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Vinicius de Moraes Embaixador do Brasil - Funag

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ARTIGO NO JORNAL O GLOBOCentro <strong>do</strong> Rio, que teve uma ala batizada com o nome <strong>do</strong> poeta. Apesar dasboas intenções, a proposta ainda não conseguiu vencer a burocracia <strong>do</strong>governo fe<strong>de</strong>ral.Uma minuta <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto, a ser assinada pelo presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lulada Silva, está engavetada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agosto passa<strong>do</strong> no Ministério <strong>do</strong>Planejamento. De lá, o <strong>do</strong>cumento ainda terá que passar pela Casa Civilantes <strong>de</strong> chegar ao presi<strong>de</strong>nte.O <strong>do</strong>cumento já tem a assinatura <strong>do</strong> ministro das Relações Exteriores ,Celso Amorim. O texto vai direto ao ponto : “ É promovi<strong>do</strong> post-mortem aministro <strong>de</strong> primeira classe da carreira <strong>de</strong> diplomata o primeiro-secretárioMarcus <strong>Vinicius</strong> da Cruz <strong>de</strong> Mello <strong>Moraes</strong>, mundialmente conheci<strong>do</strong> como<strong>Vinicius</strong> <strong>de</strong> <strong>Moraes</strong>”.No Itamaraty, um <strong>do</strong>s principais <strong>de</strong>fensores da homenagem é o embaixa<strong>do</strong>rJeronimo Moscar<strong>do</strong>, presi<strong>de</strong>nte da Fundação Alexandre <strong>de</strong> Gusmão. Ele<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a medida com um argumento singelo: o Barão <strong>do</strong> Rio Branco, patronoda diplomacia brasileira, teria apronta<strong>do</strong> muito mais que o poeta.— Perto <strong>do</strong> Barão, o <strong>Vinicius</strong> foi um congrega<strong>do</strong> mariano — brinca.Por ironia, chegar ao nível máximo da carreira era uma i<strong>de</strong>ia temida por<strong>Vinicius</strong>. Ele explicou o motivo em <strong>de</strong>poimento ao Museu da Imagem <strong>do</strong>Som, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1967:— Nos escalões inferiores da carreira, ninguém presta atenção em você.O perigo é você virar embaixa<strong>do</strong>r, né? Minha gran<strong>de</strong> luta no Itamaraty temsi<strong>do</strong> para não ser promovi<strong>do</strong>.<strong>Embaixa<strong>do</strong>r</strong> chefiou caça às bruxasO responsável pelo maior expurgo da diplomacia brasileira era uruguaio.Antônio Cândi<strong>do</strong> da Câmara Canto nasceu em Montevidéu, em 1910, masher<strong>do</strong>u a nacionalida<strong>de</strong> brasileira <strong>do</strong> pai. Pouco lembra<strong>do</strong> nas publicaçõesoficiais <strong>do</strong> Itamaraty, foi uma das figuras mais influentes na casa durante osanos <strong>de</strong> chumbo da ditadura militar. Após comandar a caça às bruxas nogoverno Costa e Silva, teve papel central no golpe que <strong>de</strong>rrubou Salva<strong>do</strong>rAllen<strong>de</strong> no Chile, em 1973.Câmara Canto é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o quinto homem da junta chefiada pelogeneral Augusto Pinochet, que se manteria no po<strong>de</strong>r até 1990. Contrarian<strong>do</strong>a tradição da diplomacia brasileira, negou asilo a compatriotas que moravamno país e entraram na mira <strong>do</strong>s golpistas. No fatídico 11 <strong>de</strong> setembro, enquanto79

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