edição de 29 de janeiro de 2018

mercado
Onomomo
Páscoa terá clássicos repaginados
e ponto de venda menos poluído
Para driblar economia ainda em recuperação, anunciantes apostam na
renovação de embalagens e comunicação mais informativa nas lojas
Danúbia Paraizo
principal data para o mercado
de chocolates terá no-
A
vos sabores, cores e formatos
este ano. Para motivar o consumidor
a abrir a carteira e se
render às tentações de Páscoa,
as principais fabricantes têm
apostado na repaginação de
seus clássicos, em versões mais
acessíveis e indulgentes, além
de rever sua estratégia no ponto
de vendas.
Os lançamentos foram apresentados
durante o Salão de
Páscoa, em São Paulo, na semana
passada. Na ocasião, Ubiracy
Fonseca, presidente da Abicab
(Associação Brasileira da Indústria
de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados),
falou sobre as expectativas para
o segmento este ano, que ainda
se recupera de um cenário de
crise econômica. Em 2017, por
exemplo, foram produzidos 36
milhões de ovos, volume 38%
inferior à produção de 2016.
“Nos últimos anos vimos um
comportamento atípico do setor,
que obrigou as empresas a
reverem suas estratégias e se
adequarem ao novo cenário.
Estamos otimistas que os números
deste ano comprovarão
o amadurecimento da indústria
e sua capacidade de organização
em uma economia mais estável”,
destacou Fonseca.
Para o próximo dia 1º de
abril, o consumidor continuará
encontrando os tradicionais
ovos nas gôndolas, mas eles
têm cada vez mais dividido
espaço com outros formatos,
como ovinhos, coelhos, pirulitos,
cestas e cenourinhas.
A Kopenhagen, por exemplo,
pioneira em tirar os ovos das
parreiras e colocá-los dentro
de caixas, traz 18 lançamentos.
2018 é um ano especial para a
marca, que completa nove décadas.
E a grande estratégia da
companhia é valorizar a prata
da casa. O clássico Língua de
Gato ganhou as versões recheadas
com doce de leite e chocolate
amargo, além do formato
trufado no tamanho míni.
Outro clássico, por enquanto,
intovável, é o ovo Chumbinho,
um dos recordistas de vendas.
Segundo Renata Moraes Vichi,
VP executiva do Grupo CRM,
detentora das marcas Kopenhagen
e Brasil Cacau, a empresa
sentiu pouco os efeitos da crise
econômica em 2017 e espera
crescer 10% este ano. “Eu costumo
brincar dizendo ‘tragam
“Estamos
otimistas quE os
númEros dEstE ano
comprovarão o
amadurEcimEnto
da indústria E
sua capacidadE dE
organização”
novidades, mas não mexam
no meu Chumbinho’. Esse é
um lema que a gente leva com
muita seriedade. As formulações
de produtos são intocáveis.
Os clássicos da marca vão
ser o alvo de comunicação desse
ano, vamos fortalecer essa
linha porque só a gente tem.
Mas, ao mesmo tempo, a gente
mostra que temos a obrigação
de ser precursor, se antecipando
para trazer as necessidades
do consumidor”.
A Ferrero vem com estratégia
semelhante, com objetivo de
continuar oferecendo seu produto
de valor agregado, mas em
caixinhas menores para presentear.
É o que explica Enrico
Martini, gerente de marketing
da marca. “Ferrero é de fato um
produto com valor agregado
alto. Tem matérias-primas de
altíssima qualidade então preço
é uma consequência. A nossa
estratégia é dar uma opção para
presentear em cada faixa de
preço. Colocamos produtos novos
nas faixas de preço menor,
por exemplo, trazemos a embalagem
especial de Páscoa Raffaello
e Ferrero saindo abaixo de
R$ 10. O que antes não tinha. O
Grand Rocher, que lançamos no
ano passado de forma muito limitada,
deu certo e retornamos
com maior distribuição e preço
mais acessível”.
Nostalgia
Quem também aposta suas
fichas nos clássicos é a Nestlé,
que repete o sucesso do chocolate
Surpresa, lançado em
formato de ovo no ano passado.
Desta vez, além de novos personagens,
a marca traz a versão
tubinho com miniovos. “No
ano passado, que foi bastante
desafiador por causa da crise
mais intensa, a gente começou
esse trabalho com produtos
de menor desembolso e maior
valor agregado. Para este ano
a gente seguiu com essa estra-
34 29 de janeiro de 2018 - jornal propmark