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legado-franciscano

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Capítulo 2 – Na sociedade dos capuchinhos<br />

voltar ao sumário<br />

da alma”, e os veniais, os que merecem vênia. E como é<br />

quase impossível que um mortal, – a não ser os santos –,<br />

morra sem nenhum pecadilho venial, que, por isso, o impediria<br />

de chegar à presença de Deus, os teólogos inventaram<br />

um novo lugar na geografia do além: o purgatório,<br />

um lugar que acolhe as almas em pecado venial, um lugar<br />

que não faz parte da lógica post-mortem do ingresso na<br />

eternidade, pois o Purgatório abre um tempo na eternidade<br />

e cria um lugar de expiação temporária dos pecados<br />

veniais, um lugar de passagem para entrar na eternidade<br />

e apresentar-se purificado diante de Deus. Inicialmente,<br />

os teólogos entendiam que a alma deveria permanecer<br />

no purgatório até o juízo final quando, então, seria justificada.<br />

Mais tarde os teólogos introduziram uma dimensão<br />

propriamente humana na expiação do pecado abreviando<br />

o tempo de permanência da alma no purgatório mediante<br />

a oração, a penitência e as indulgências, nosso<br />

efetivo poder, por intermédio dos méritos de Jesus Cristo<br />

e dos santos, de propiciar o indulto de seus crimes ou<br />

pecados. É esse poder de intervir em favor das almas que<br />

nos torna semelhantes a Jesus Cristo na obra da salvação<br />

e, ao mesmo tempo, cria um imaginário em que os crimes<br />

cometidos por uma pessoa não são todos iguais, por isso<br />

não merecem, indiscriminadamente, a pena suprema da<br />

condenação eterna.<br />

Os pecados, dizem os teólogos-confessores, são determinados<br />

em sua gravidade pela intenção e pelas limitações<br />

de entendimento de quem os comete, daí derivando<br />

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