Analytica 90
Edição especial de 15 anos Metrologia Materiais de Referência Certificados produzidos pelo INMETRO auxiliarão a justiça no combate às drogas de abuso Microbiologia O Custo da contaminação microbiana Instrumentação e normalização A competência dos laboratórios em avaliar produtos para diagnóstico in vitro E mais: artigos, notícias e mercado.
Edição especial de 15 anos
Metrologia
Materiais de Referência Certificados produzidos pelo INMETRO auxiliarão a justiça no combate às drogas de abuso
Microbiologia
O Custo da contaminação microbiana
Instrumentação e normalização
A competência dos laboratórios em avaliar produtos para diagnóstico in vitro
E mais: artigos, notícias e mercado.
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Em foco Científico<br />
Gerenciando a complexidade<br />
da produção microbiana de biocombustíveis<br />
com a informática integrada<br />
Barbara van Cann<br />
52<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 17<br />
A produção de biocombustíveis<br />
sofreu uma revolução nas<br />
últimas décadas. Os processos<br />
mais recentes que dependem de<br />
micro-organismos geneticamente<br />
modificados para quebrar a biomassa<br />
estão ajudando a produzir<br />
uma vasta gama de combustíveis<br />
de forma mais eficiente a partir<br />
de um conjunto de matérias-primas<br />
mais amplo.<br />
Veja, por exemplo, o butanol.<br />
É um biocombustível de cadeia<br />
superior considerado por alguns<br />
como uma alternativa mais adequada<br />
a longo prazo ao etanol,<br />
que está atualmente na base<br />
da indústria de biocombustíveis<br />
dos EUA. Suas propriedades físicas<br />
mais favoráveis, tais como<br />
um teor de energia mais elevado,<br />
uma menor solubilidade em<br />
água e um potencial para ser<br />
usado em proporções de mistura<br />
de gasolina mais elevadas, garantem<br />
uma série de vantagens<br />
em relação ao etanol como um<br />
substituto da gasolina.<br />
Vários micro-organismos anaeróbicos,<br />
como o Clostridium acetobutylicum,<br />
são extremamente<br />
conhecidos por produzir álcoois de<br />
cadeia superior, como o butanol,<br />
enquanto produtos provenientes<br />
do metabolismo do açúcar. Entretanto,<br />
estes processos se mostraram<br />
bastante ineficientes para<br />
serem comercialmente viáveis . Os<br />
recentes avanços na engenharia<br />
metabólica e genética de estirpes<br />
da bactéria E. Coli tornaram possível,<br />
atualmente, produzir uma vasta<br />
gama de biocombustíveis alternativos<br />
através de processos altamente<br />
otimizados e comercialmente<br />
viáveis (1).<br />
Porém, embora os processos<br />
de produção de biocombustíveis<br />
com base em microbiologia avançada<br />
possam ser mais eficientes<br />
e fornecer um maior rendimento<br />
do produto em comparação com<br />
as abordagens convencionais,<br />
eles são consideravelmente mais<br />
difíceis de gerenciar. Os desafios<br />
adicionais que os processos de microbiologia<br />
avançada apresentam<br />
em relação ao controle de qualidade,<br />
à eficiência de produção e<br />
conformidade regulatória, atribuem<br />
maior importância à informática<br />
especializada e ao gerenciamento<br />
de dados. Soluções de informática<br />
integrada, com base em Sistema<br />
de gerenciamento de informações<br />
de laboratório (LIMS) e Sistema<br />
de dados de cromatografia (CDS),<br />
estão ajudando os produtores de<br />
biocombustíveis avançados a gerenciar<br />
esta complexidade e a garantir<br />
processos fiáveis, seguros e<br />
eficientes.<br />
Mais dados, menos tempo de<br />
inatividade<br />
Enquanto as fermentações baseadas<br />
na levedura usadas para<br />
produzir etanol a partir de estoques<br />
de matérias-primas de primeira geração<br />
exigiam relativamente pouco<br />
em relação ao monitoramento de<br />
reação, os micro-organismos geneticamente<br />
modificados usados<br />
nos atuais processos de produção<br />
de biocombustíveis avançados<br />
são muito mais sensíveis a fatores<br />
ambientais. As toxinas presentes<br />
nas matérias-primas, ou aquelas<br />
geradas durante o pré-tratamento<br />
da biomassa, podem inibir a fermentação,<br />
limitando, portanto, a<br />
eficiência do processo. Até mesmo<br />
variações na temperatura ou no pH<br />
podem potencialmente matar as<br />
bactérias, causando a interrupção<br />
da produção.<br />
Para minimizar estes riscos, os<br />
produtores de biocombustíveis<br />
dependem de um conjunto de<br />
tecnologias analíticas de alto desempenho,<br />
tais como a espectroscopia<br />
de infravermelho próximo<br />
(NIR), cromatografia gasosa (GC),<br />
cromatografia iônica (IC), cromatografia<br />
líquida (LC) com detecção<br />
por aerossol carregado (CAD) ou<br />
espectrometria de massa (MS) e<br />
a espectrometria de massa por<br />
plasma acoplado indutivamente<br />
(ICP-MS), para realizar verificações<br />
de qualidade ao longo da<br />
produção de biocombustíveis,<br />
desde o monitoramento da fermentação<br />
e da caracterização da<br />
matéria-prima até o controle de<br />
qualidade do produto final.<br />
No entanto, este intenso controle<br />
do processo produz dados em<br />
grande escala. Quando bem gerenciados,<br />
estes dados possuem o