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Ed. 109 - NewsLab

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al. (10) resultou em 78% de infecçãopor A. baumannii multirresistente commortalidade de 53,4% e Levin et al.(11) obtiveram uma mortalidade de80% nos casos de infecção por A.baumannii multirresistente duranteum surto em um hospital brasileiro, noqual somente pacientes com infecçãourinária sobreviveram.Resistência bacterianaO A. baumannii está implicadocada vez mais em infecções hospitalaresadquiridas, afetando principalmentepacientes em UTI debilitados,nos quais as infecções estão associadascom altas taxas de mortalidade.Este organismo apresenta uma habilidadeespetacular de desenvolverresistência antimicrobiana a múltiplosantibióticos, como β-lactâmicos,aminoglicosídeos e fluoroquinolonase apresenta altas proporções deresistência-cruzada a estas drogas(12). As práticas na UTI contribuempara o desenvolvimento de resistênciaantimicrobiana em virtude da amplautilização de antibióticos de espectroampliado por paciente (7).Certas características desses organismosestão relacionadas com avirulência das cepas envolvidas nasinfecções, como por exemplo: a presençade cápsula polissacarídea; aadesão às células do epitélio humano;a produção de enzimas que danificamos lipídeos do tecido e o potencialtóxico, através dos componentes lipopolissacarídeosda parede da célula ea presença de lipídeo A. A produçãode endotoxinas é provavelmente responsávelpelos sintomas da doençaobservados durante a septicemia porAcinetobacter spp (4).Vários mecanismos de resistênciabacteriana são reconhecidos nestasbactérias e uma terapia combinadageralmente é necessária para umtratamento efetivo das infecções porAcinetobacter spp.. Essas dificuldadesterapêuticas em conjunto como fato de essas bactérias terem umacapacidade de sobrevivência longa noambiente hospitalar correspondem aum aumento nas oportunidades detransmissão entre os pacientes, atravésde reservatórios humanos ou demateriais inanimados (4, 8).Quatro processos contribuem parao acúmulo de resistência: primeiro,espécies com resistência inerentesão privilegiados; segundo, mutantesresistentes selecionados a partir deisolados suscetíveis; terceiro, disseminaçãoda transferência de genesde resistência através de isoladosbacterianos, carreados por plasmídeos,transposons e íntegrons; e, porúltimo, alguns isolados resistentesalcançam espectro epidêmico atravésdos pacientes, hospitais e países (13).O aumento da frequência de infecçõeshospitalares associadas aespécies de Acinetobacter e o rápidodesenvolvimento de resistência destesorganismos, vêm representando umgrave problema de saúde pública. O A.baumannii tem múltiplos mecanismosde resistência aos antimicrobianos, eprincipalmente os relacionados aoscarbapenêmicos precisam ser amplamenteconhecidos, para que assim,apoiado pelo conhecimento da epidemiologialocal das infecções, sejaestabelecido o controle deste microorganismoque tem se propagado demodo endêmico (14).Até o início dos anos de 1970, infecçõeshospitalares por Acinetobacterspp. eram tratadas com sucesso comgentamicina, minociclina, ácido nalidíxico,ampicilina ou carbenicilina, tantocomo monoterapia ou como terapiacombinada, mas o aumento das taxasde resistência começou a ser notificadoentre 1971 e 1974. Desde 1975, oaumento das cepas resistentes a antigosantibióticos tem sido notificadoe muitas cepas são resistentes aosníveis clínicos da maioria dos antibióticosutilizados, como aminopenicilinas,ureidopenicilinas, cefalosporinas debaixo e amplo espectro, cefamicinas,aminoglicosídeos, cloranfenicol e tetraciclinas.Para alguns antibióticosrelativamente novos, como cefalosporinasde amplo-espectro (cefotaxima,cefoxitina), imipenem, tobramicina,amicacina e fluoroquinolonas, os isoladosde A. baumannii permanecemrelativamente sensíveis, mas a MICsdesses antibióticos têm aumentadona última década. Imipenem já foiativo contra 100% dos isolados deAcinetobacter spp, e alguns relatosindicavam que imipenem e polimixinaseram as únicas drogas ativas contrao Acinetobacter spp. Infelizmente, asúltimas análises de surtos hospitalaresindicam isolados resistentes aoimipenem, que leva a uma preocupaçãoparticular quanto ao tratamentodessas infecções (4).Durante a última década, o tratamentodessas infecções tem se tornadocrítico, em função do surgimentode cepas multirresistentes associadasà contaminação de equipamentoshospitalares ou contaminação cruzadapelas mãos colonizadas da equipe assistencial.A emergência da resistênciaaos carbapenêmicos tem limitado asopções terapêuticas para o tratamentodessas infecções a ampicilina-sulbactame polimixinas.Além disso, alguns estudos têmmostrado que a concentração inibitóriamínima da colistina para os isolados deAcinetobacter sp resistentes aos carbapenêmicostem-se elevado, o que representauma situação crítica já que aspolimixinas representam a última opçãoterapêutica para o tratamento dessas162<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012

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