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Ed. 109 - NewsLab

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Resistência aos antimicrobianosAs populações bacterianas estãosujeitas a processos complexos dediversificação que envolvem a mutaçãoe a transferência horizontalde DNA mediada por transformação,transdução ou conjugação. Estudorealizado por Brochet e colaboradoresem 2008 (6), demonstrou que grandessegmentos de DNA de até 334 kb docromossomo do S. agalactiae podemser transferidos através da conjugaçãode múltiplos sítios de iniciação. Destaforma, a análise dos polimorfismosde nucleotídeos entre os oito isoladosdemonstrou que cada cromossomo éum grande mosaico de fragmentoscromossômicos de antepassados diferentes,sugerindo que as trocas deDNA têm contribuído para a dinâmicado genoma na população natural.O genoma do S. agalactiae revelasubstanciais semelhanças com osagentes patogênicos humanos comoo Streptococcus pyogenes e Streptococcuspneumoniae, porém diferedos outros estreptococos em váriasvias metabólicas relacionadas comsistemas de transporte de membrana,que provavelmente dizem respeitoà adaptação a diferentes nichos emseus hospedeiros humanos e animais.Muitos genes estão associados comelementos móveis, incluindo bacteriofagia,transposições e inserções desequências, podendo adquirir traçosde virulência de outras espécies e permitindoa adaptação ambiental (38).Estudo realizado pelo InstitutoPasteur no ano de 1976 mostrou aincipiente existência de dois plasmídeosque determinavam a resistência àtetraciclina (RIP500) e ao cloranfenicole eritromicina (RIP501), isolados apartir de uma cepa de Streptococcusagalactiae (14). Em 2001, Murdoch eReller (23) indicaram que a eritromicinae clindamicina não são mais alternativasconfiáveis para o tratamentoe prevenção de infecções estreptocócicasdo grupo B após estudaremisolados de 192 pacientes com doençainvasiva. Foram estudadas três cepasde Streptococcus agalactiae altamenteresistente às fluoroquinolonas, noJapão. Em comparação com cepassensíveis, estas quinolona-resistentestinham mutações de ponto duplo naresistência às quinolonas, regiõesdeterminadas gyrA e parC.Análise comparativa da sequênciarevelou a possibilidade de transferênciade genes entre S. agalactiae eoutro estreptococo beta-hemolítico:Streptococcus difficile (18).Em 2009, Murayama e colaboradores(22) revelaram a existência de 45cepas resistentes à levofloxacina aoestudarem isolados de 189 pacientescom infecções invasivas. As cepas foramanalisadas por tipo capsular atravésde Reação em Cadeia da Polimerase(PCR). Foram descritas no Brasil189 cepas de Streptococcus agalactiaeresistentes a antibióticos isoladas debovinos (38 isolados) e humanos (151isolados). Todas as amostras foramresistentes à tetraciclina (TET) e 16(8,5%) também foram resistentes àeritromicina, correspondendo a 23,7%do TET-resistentes isolados de bovinose 4,6% do TET-resistentes isolados dehumanos (10).As taxas de resistência à eritromicinae clindamicina entre cepas deStreptococcus agalactiae isoladas noHospital Clínico San Carlos, na Espanha,aumentaram de 4,2 e 0,8% em1993 para 17,4 e 12,1%, respectivamenteem 2001, a resistência àeritromicina foi devido principalmenteà presença da methylase Erm (B),enquanto o fenótipo M foi detectadoem 3,8% das cepas. A telitromicina foimuito ativa contra cepas resistentes àeritromicina, independentemente dosseus mecanismos de resistência aosmacrolídeos (4).Produção de vacinasDesenvolver vacinas eficazes contradoenças infecciosas que possuemrelevância global é um desafio paraa saúde pública. Vacinas contra ossorotipos de EGB que são predominantesnos Estados Unidos e Europanão são plenamente eficazes contraos sorotipos comuns em outras partesdo mundo. Novas tecnologias eabordagens inovadoras estão sendousadas para identificar antígenos quesuperem a especificidade e que poderiamconstituir a base de uma vacinaeficaz globalmente (16).Para a maioria das bactérias patogênicas,a vacina ideal seria provavelmenteincluir uma proteína desuperfície única, que evoca imunidadee é expressa por todos os isoladosclínicos. Todo antígeno de superfícieque é alvo para a imunidade protetoranatural em infecções pode apresentarvariação antigênica, necessitando odesenvolvimento de vacinas polivalentes.Como anticorpos protetoressão transferidos via transplacentária,uma vacina destinada a protegercontra doença neonatal pode seradministrada a mulheres grávidas ouadolescentes (21).A produção de vacinas para EGBtem incidido sobre duas linhas depesquisa: a cápsula de polissacarídeo,um importante fator de virulência e asproteínas de superfície (34).Em 2002, um estudo realizado porHughes e colaboradores revelou êxitona utilização de técnica proteômicapara identificar antígenos vacinais.Proteínas de superfície foram separadaspor eletroforese bidimensionale identificadas através de sequenciamentode peptídeos e de metodologiasde genética reversa. Seis destas proteínas,previamente identificados emEGB, foram sequenciadas e clonadas:carbamoiltransferase, ornitina, fosfogliceratoquinase, nonphosphorylatinggliceraldeído-3-fosfato desidrogenase,purina nucleosídeo fosforilase, enolase,e glicose-6-fosfato isomerase.Estas proteínas purificadas foramutilizadas para produzir soros, sendoeficaz em modelos animais.O polissacarídeo capsular do EGBé um importante fator de virulência,mas é uma variável imunogênica emseres humanos. Em 1992, estudo realizadopor Paoletti e colaboradores136<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012

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