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Ed. 109 - NewsLab

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IntroduçãoApalavra anemia vem do grego,an = privação, haima =sangue (1), sendo definidapela Organização Mundial da Saúde(OMS) como a situação na qual o conteúdode hemoglobina está abaixo dosvalores considerados normais para aidade, o sexo, o estado fisiológico e aaltitude em relação ao nível do mar,sem considerar a causa da deficiência,constituindo prejuízos funcionais aoorganismo (2-4).A carência de ferro chega a serresponsável por 90% das anemias,acreditando-se que acometa 1/3 dapopulação mundial, o que significa quemais de dois bilhões de pessoas nomundo apresentam tal patologia (5).A OMS estima que 47,4% das criançasmenores de cinco anos tenham anemiaem todo o mundo, com uma variaçãode 3,4% na América do Norte a 64,6%na África. Estas estimativas são de39,5% para a América Latina e Caribenha(6). Nas crianças e adolescentesde cinco a 14 anos de idade, o índicede anêmicos corresponde a 5,9% nospaíses industrializados e 48,1% nospaíses não-industrializados (7).Entre os determinantes da anemiaferropriva estão certos parasitas intestinais.Através da redução da ingestãoalimentar e indução de prejuízos provocadosà digestão e absorção, essesorganismos apresentam a capacidadede reduzir o ferro ingerido na dietaem até 20%, tendo a deficiência circulantedesse micronutriente comoconsequência orgânica imediata a serobservada (8-12).No ano 2000, cerca de 3,5 bilhõesde pessoas apresentavam alguma espéciede parasita intestinal, sendo ascrianças predominantemente acometidas(13). Considerando-se os paísesmais pobres do mundo, as prevalênciaspara ascaridíase, tricuríase e ancilostomíasesão estimadas em 26%,17% e 15%, respectivamente (14).Por normalmente apresentaremhábitos higiênicos mais precários,ausência de imunidade a infecçõese reinfecções e da dependência decuidados alheios, a situação se agravade forma drástica na populaçãoinfantil, onde o parasitismo intestinaltorna-se mais relevante, inclusive pelapossibilidade de comprometimento doaprendizado (15-20).Portanto, diante de uma anemiaque não responde ao tratamentoclínico de rotina, torna-se relevantea investigação da ocorrência concomitantede parasitas intestinais, umavez que os mesmos podem ser responsáveisou agravantes do quadroanêmico (21, 22).Tendo em vista tais considerações,realizou-se o presente estudo com oobjetivo de determinar a prevalênciade anemia ferropriva e parasitosesintestinais em crianças de três a dezanos, avaliando a possível correlaçãoentre tais patologias. Além disso, variáveissocioeconômicas e possíveiscomportamentos de risco tambémforam analisados.Materiais e MétodosTrata-se de um estudo do tipo observacionaltransversal que envolveu116 crianças matriculadas em umacreche e uma escola, ambas pertencentesà rede pública de ensino, localizadasem área carente do municípiode Guaíba, a qual situa-se na regiãoleste do estado do Rio Grande do Sul.A amostragem foi não aleatória, formadapor crianças com idades entretrês e dez anos que frequentam taisinstituições. A coleta de amostras defezes e sangue capilar foi realizadano período de abril a junho de 2009.Após o contato inicial com as diretorasdas instituições, procedeu-secom o envio de carta explicativa aosresponsáveis pelas crianças, convidando-ospara uma reunião onde osobjetivos e viabilidade do projeto foramdiscutidos. Os responsáveis que desejaramparticipar assinaram o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido eresponderam, a seguir, ao questionáriopadronizado, que objetivou a coletade dados sobre hábitos de higiene dafamília (comportamentos de risco),renda e escolaridade dos responsáveis.Para tornar viável esta pesquisa,foram estabelecidas normas de rotinaslaboratoriais e de procedimentosrealizados em campo, com o intuito deobter amostras satisfatórias e êxito narealização das análises, onde todas asregras de biossegurança foram rigidamenteseguidas. Desta forma, o presenteprojeto foi analisado e aprovadopelo Comitê de Ética em Pesquisa doHospital Regina, localizado na cidadede Novo Hamburgo, RS (17 de abrilde 2009).Os níveis de hemoglobina foramavaliados através da leitura direta emhemoglobinômetro digital portátil damarca HemoCue ® , que a converte emazidometahemoglobina em uma cuvetaquimicamente preparada, medidafotometricamente a um comprimentode onda de 570 nm, sendo o resultadoobtido em 15 a 60 segundos, atravésda leitura do hemoglobinômetro eexpresso em g/dL (23).Utilizou-se amostra de sanguecapilar da polpa digital, cuja coletafoi realizada nas próprias instituições,logo após a fricção do local da punçãoe anti-sepsia com algodão embebidoem álcool etílico a 70%. A primeiragota de sangue foi desprezada, utilizando-sea segunda gota para realizara leitura no fotômetro.A definição de anemia infantil,através da dosagem de hemoglobina,fundamentou-se nos limítrofes recomendadospela OMS: Hb

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