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O<br />
fim de semana esportivo<br />
na capital federal está cada<br />
vez mais agitado, com muita<br />
emoção, adrenalina e<br />
suor. Quem ainda não consegue visualizar<br />
todo esse movimento deve entender<br />
que os destaques em Brasília não estão<br />
no novo Mané Garrincha ou nos demais<br />
campos de futebol, mas sim nos gramados,<br />
trilhas, cachoeiras e rios do Cerrado.<br />
As competições reúnem uma enorme<br />
gama de esportistas que se aventuram<br />
pelo planalto central, tornando a cidade e<br />
suas” tribos” referências nos chamados<br />
esportes de aventura.<br />
Os craques dessas atividades praticam<br />
todo o tipo de ação: corrida de<br />
orientação, mountain bike, canoagem<br />
e canionismo, são apenas alguns dos<br />
exemplos dos esportes que vem conquistando<br />
muitos adeptos entre os brasilienses.<br />
Os praticantes são diversos:<br />
advogados, médicos, engenheiros e<br />
servidores públicos de todos os escalões<br />
se esforçam para colocar o nome<br />
de Brasília e de seus grupos em destaque<br />
no cenário nacional.<br />
ESTATUTO DA BIKE O subprocurador-<br />
-geral da república, Oswaldo José Barbosa,<br />
55 anos, é um dos integrantes dos<br />
Coroas do Cerrado, que praticam mountain<br />
bike pelo Distrito Federal e regiões<br />
próximas. De acordo com Oswaldo, o<br />
esporte e todos os outros relacionados a<br />
aventura, começaram a ganhar força em<br />
Brasilia no fim da década de 1990.<br />
“Em 1994 um grupo de amigos, seis ou<br />
sete, começou a fazer ciclismo, ainda<br />
com equipamento primário. Eles andavam<br />
no asfalto e depois começaram a<br />
fazer o mountain bike. Eu entrei quatro<br />
anos depois, quando o grupo já havia<br />
desbravado várias trilhas e quando as<br />
bicicletas e os demais equipamentos<br />
começaram a melhorar”, relembra.<br />
Weimar Pettengil<br />
“Na primeira vez em que fui pedalar, o<br />
percurso tinha uns 10 quilômetros. Eu<br />
voltei reclamando e xingando todo mundo,<br />
mas depois fui tomando gosto. Decidimos<br />
formalizar o grupo e criamos os<br />
Coroas do Cerrado. Como éramos muitos<br />
advogados, formalizamos, criamos<br />
estatuto e uniforme” brinca Oswaldo.<br />
O ciclista lembra ainda que o grupo, que<br />
atualmente tem cerca de 40 sócios e<br />
mais uma dezena de ciclistas agregados,<br />
foi um dos precursores do mountain<br />
bike e de esportes de aventura<br />
em Brasília. “Chegamos a ter 52 sócios.<br />
Hoje, estamos em torno de 37, mas as<br />
tradições são seguidas toda semana.<br />
Na sexta-feira almoçamos todos juntos,<br />
em um restaurante na 309 Sul. É nesse<br />
almoço que decidimos as trilhas do fim<br />
de semana”, conta.<br />
Os percursos escolhidos são variados. A<br />
diferença do Distrito Federal para outras<br />
cidades do País é justamente a imensa<br />
variedade de locais bem próximos que<br />
permitem a prática do mountain bike.<br />
“Nós fazemos percursos perto da Fazenda<br />
Taboquinha, em São Sebastião, tem<br />
também uma área da Terracap ao lado<br />
do Taquari. Há ainda um local que chamamos<br />
de tonel, que fica entre o Núcleo<br />
Bandeirante e o Recanto das Emas. Claro<br />
que eu não poderia esquecer de Pirenópolis,<br />
em Goiás, que é a “Meca” do mountain<br />
bike. Tem dia que vamos até lá só<br />
para pedalar e voltar”, revela.<br />
Para Oswaldo, nem mesmo a idade impede<br />
as pessoas de praticarem esportes<br />
de aventura. “O nome Coroas do Cerrado<br />
é uma brincadeira. Nós só aceitamos<br />
Rio Cachoeirinha, São João da Aliança<br />
Weimar Pettengil<br />
maiores de 30 no nosso grupo, mas a<br />
coroa também é uma peça da bicicleta.<br />
Decidimos por esse nome justamente por<br />
essa brincadeira de duplo sentido. Eu estou<br />
com 55 anos, mas temos sócio com<br />
70 anos, como no caso do Bob Schneider<br />
(atleta olímpico norte-americano que disputou<br />
os jogos de Munique 1972). Ciclismo<br />
é um esporte aeróbico em que não há<br />
impacto e você pode praticar até 70, 80<br />
anos”, fala Oswaldo entusiasmado.<br />
ÁGUA COM OBSTÁCULOS NATURAIS<br />
Quem também é empolgado com Brasília<br />
e suas tribos de esportistas radicais<br />
é o canionista Fabio Miguel, 41 anos. Ele<br />
Cânions da Cidade de Pedra<br />
EVOKEDEZ2014