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Apesar do tremendo potencial<br />

e da própria vocação da<br />

cidade como referência tecnológica,<br />

o futuro é preocupante<br />

para o segmento de ciência,<br />

tecnologia e inovação do Distrito Federal.<br />

E em meio a promessas, decisões<br />

e prioridades mais uma vez definidas à<br />

revelia da sociedade – pelo menos até<br />

o momento – o setor aguarda de mãos<br />

atadas uma luz no fim do túnel.<br />

A falta de recursos para o desenvolvimento<br />

de pesquisas, tecnologias e inovações<br />

é a principal reivindicação da comunidade<br />

científica e acadêmica. O coro<br />

aumenta ainda mais com o aumento do<br />

número de empresas de base tecnológica<br />

no setor produtivo, carentes de capital<br />

inicial para desenvolverem produtos/<br />

serviços cada vez mais complexos.<br />

Um dos maiores problemas para a crise<br />

que se alastra no setor é que o DF não<br />

tem um orçamento próprio, independente<br />

e respeitado. Dessa forma, o governo<br />

utiliza o recurso da pasta da forma que<br />

melhor lhe convém. Quando tem que<br />

tirar para outras áreas, tira sem pesta-<br />

nejar. Assim, pesquisadores continuam<br />

finalizando pesquisas com dinheiro do<br />

próprio bolso; jovens estudantes não<br />

conseguem realizar viagens para eventos<br />

técnico-científicos e startups sucumbem<br />

com grandes ideias e inventos.<br />

A superação desse impasse passa pela<br />

revitalização urgente da Fundação de<br />

Apoio à Pesquisa do Distrito Federal<br />

(FAPDF). Única agência pública de fomento<br />

à pesquisa, completou, em 2014,<br />

exatos três anos sem lançar um único<br />

edital de apoio financeiro ao desenvolvimento<br />

de pesquisas. Algo inconcebível<br />

para uma instituição de 21 anos de existência<br />

e que já deveria ter se apoiado no<br />

exemplo de outras Fap´s que tiveram<br />

êxito, como a FAPESP, de São Paulo.<br />

Por outro lado, a comunidade científica,<br />

acadêmica e o setor produtivo tem<br />

que se unir e se mobilizar para criar<br />

uma identidade perante à sociedade e<br />

ganhar força política para ter voz nas<br />

principais decisões. Neste sentido,<br />

vale menção à criação da Frente Parlamentar<br />

de Ciência e Tecnologia na<br />

Câmara Legislativa do Distrito Federal.<br />

De forma democrática e espontânea,<br />

pesquisadores, empresários, estudantes,<br />

gestores, entre outros, vem se<br />

reunindo de forma regular para tratar<br />

do tema. Cabe ao novo Governador escutar<br />

às demandas desse grupo e de<br />

outras organizações antes de definir<br />

equipes e tomar decisões unilaterais.<br />

O governo Rollemberg tem a missão de<br />

posicionar Brasília como capital, não<br />

apenas do serviço público, mas do conhecimento.<br />

E para isso terá que investir<br />

em formação de recursos humanos,<br />

no apoio orçamentário e na popularização<br />

do conhecimento. Porque a população<br />

precisa, também, se apropriar desse<br />

conhecimento para benefício próprio.<br />

Assim, com as devidas ressalvas, e<br />

aliadas a uma administração eficiente,<br />

o segmento de ciência, tecnologia e<br />

inovação pode sair da inércia para assumir<br />

um papel protagonista no desenvolvimento<br />

do Distrito Federal. Atuando<br />

como uma área transversal a todas as<br />

outras principais pastas da administração<br />

pública, como saúde, segurança,<br />

transporte e alimentação.<br />

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