Chicos 47 21.12.2016
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<strong>Chicos</strong> <strong>47</strong><br />
Adelto Gonçalves<br />
Mestre em Língua Espanhola e Literaturas<br />
Espanhola e Hispano-americana e doutor<br />
em Literatura Portuguesa pela Universidade de<br />
São Paulo (USP), é autor de Os vira-latas da<br />
madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora,<br />
1981; Taubaté, Letra Selvagem,<br />
2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio<br />
de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona<br />
brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São<br />
Paulo, Publisher Brasil, 2002),Bocage – o perfil<br />
perdido (Lisboa, Editorial Caminho,<br />
2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia<br />
Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado<br />
de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em<br />
Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial<br />
(Imprensa Oficial do Esta do de São Paulo,<br />
2015), entre outros.<br />
Um romance da alma uruguaia<br />
I<br />
Embora seja dono de obra considerada um marco<br />
fundamental na literatura uruguaia do século<br />
XX, Francisco (Paco) Espínola (1901-1973) continuava<br />
inédito em outros idiomas. Esse estranho<br />
e inexplicável silêncio, porém, acaba de ser rompido<br />
com a publicação de seu romance Sombras<br />
sobre a terra (1933) pela editora Letra Selvagem,<br />
de Taubaté-SP, em tradução de Erorci Santana,<br />
com texto de “orelhas” do crítico e poeta Ronaldo<br />
Cagiano. Além de nota do editor, o livro traz<br />
prefácio do crítico uruguaio Leonardo Garet,<br />
professor do Instituto de Estudos Superiores e do<br />
Instituto de Filosofia, Ciências e Letras, de Montevidéu,<br />
e a reprodução do prefácio da terceira<br />
edição, de 1966, publicad a pelo Centro dos Estudantes<br />
de Direito de Montevidéu, escrito pelo<br />
crítico, historiador e ensaísta uruguaio (nascido<br />
na Argentina) Alberto Zum Felde (1889-1976).<br />
Garet deixa claro, em seu prefácio, que<br />
foi com dor que constatou que em América Latina<br />
en su literatura (México, Siglo Veintiuno,<br />
1972), obra de quase 500 páginas coordenada<br />
por César Fernández Moreno que conta com a<br />
participação de 27 colaboradores, adotada também<br />
no curso de Letras da Faculdade de Filosofia,<br />
Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade<br />
de São Paulo (USP), não há uma citação<br />
do nome de Espínola. Só César Aira o reconhece<br />
em seu Diccionario de autores latinoamericanos<br />
(Buenos Aires, Emecé, 2001).