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Vinicius de Moraes Embaixador do Brasil - Funag

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RICARDO CRAVO ALBINO Cônsul <strong>Vinicius</strong> foi ao Congresso com <strong>do</strong>is outros colegas <strong>de</strong> Ministério,o Secretário Jayme <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> Rodrigues e o Cônsul Lauro Escorel Rodrigues<strong>de</strong> <strong>Moraes</strong>. Os três tiveram o topete <strong>de</strong> assinar um manifesto em que, comofuncionários <strong>de</strong> carreira, pediam a volta <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> direito e <strong>de</strong>sancavam opróprio governo a que serviam. O <strong>do</strong>cumento, amplamente publica<strong>do</strong> pelaimprensa carioca e paulista, provocou fúria em alguns chefetes <strong>do</strong>s trêsdiplomatas, que só não foram <strong>de</strong>miti<strong>do</strong>s porque isso po<strong>de</strong>ria enfraquecerainda mais o governo, já cambaleante. Insta<strong>do</strong> por escrito pelo chefe <strong>do</strong>Departamento <strong>de</strong> Pessoal, Ministro José Roberto <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> Soares, aconfirmar suas <strong>de</strong>clarações, respon<strong>de</strong>u em seco memoran<strong>do</strong> data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1945: “Em resposta ao memorandum pelo qual pe<strong>de</strong>-me VossaExcelência informar se a inclusão <strong>do</strong> meu nome entre os signatários <strong>do</strong>Manifesto da Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Escritores é autêntica, tenho a honra<strong>de</strong> levar ao seu conhecimento que ela é autêntica. Respeitosamente. <strong>Vinicius</strong><strong>de</strong> <strong>Moraes</strong>, Diplomata, Classe J.”O <strong>Brasil</strong> efervescia em 1945, enquanto a guerra acabava. Vargas caía eto<strong>do</strong>s queriam passar o velho mun<strong>do</strong> a limpo. <strong>Vinicius</strong> também efervescia, oumelhor, resplan<strong>de</strong>cia na construção <strong>de</strong> novos poemas e na sofreguidão davida boêmio-intelectual exercida em horas intermináveis nos bares Amarelinho,Vermelhinho e Vilarinho. Era o tempo da entrega aos amigos, on<strong>de</strong> eleamadurecia e se tornava mais sábio no confronto das i<strong>de</strong>ias, regadas peloconvívio ameno e pela bebida abundante. Paralelamente ao circuito <strong>do</strong>s baresem “inho” <strong>do</strong> centro da cida<strong>de</strong> (Amarelinho, Vermelhinho e Vilarinho) e à<strong>do</strong>ação aos amigos, <strong>Vinicius</strong> começa a marcar presença no jornalismo,tornan<strong>do</strong>-se cronista e esgrimin<strong>do</strong> sua velha paixão, a crítica <strong>de</strong> cinema.Em 1946, é <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> para seu primeiro posto no exterior, Los Angeles,não sem razão capital mundial <strong>do</strong> cinema, sua permanente sedução. Ali, <strong>Vinicius</strong>permaneceria entre 16 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1946 a 5 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1950, ocasiãoem que foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> Cônsul <strong>de</strong> 2ª classe, por antiguida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> tersi<strong>do</strong> sempre avalia<strong>do</strong> com notas máximas por seu colega Sérgio Corrêa daCosta, intelectual como ele e que era o seu chefe imediato. Aliás, amboschegaram a ser tão amigos, que fizeram juntos um roteiro cinematográfico –hoje infelizmente perdi<strong>do</strong> – a que intitularam “Boul<strong>de</strong>r Dam”, uma citação àgran<strong>de</strong> represa americana.Logo que <strong>de</strong>sembarca na Califórnia, <strong>Vinicius</strong> procura Orson Welles, aquem conhecera nas noites boêmias <strong>do</strong> Rio, especialmente no Cassino daUrca. O cineasta havia passa<strong>do</strong> alguns meses no <strong>Brasil</strong>, tentan<strong>do</strong> filmar o42

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