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Cânion do Abade
é praticante de canionismo (Canyoning
- em inglês) e atualmente vive da atividade,
dando aulas, juntando grupos e
praticando o esporte.
“O canyoning começou aqui em Brasília
por volta de 1998. Também iniciamos a
atividade de maneira pioneira na cidade
e hoje recebemos praticantes do mundo
inteiro. Na verdade, a vocação do DF,
da nossa região próxima para o canionismo
é nata”, relata Fabio.
Weimar Pettengil
O canionismo é uma atividade em que
os praticantes vão avançando e percorrendo
os cânions e o leito dos rios.
Eles precisam atravessar os obstáculos
nesse caminho ao longo do curso de
água, como cachoeiras, quedas d’água,
tobogãs e para isso fazem também rapel,
saltos e passam por piscinas naturais.
Na Chapada dos Veadeiros é possível
fazer percursos de até três dias,
dependendo da dificuldade.
“O que nos diferencia é justamente o
acesso. Aqui temos uma situação ímpar,
tudo muito perto, próximo da cidade.
No início, muita gente só queria ir
para a Chapada, mas aqui nós conseguimos
percorrer os cânions em um dia
e os nossos cânions são variados, com
grande numero de rapéis, várias cachoeiras
e você consegue percorrer boa
parte deles em um dia só”, relata Fabio.
Diante de tantos desafios, a atividade
é realizada normalmente por pessoas
já familiarizadas com outros esportes,
que se reúnem no fim de semana para
a prática do Canionismo. “Normalmente
quem me procura para realizar um
percurso ou quem pratica o canionismo
são poliesportistas, que buscam
um algo a mais. São pessoas que já
realizam exploração de cavernas, escaladas,
mountain bike, mergulho e
que já têm essa experiência e buscam
no canioning algo que complemente a
outra atividade”, conta.
Os principais locais onde os percursos
ao longo dos cânions são realizados estão
em Brazlândia, região que já se destaca
no DF justamente pelo turismo rural.
“Não é uma atividade que deve ser
feita sem o acompanhamento de profissionais
da área e é um esporte que depende
de equipamentos de segurança.
Temos percursos incríveis na região de
Brazlândia e também no entorno, como
em Padre Bernardo-GO e São João da
Aliança-GO”, revela o instrutor.
“Temos pelo menos três grupos ativos
que praticam o canionismo em Brasília
e estamos percorrendo o leito dos rios
praticamente todo fim de semana, isso
quando não realizamos atividades até
mesmo no meio da semana. Quem quiser
praticar deve procurar esses grupos.
É fácil encontrar pelo facebook”,
esclarece Fábio Miguel.
CANOAGEM OCEÂNICA NO CER-
RADO Quem pretende começar nas
atividades de aventura mas ainda não
se sente preparado para as emoções do
canionismo pode ainda procurar o Lago
Paranoá nos fins de semana. Para se
acostumar, os interessados podem pegar
uma canoa ou um caiaque e remar
pelo espelho d’água.
Apesar de Brasília estar a mais de mil
quilômetros do mar, a cidade vem se
destacando no cenário nacional nas
competições de canoagem e já sediou
este ano uma etapa da Copa Brasil de
Canoagem Oceânica. “Pode parecer
estranho, mas o Lago Paranoá, dependendo
das condições do clima, requer
dos atletas uma técnica muito grande.
Por isso estamos nos destacando e não
foi à toa que recebemos essa etapa do
torneio de canoagem oceânica”, revela
Lucas Maravalhas, vice-presidente da
Federação Brasiliense de Canoagem.
Para quem deseja se aventurar no espelho
d’água, diversos clubes e a UnB oferecem
diferentes tipos de aulas e modalidades
de caiaque e canoagem. Um
dos destaques no Lago Paranoá tem
sido a canoa havaiana. O barco, conhecido
como Va’a, leva até seis pessoas,
e requer muita coordenação em grupo
para a realização das provas.
“Brasília tem um enorme potencial
para a canoagem e todos os outros esportes
de aventura ou nos quais existe
um contato com a natureza. Nós
temos também atletas de destaque
nessas modalidades, mas falta ainda
um apoio do governo e dos empresários
da cidade. A maioria das pessoas
faz isso por amor, nos fins de semana.
A situação da canoagem é de muito
amor e paixão pelo esporte, mas muita
gente acaba tendo que buscar outras
atividades para se manter. Acabamos
assim por perder a possibilidade de
renovação nesses esportes”, lamenta
Lucas Maravalhas.
EVOKEDEZ2014