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GUIA: Doença de Chagas - Inocuidade de Alimentos

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03DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DECHAGAS POR TRANSMISSÃO ORALDIAGNÓSTICO DA DOENÇA DECHAGAS POR TRANSMISSÃO ORAL0340o método imunoenzimático (ELISA). A reação <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> complemento(reação <strong>de</strong> Guerreiro-Machado) não é mais utilizada pelos laboratórios dare<strong>de</strong> do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Brasil. Ressalta-se que para a existência<strong>de</strong> evidência clínico-epi<strong>de</strong>miológica aumenta o valor preditivo positivo dasabordagens sorológicas abaixo:• Anticorpos IgG: A confirmação <strong>de</strong> caso por pesquisa <strong>de</strong> IgG <strong>de</strong>mandaduas coletas que possibilitem comparar a soroconversão (passar <strong>de</strong> negativopara positivo no método) ou a variação <strong>de</strong> três títulos sorológicos(IFI), com intervalo mínimo <strong>de</strong> 21 dias entre uma coleta e outra; no entanto,não é favorável para o diagnóstico oportuno, especialmente paraos casos graves.• Anticorpos IgM: método recentemente incorporado na rotina <strong>de</strong> poucoslaboratórios <strong>de</strong> referência no Brasil. Representa técnica complexa,<strong>de</strong> uso restrito. É mais útil na fase aguda tardia, após pelo menos 30 dias<strong>de</strong> febre quando repetidos exames <strong>de</strong> pesquisa direta do parasito foremnegativos.Na prática, recomenda-se que, diante <strong>de</strong> um caso suspeito <strong>de</strong> DCA, sejam realizadosexames parasitológicos diretos para leitura imediata, repetidas vezes se for necessário.Colher soro para testes convencionais (IgG). Caso os parasitológicos resultemnegativos ou não possam ser lidos no local da coleta, recomenda-se coleta <strong>de</strong> sanguetotal com anticoagulante, para realizar método <strong>de</strong> concentração, os quais serão enviadospara laboratórios <strong>de</strong> referência nos países. Caso a sorologia inicial resulte negativa,repeti-la após 3 semanas: uma soroconversão indicará a ocorrência <strong>de</strong> DCA.III. Diagnóstico Molecular:O diagnóstico molecular da infecção por T. Cruzi por meio da reação emca<strong>de</strong>ia da polimerase - PCR (Polymerase Chain Reaction) é <strong>de</strong> uso restritoe realizado por centros colaboradores em caráter experimental até que setenham protocolos <strong>de</strong>finidos e procedimentos operacionais padronizados.Exames InespecíficosPara a verificação do estado geral dos casos <strong>de</strong> DCA, em especial dos sistemasusualmente mais acometidos, é proposta uma relação <strong>de</strong> exames laboratoriaiscomplementares para o seguimento dos casos e manejo clínico <strong>de</strong> eventuais complicações.Ressalta-se que o início do tratamento etiológico in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da realização<strong>de</strong> tais exames.I. Hemograma completo com plaquetas: são observadas leucopenia ou leucocitosediscreta, com <strong>de</strong>svio à esquerda, associado à linfocitose, bem comoeventual anemia hipocrômica e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eritrosedimentação (VES ouvelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hemosedimentação [VHS]) mo<strong>de</strong>radamente aumentada. Emcasos graves po<strong>de</strong>m ocorrer plaquetopenia e leucopenia mo<strong>de</strong>radas.II. Urinálise (EAS): usado para avaliação relativa da função renal; é útil paraverificar a ocorrência <strong>de</strong> sangramento pelas vias urinárias.III. Provas <strong>de</strong> função hepática: são importantes marcadores para verificaçãodo acometimento hepático, especialmente em casos <strong>de</strong> DCA por transmissãooral. As aminotransferases (AST e ALT) freqüentemente aparecem elevadas.Bilirrubinas (totais e frações) também po<strong>de</strong>m estar alteradas, comou sem icterícia visível. O Tempo <strong>de</strong> Protrombina (TAP ou TP) prolongadosugere dano hepático.IV. Radiografia <strong>de</strong> Tórax: na forma in<strong>de</strong>terminada e na cardíaca e digestiva compequenas alterações, a área cardíaca estará normal em quase todos os casos.É comum o aumento global da área cardíaca <strong>de</strong> pequena ou mo<strong>de</strong>radaintensida<strong>de</strong>, evoluindo para um gran<strong>de</strong> aumento (cardiomegalia) na <strong>de</strong>pendênciado grau da cardiopatia chagásica crônica (CCC). Nos casos agudos, acardiomegalia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>corrente da miocardite ou <strong>de</strong>rrame pericárdico.Os campos pleuro-pulmonares geralmente estão limpos, po<strong>de</strong>ndo ocorrer<strong>de</strong>rrame pleural em casos <strong>de</strong> insuficiência cardíaca congestiva.V. Eletrocardiografia: Na fase aguda são sugestivos os sinais <strong>de</strong> sofrimentomiocárdico, com alterações <strong>de</strong> T, aumento <strong>de</strong> PR, taquicardia sinusal e baixavoltagem <strong>de</strong> QRS. Extrassistoles ventriculares e bloqueios AV ou intraventricularesavançados são raros e <strong>de</strong> mau prognóstico. O eletrocardiogramase normaliza em alguns meses com o tratamento específico ou a evoluçãoda doença e, freqüentemente, se mantém normal por muitos anos duranteo período <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>terminada. A cardiopatia chagásica crônica envolvea presença <strong>de</strong> distúrbios do ritmo cardíaco (extrassístoles ventriculares,fibrilação atrial e outras) e /ou distúrbios <strong>de</strong> condução (bloqueio completodo ramo direito, bloqueios divisionais do ramo esquerdo, bloqueios atrioventriculares)e as alterações da repolarização ventricular, presentes emaproximadamente 50% dos pacientes.VI. Outros exames recomendados:• Provas <strong>de</strong> coagulação (TTPA): <strong>de</strong>vem ser realizadas sempre que possível,especialmente nos casos nos quais haja acometimento hepático importanteou manifestações hemorrágicas.• Endoscopia digestiva alta: indicada em casos <strong>de</strong> dor epigástrica intensa erefratária ao tratamento específico, ou na vigência dos seguintes sinais <strong>de</strong>alarme: hematêmese, melena, vômitos persistentes, disfagia ou anemia.• Ecodopplercardiografia: recomendada em casos com comprometimentocardíaco clinicamente importante, em razão da elevada freqüência <strong>de</strong><strong>de</strong>rrame pericárdico nos casos <strong>de</strong> DCA e disfunção miocárdica na cardiopatiachagásica crônica.• Exame do líquor: <strong>de</strong>ve ser realizado em casos que apresentem sinais esintomas <strong>de</strong> meningoencefalite (convulsões, torpor ou queda da consciênciaou coma <strong>de</strong> origem neurológica). Geralmente aparece limpo, compequeno aumento <strong>de</strong> células e teor <strong>de</strong> glicose e proteínas normal. Po<strong>de</strong>sei<strong>de</strong>ntificar o parasito por exame direto ou isolá-lo mediante cultivo dolíquor em meio a<strong>de</strong>quado, do mesmo modo que é feito com o sangue.41

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