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legado-franciscano

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Capítulo 2 – Na sociedade dos capuchinhos<br />

voltar ao sumário<br />

acordados para as rotinas do dia. Sairíamos por um lado<br />

norte onde tinha um potreiro, e buscaríamos a estrada e,<br />

em uma subida mais forte, onde os caminhões perdiam<br />

a velocidade, aí nos agarraríamos atrás da carroceria do<br />

primeiro que nos desse essa possibilidade. Por essa estrada<br />

passavam muitos caminhões de carga que vinham<br />

de Lagoa Vermelha e Passo Fundo e das cidades próximas<br />

e se dirigiam a Caxias ou à Capital. Não lembro o dia determinado.<br />

Tinha que ser um dia de céu limpo, não podia<br />

chover. Calculamos que em um dia podíamos chegar em<br />

Garibaldi, pegando carona daqui e dali. Embora fôssemos<br />

todos do interior do município, muitos de nós tínhamos<br />

parentes na cidade. Isso nos tranquilizava, porque o nosso<br />

medo era, talvez, ter de pernoitar no mato. Bem, aconteceu<br />

que uns dias antes da nossa fuga alguém tentou essa<br />

façanha em direção contrária ao nosso destino. Não sabemos<br />

como foi que os padres souberam. Foram atrás dos<br />

fugitivos e os trouxeram de volta. Também sabiam que<br />

havia outro grupo que estava planejando outra fuga. Alguém<br />

deve ter nos traído e contara para o superior do seminário.<br />

Pensamos em transferir o nosso intento para daí<br />

a duas ou três semanas, mas passaram-se muitas semanas<br />

e o plano foi por água a baixo. Alguns já tinham desistido e<br />

a saudade diminuindo, diminuindo. Com o tempo passando<br />

fui me enturmando e me adaptando e o plano da fuga<br />

já perdera a motivação (POLITA, 2015, p.3).<br />

Fiorindo Piccoli, com um colega, planejou uma impossível<br />

fuga:<br />

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