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Estevão Damázio
Para o ex-presidente do TCU, com quem a
Evoke conversou, a corrupção brasileira é
decorrente da fragilidade do Estado, fruto
de uma democracia ainda muito jovem,
se comparada a outros países.
Augusto Nardes alerta para a falta de
planejamento, controle e transparência,
especialmente nos municípios.
Ministro Augusto Nardes,
ex-presidente do Tribunal de Contas da União, TCU
A CASA AINDA ESTÁ
EM CONSTRUÇÃO
EVOKE O combate à corrupção foi quase
um mantra nas últimas campanhas
eleitorais. Como sair da retórica de candidato
para a prática de governante?
AUGUSTO NARDES De forma pragmática,
a resposta se resume a uma
palavra: “GOVERNANÇA”. Não se combate
a corrupção se não houver uma boa governança.
Para sair do discurso e não parecer
que estamos falando de mais um
desses jargões que aparecem de vez em
quando, há que se entender que há uma
boa governança quando se adota um
conjunto de práticas que deem um norte
às instituições, credibilidade e continuidade
ao controle dos atos dos gestores e
avaliação contínua das entregas.
É evidente que há uma parte dos governantes
e gestores públicos que fazem o
desvio, a fraude e a corrupção de forma
consciente. Mas outros cometem a irregularidade
por falta de conhecimento e
assessoramento melhor. Assim, para
sair da retórica, os governantes eleitos
precisam urgentemente se conscientizarem
da importância da adoção e
incorporação dessas boas práticas de
governança para aprimorarem sua capacidade
de avaliar, direcionar e monitorar
a gestão das equipes que executam
as políticas e os serviços públicos.
Planejamento estratégico estabelecido
de acordo com as demandas sociais,
definição de indicadores e metas para
todos os setores da administração,
EVOKEDEZ2014