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Seu aperto em meus pulsos não afrouxou. Ele não fez nada,<br />
exceto me olhar fixamente. Eu sabia que deveria desviar o olhar. Não<br />
era isso o que você deveria fazer se estivesse diante de um cão perigoso?<br />
Mas eu não estava apenas presa pelo poderoso corpo de Growl, mas<br />
também pelo olhar aterrorizante em seus olhos. Sua respiração estava<br />
calma, não havia nenhum sinal de nossa luta. Para ele, isso não era<br />
nada. Uma de suas mãos se moveu para baixo em direção ao meu<br />
estômago. Minha camiseta tinha subido durante a nossa luta e mostrou<br />
a pele abaixo. Eu me retesei quando Growl colocou sua mão contra meu<br />
estômago. O que ele estava fazendo? Ele olhou atentamente para sua<br />
mão descansando contra minha pele mais pálida. A ponta dos seus dedos e<br />
a palma mal me tocando. Lentamente, seu olhar voltou a se juntar ao<br />
meu.<br />
Growl estava me observando como se eu fosse uma espécie<br />
desconhecida, algo que ele não poderia entender. E talvez isso fosse<br />
verdade.<br />
Eu fiz outra tentativa meia boca para me libertar, mas foi quase<br />
ridículo. Talvez se ele fosse capaz desse tipo de emoção, Growl poderia<br />
realmente ter rido de mim.<br />
— Pare, — ele ordenou calmamente.<br />
E por alguma razão eu parei.<br />
GROWL<br />
Ele tinha uma reputação, e ele estava orgulhoso dela. Sua<br />
reputação era temida, respeitada, e isso era muito mais do que<br />
qualquer um esperava de alguém como ele. O filho de uma prostituta. O<br />
bastardo. O garoto que nunca falou.<br />
Ele foi feito para ficar na sarjeta.<br />
Ele nunca tinha tido algo para si mesmo, nunca ousou sonhar em<br />
possuir algo tão precioso. Ele era o filho bastardo indesejado que<br />
sempre teve que contentar-se com as sobras dos outros. E agora<br />
Falcone lhe dera o que há poucas semanas atrás estava fora de seu<br />
alcance, alguém que nem sequer o permitia admirar de longe, uma das<br />
mais valiosas posses da sociedade.<br />
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