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Vinicius de Moraes Embaixador do Brasil - Funag

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TRAMITAÇÃO LEGISLATIVAA caça às bruxas foi justificada pela ditadura como ato moraliza<strong>do</strong>r,objetivan<strong>do</strong> purgar o serviço público <strong>de</strong> “corruptos, homossexuais ebêba<strong>do</strong>s”. Amigos que foram receber <strong>Vinicius</strong> no Galeão, viram-no<strong>de</strong>scer <strong>do</strong> avião abati<strong>do</strong>, amargura<strong>do</strong>, mas com uma garrafa <strong>de</strong> uísqueem punho, para evitar qualquer mal-entendi<strong>do</strong>:- Eu sou bêba<strong>do</strong>!Nas longas temporadas que passou no Rio <strong>de</strong> Janeiro, aju<strong>do</strong>u (emuito) a criar a mística <strong>do</strong> Itamaraty como celeiro <strong>de</strong> intelectuais egran<strong>de</strong> bastião da cultura. À época, o Palácio da Rua Larga operavacomo verda<strong>de</strong>iro centro da vida social e política da Capital Fe<strong>de</strong>ral– em seus gabinetes, arquitetava-se a projeção <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> no concertodas nações; em suas recepções, tramavam-se os <strong>de</strong>stinos <strong>do</strong> país.Era um Itamaraty generoso, que sabia abrigar tanto homens <strong>de</strong> açãoquanto homens <strong>de</strong> pensamento, pessoas das mais diferentes inclinaçõese interesses, em leque ecumênico que ia <strong>do</strong> jovem economista RobertoCampos ao promissor literato João Guimarães Rosa. Deles, exigiaseapenas que fossem geniais.Ali, <strong>Vinicius</strong> estava em casa. O Itamaraty era seu porto e seu amparo,a instituição que lhe dava segurança e status para ir-se transforman<strong>do</strong>em um <strong>do</strong>s mais ativos intelectuais da época. Em setembro <strong>de</strong> 1956,com o espetáculo “Orfeu da Conceição”, o poeta atingia seu auge,na síntese perfeita entre o erudito e o popular, a tradição clássica ealma brasileira, o drama e a música. Que mais po<strong>de</strong>ria o Itamaratyexigir <strong>de</strong> seus funcionários? A arte <strong>de</strong> <strong>Vinicius</strong> era tão cativante quetinha o <strong>do</strong>m <strong>de</strong> se converter em política <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. <strong>Embaixa<strong>do</strong>r</strong> algumfez tanto pela pátria quanto ele.(DANTAS, Marcelo. A Volta In: No.mínimo. 27.9.2006. Disponível em:http://www.vinicius<strong>de</strong>moraes.com.br).A História se faz mediante o reconhecimento daqueles que, em vida,dignificaram o país, através <strong>de</strong> seu trabalho e divulgação positiva <strong>de</strong> nossaimagem no exterior, razão pela qual emitimos parecer favorável ao PL nº6.417, <strong>de</strong> 2009, que promove post mortem nosso queri<strong>do</strong> “poetinha” <strong>Vinicius</strong><strong>de</strong> Moares ao cargo <strong>de</strong> <strong>Embaixa<strong>do</strong>r</strong> (Ministro <strong>de</strong> Primeira Classe da Carreira<strong>de</strong> Diplomata).92

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