprovamque este vírus está presenteem 90% dos casos e que 50 a 80%das mulheres sexualmente ativasserão infectadas por HPV em algummomento de suas vidas. Embora amaioria destas infecções seja transitória,combatidas espontaneamentepelo sistema imune, a infecção peloHPV é muito comum (4).O papilomavírus humano (HPV) éuma doença infecciosa, de transmissãofrequentemente sexual, tambémconhecida como condiloma acuminado,verruga genital ou crista de galo(5). Revela-se que cerca 35% dasmulheres sexualmente ativas sejamportadoras do vírus, sendo que apenas1% destas irá desenvolver câncercervical, porém mesmo assim, sãodiagnosticados 500.000 casos novospor ano no mundo (4).A maior parte dos casos decâncer de colo de útero é causadapelos 15 tipos oncogênicos do HPV.Destes, os tipos mais comuns sãoHPV16 e o HPV18. Dentre os fatoresque contribuem para a etiologiadesta neoplasia (literalmente, novocrescimento celular) estão o tabagismo,baixa ingesta de vitaminas,multiplicidade de parceiros sexuais,iniciação sexual precoce e uso decontraceptivos orais (6).A alta incidência e os casos demorte por câncer cervical no Brasiljustificam a implementação de açõesnacionais voltadas para a prevençãoe o controle do câncer.Em 1998, houve a introdução doSistema de Informações de Controledo Câncer do Colo do Útero (SIS-COLO). Este Sistema destinou-seao armazenamento de dados sobreidentificação da mulher, informaçõesdemográficas e epidemiológicas,possibilitando que as coordenaçõesdos programas municipais e estaduaisacompanhem as mulheres comresultados dos exames alterados,perfazendo assim uma fonte potencialde informação em pesquisas (7).Os programas de rastreamentodo câncer de colo uterino utilizamo exame citopatológico, por ser ummétodo simples, barato e seguro,tendo como principal objetivo aidentificação de lesões pré-malignase malignas. Este exame, que foicriado por Papanicolaou (por estarazão é o nome popular do exame)consiste na observação ao microscópiodo material coletado do colouterino. Analisando as células quefazem parte desta mucosa, pode-sedefinir padrões de alterações celularescompatíveis com anormalidadese correlacioná-las com infecçãopelo HPV (8).O teste de Papanicolaou convencionalconstitui-se na principal estratégiautilizada em programas voltadospara o controle do câncer do colo doútero no mundo (8).Juntamente com o teste, Papanicolaoucriou uma nomenclatura queprocurava expressar se as célulasobservadas no esfregaço cervicalobtinham padrões de normalidadeou não, atribuindo-lhes uma classificação.Mais tarde foi necessárioestabelecer uma nomenclatura queobjetivaria padronizar este exameem todo o mundo. Então o SistemaBethesda, depois de uma séria demodificações, foi criado e as lesõesforam classificadas da seguinte forma:ASCUS - células escamosas atípicasde significado indeterminado; AGUS- células glandulares atípicas de significadoindeterminado; LSIL - lesãoescamosa intraepitelial de baixo grau;e HSIL - lesão escamosa intraepitelialde alto grau (9).São consideradas “lesões de baixograu” aquelas correlacionadas comHPV = NIC I e as chamadas “lesões110<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012

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