DEMANDA DA PRÓPRIA REGIÃO A transformação do Distrito Federal em capital da biotecnologia é um demanda natural da própria região e é ofertada por uma das mais ricas biodiversidades do mundo: o cerrado. “Muitas espécies vegetais nativas, assim como inúmeros microorganismos, do Cerrado, apresentam potencial para utilização na indústria farmacêutica, de alimentos, de comésticos, de defensivos agropecuários e de biocombustíveis”, explicou à Revista Evoke o secretário-executivo da Rede Pró-Centro-Oeste, Ruy Caldas. No entanto, de acordo com Caldas, apesar de abrigar um rico patrimônio de recursos naturais, o Cerrado permanece desconhecido e inexplorado. “Alem disso, o Cerrado se encontra em estado de degradação, motivado, principalmente, por práticas econômicas não sustentáveis. Assim, muitas espécies nativas estão sendo extintas ou em risco de extinção devido à forte ação antrópica, antes mesmo que suas características e potencialidades sejam plenamente conhecidas pela Ciência”, denunciou o secretário. MOVIMENTO CIDADÃO Como resposta à situação exposta acima e com intuito de potencializar, entre outras metas, o fortalecimento da bioindústria e criar mecanismos de exploração da biodiversidade do Cerrado, um forte movimento cidadão surgiu, liderado pela comunidade acadêmica e científica, para tornar o Distrito Federal em um centro de geração de conhecimentos, tecnologias, inovações, produtos e serviços que viabilizem um salto qualitativo e competitivo na agregação de valor aos recursos naturais do Cerrado. Com apoio de várias instituições da Capital, como Universidade de Brasília, Universidade Católica de Brasília, Embrapa, Polícia Civil do Distrito Federal, Lacen, Secretaria de Ciência e Tecnologia, FAPDF, entre outras, Brasília ganhou aparelhos de última geração e construiu, em 2009, o que é considerado um dos maiores complexos de sequenciamento de genoma de toda a América Latina: o Centro de Alto Desempenho de Genômica do Distrito Federal. Por meio do Centro, várias instituições do DF e do Pais podem contratar os serviços de seqüenciamento de DNA para diversas aplicações, desde o estudo do genoma humano à identificação de genes. “Estudos de ecologias de espécies nativas para fazer estudo de conservação genética, voltados para o melhoramento genético de plantas cultivadas, genética forense, genética medica. Enfim milhares de aplicações”, explicou Dario Grattapaglia, um dos coordenadores do Centro e professor de genética na UCB. E não para por aí. Está p<strong>revista</strong> a construção de um parque de biotecnologia, com aquisição de aparelhos de última geração, a construção de novos laboratórios e centros, como um novo centro de pesquisas em biotecnologia molecular a ser implantado com o objetivo de realizar estudos de escalonamento de produção e purificação de biofármacos na escala de 150 litros. “A biotecnologia é considerada área estratégica para o Brasil, uma vez que o País é altamente dependente da importação de medicamentos. O investimento em biotecnologia cria condições para que haja um aproveitamento sustentável da rica biodiversidade brasileira, em busca da obtenção de processos biotecnológicos inovadores e competitivos. Nesse contexto, um dos setores a serem priorizados é a indústria de biofármacos”, destavou Fernando Araripe, coordenador da Rede de Escalonamento do Centro-Oeste (Resco). PESQUISA E FORMAÇÃO DE RECUR- SOS HUMANOS Outro ganho foi a criação da Rede Centro-Oeste de Pós- -Graduação, Pesquisa e Inovação (Rede Pró-Centro-Oeste). Criada em 2009 com o objetivo de fortalecer e consolidar a formação de recursos humanos e a produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação que contribuam para o desenvolvimento sustentável da Região Centro-Oeste, a Rede tem como foco a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado e do Pantanal. Um dos diferenciais da Rede é a congregação de instituições de ensino dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. “Apos três anos de sua criação, a Rede Pró-Centro-Oeste envolve 16 sub-redes de pesquisa, abrangendo 101 projetos, mais de 500 pesquisadores e 300 alunos de graduação e pós-graduação. Com o investimento realizado, já apresenta resultados expressivos, tais como a publicação de mais de uma centena de artigos científicos. A rede contempla ainda a formação de recursos humanos, principalmente doutores, em áreas estratégicas, alem da formação de empreendedores com atuação na criação e desenvolvimento de empresas de biotecnologia no Centro-Oeste brasileiro.”, explicou Ruy Caldas. DESAFIOS De acordo com Ruy Caldas, apesar do esforço coletivo no sentido de propiciar o desenvolvimento sustentável da Região, ainda há desafios que demandam a expansão e consolidação das ciências biológicas em áreas importantes, tais como formação de grupos de pesquisa e de profissionais qualificados em logística, no sentido amplo. “Programas de pós-graduação em comunicação, sobretudo em comunicação científica, visando à difusão do conhecimento para a população devem ser incentivados. A região deve enfrentar o grande desafio de estruturar novas cadeias de produção com base no potencial da biodiversidade regional, alem de um grande investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação, visando agregar valor aos bens das cadeias produtivas já existentes”, alertou. Para o presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia o desafio é ainda maior. “Apenas 1% da ciência produzida em biotecnologia chega no mercado. Precisamos criar pequenas empresas de base tecnológica. E para isso, precisamos de investimento. Em Brasília, temos que fortalecer a FAPDF custe o que custar”. EVOKEDEZ2014
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