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legado-franciscano

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Capítulo 2 – Na sociedade dos capuchinhos<br />

voltar ao sumário<br />

gogia do horror ao sexo, do qual brota um sentimento<br />

permanente de culpa, um sofrimento psíquico contínuo<br />

e a “doença do escrúpulo” (DELUMEAU, 2003, p. 579 et<br />

seq.). Em Garibaldi, no noviciado, Sguissardi conta-nos<br />

que<br />

(…) vivi uma contínua crise de moralismo, culpabilização<br />

e escrúpulos de consciência. Até a ideia de suicídio, nos<br />

momentos de maior crise de depressão, eventualmente<br />

me surpreendia (SGUISSARDI, p. 14).<br />

Teria superado, em parte, a crise com a ajuda sensata<br />

do frei Davi Durante. Sguissardi conta que teve a sorte<br />

de, em Marau, sob a orientação sábia de frei Valdemar<br />

(Eusídio Deon), que tinha bons conhecimentos de psicologia,<br />

superar definitivamente o trauma produzido pelo<br />

medo dos “pecados contra a castidade e a pureza”. Nos<br />

relatos-memória elaborados pelos colegas, quase todos<br />

apontam, de um lado, uma completa falta de formação e<br />

informação sobre a sexualidade em todas as casas onde<br />

estudamos e, de outro, um sistema de repressões, proibições,<br />

sermões e advertências que erigiram a sexualidade<br />

como uma ameaça a nossa vida de candidatos ao sacerdócio.<br />

Sérgio Croccoli sintetiza com clareza este estado de<br />

coisas:<br />

Educação sexual, por arte de algum(a) professor(a), reitor,<br />

orientador, ou qualquer adulto, também não houve.<br />

Os professores não haviam sido preparados para serem<br />

educadores (CROCCOLI, 2013, p. 3).<br />

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