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legado-franciscano

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Capítulo 1 - Na sociedade dos colonos<br />

voltar ao sumário<br />

que está constituído o Estado do Rio Grande do Sul atual:<br />

as matas subtropicais cobertas de pinheiros do Planalto<br />

e de suas áreas dissecadas adjacentes; as savanas do<br />

sul e oeste, a Depressão Central, a região litorânea e o<br />

complexo adjacente do Rio Guaíba e Lagoa dos Patos.<br />

As guerras, o apresamento e a submissão à escravidão e<br />

outras formas de trabalho compulsório rapidamente extinguiram<br />

a maioria desses grupos. Os que sobreviveram<br />

estão hoje circunscritos, como vimos anteriormente, as<br />

suas aldeias e reservas. Os portugueses e os espanhóis,<br />

depois os imigrantes europeus chegados no século XIX,<br />

tomaram suas terras e as ocuparam de dois modos claramente<br />

distintos: os campos, savanas do Sul, do Oeste, do<br />

Litoral e do Planalto foram repartidos entre fazendeiros<br />

em grandes propriedades destinadas à criação extensiva<br />

de gado. Tal partilha das “terras de campo” já estava<br />

completada e fechada na primeira década do século XIX,<br />

como nos informa o geógrafo e historiador Nilo Bernardes<br />

(1997, p. 53-65). As terras de campo, por isso, não<br />

serão objeto de colonização. Esta só acontecerá na porção<br />

do território coberto de matas – que não interessava<br />

aos fazendeiros –, em ritmo lento de 1824 a 1860 e de<br />

forma intensa no período de 1870 a 1900, num sistema<br />

de distribuição das terras inteiramente distinto da dos<br />

campos porque fundado na pequena propriedade tocada<br />

por trabalho familiar. Mata e campo, lavoura e pecuária,<br />

colonos e fazendeiros conviverão no Rio Grande do Sul<br />

como dois sistemas situados lado a lado, mas inteiramente<br />

separados, embora o poder estivesse sempre do lado<br />

dos fazendeiros que, por sua posição e riqueza detinham<br />

o controle do Estado e de suas instituições.<br />

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