Empreendedorismo Grandes empresas encontram nas start-ups a oportunidade de aprender a i<strong>nov</strong>ar Por Alessandra Gardezani 104
A palavra start-up nunca esteve tão presente em nosso cotidiano como nos últimos cinco anos. São vários os exemplos de pequenos grupos de pessoas que estavam à procura de um <strong>nov</strong>o negócio, dispostas a arriscar em um modelo que pudesse ser escalável, em um mercado com uma única garantia: um mar de incertezas. Muitas dessas experiências provaram que é possível obter sucesso nos negócios com um modelo diferente de empresa. O WhatsApp, por exemplo, começou no modelo start-up e atualmente é um dos líderes no mercado de aplicativos, com mais de 500 milhões de usuários. O setor como um todo, além das redes sociais, foi diretamente impactado por este player que, em 2014, foi vendido para o Facebook por US$ 16 bilhões. O Facebook já vinha tentando, de diversas maneiras, se conectar com o público mais jovem via mobile e o número de falhas era maior que o de acertos. O WhatsApp o complementava por ser dominante nas plataformas mobile, tendência consolidada. Isso significa que as grandes empresas podem aprender com os pequenos? Definitivamente, sim. O tema foi um dos destaques do Encontro Nacional de Anunciantes (ENA <strong>2016</strong>), em painel que contou com a participação de Eduardo Lima, CEO e co-fundador da eduK (especializada em cursos online), de André Garcia, fundador da Estante Virtual (e-commerce de livros usados), e de Leo Kuba, da Inkuba (agência digital). Os três experimentaram o processo de iniciar uma start-up e desenvolvê-la a ponto de virarem exemplos a serem seguidos por <strong>nov</strong>os empreendedores. Segundo Leo Kuba, as start-ups são instrumentos ideais para criar i<strong>nov</strong>ação e disrupção em mercados e modelos de negócios por serem agnósticas aos modelos já existentes. Atentas a isso, grandes empresas, de todos os segmentos, estão criando iniciativas de i<strong>nov</strong>ação, incubando ou acelerando start-ups, para identificar potenciais empresas que possam transformar seus negócios de dentro para fora. Leo Kuba, da agência digital Inkuba “Ouvi recentemente de um cliente da minha agência: ‘não queremos ser a próxima Kodak, Nokia ou Blockbuster’, empresas dominantes que perderam relevância por conta de i<strong>nov</strong>ação e mudança dos paradigmas em seus mercados”, afirma Kuba. Entre as grandes empresas, um exemplo interessante que se apropria dessa tendência é o Itaú, com a iniciativa do Cubo. Trata-se de um case de criação de um centro de i<strong>nov</strong>ação, abrigando start-ups em esquema de coworking e trazendo iniciativas de conteúdo em seus eventos num espaço criado para este fim, independente da estrutura do banco. “Além de incentivar o ecossistema de start-ups, estão potencializando o surgimento de i<strong>nov</strong>ação dentro de uma iniciativa da empresa”, elogia Kuba. Além disso, escolas de i<strong>nov</strong>ação como a Hyper Island estão trazendo a cultura de transformação digital para as grandes empresas. Sem essa educação interna, dificilmente haverá terreno fértil para o surgimento de iniciativas de i<strong>nov</strong>ação, devido à barreira cultural da organização. 105