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#5 - Bound by Vengeance - Cora Reilly

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— Você não falhou. O que você poderia ter feito? Estavam<br />

armados. Não tivemos chance contra eles.<br />

Minha mãe tocou meu rosto, parecendo desesperada. — Eu queria<br />

ser mais forte. Eu sei que devo perguntar o que aconteceu com você,<br />

mas não tenho certeza se posso suportar a verdade. Você é muito mais<br />

forte do que eu, Cara. Como você está aqui, parecendo saudável e<br />

intacta, eu não posso imaginar como isso é possível.<br />

Eu sorri tremulante. — Estou muito bem, mãe. Por favor, não se<br />

preocupe comigo.<br />

A mãe fechou os olhos e sacudiu a cabeça. — Eu não sei como<br />

você pode até mesmo falar comigo depois do que eu fiz.<br />

— O que você fez?<br />

— Estou trabalhando para Falcone, ajudando-o. Depois que ele te<br />

deu a esse monstro, eu não deveria ajudá-lo, não importa o que ele me<br />

ameaça. Se seu pai soubesse, ficaria desapontado. Ele nem sequer<br />

olharia para mim agora.<br />

— O pai é a razão pela qual isso aconteceu. Ele é a razão pela<br />

qual passamos pelo inferno. Foi a sua punição que tivemos de suportar.<br />

Se estivesse vivo, não teria direito de nos julgar. Ele teria que nos<br />

desculpar por ser tão egoísta, e não pensar nas consequências! — eu<br />

estourei. Até agora eu não me permitia ficar com raiva, mas agora eu<br />

percebi que estava. Eu estava furiosa porque meu pai deveria saber. Era<br />

seu trabalho nos proteger e ele falhou.<br />

Minha mãe me observava com os olhos arregalados, sem<br />

perceber. — Não fale assim do seu pai. Ele era o melhor marido que eu<br />

poderia ter imaginado e um pai ainda melhor. Ele merece nada além do<br />

nosso respeito.<br />

Isso era uma mentira. Meu pai não tinha sido um pai ruim, mas<br />

ele estava longe de ser um bom pai. Ele estava muito ocupado com seu<br />

trabalho, e muitas vezes impaciente demais para passar tempo com<br />

suas duas filhas. Eu o amava e sentia falta dele. Eu desejava que ele<br />

ainda estivesse vivo e eu o perdoasse pelo que ele tinha feito, porque ele<br />

certamente não poderia ter imaginado para onde isso nos levaria.<br />

— Eu não quero brigar por isso, — eu disse calmamente,<br />

apertando a mão da minha mãe. — Eu sei que você está sofrendo, mas<br />

eventualmente você vai perceber que o pai fez isso conosco.<br />

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