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digital<br />
Celular é o meio <strong>de</strong> acesso à<br />
internet mais utilizado no Brasil<br />
Quase 60 milhões <strong>de</strong> brasileiros têm smartphone como única forma<br />
<strong>de</strong> acessar a re<strong>de</strong> mundial, mostra a pesquisa TIC Domicílios 2017<br />
FELIPE TURLÃO<br />
Comitê Gestor da Internet<br />
O (CGI) divulgou na semana<br />
passada a pesquisa TIC Domicílios<br />
2017, que trouxe dados<br />
inéditos sobre o consumo <strong>de</strong><br />
internet no Brasil e que impactam<br />
a forma como as campanhas<br />
publicitárias e a produção<br />
<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca ou editorial<br />
<strong>de</strong>vem ser planejadas e<br />
executadas, especialmente na<br />
esfera digital. O estudo é realizado<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 e mostra como<br />
a população utiliza as tecnologias<br />
no país.<br />
A informação mais importante<br />
é que, pela primeira vez,<br />
a porcentagem da população<br />
com acesso à internet que o<br />
faz somente por smartphones<br />
(49%) suplantou a quantida<strong>de</strong><br />
dos que usam tanto celular<br />
quanto smartphone (47%). Na<br />
TIC Domicílios anterior, a proporção<br />
era <strong>de</strong> 43% e 51%, respectivamente.<br />
Já a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pessoas que acessam a web<br />
apenas pelo PC vem <strong>de</strong>spencando.<br />
Saiu <strong>de</strong> 24% em 2014<br />
para apenas 4% na pesquisa<br />
recém divulgada. Os celulares,<br />
<strong>de</strong>ssa forma, se tornam dominantes<br />
na vida das pessoas que<br />
preten<strong>de</strong>m acessar conteúdos<br />
online. No total, 96% dos brasileiros<br />
que usam a internet fazem<br />
isso em algum momento<br />
pelo celular, 51% pelo computador,<br />
22% pela televisão e 9%<br />
pelos vi<strong>de</strong>ogames.<br />
Uma das razões principais<br />
para o predomínio do mobile é<br />
a questão do acesso. Hoje, 59,1<br />
milhões <strong>de</strong> brasileiros só conseguem<br />
ver internet pelo celular<br />
e isso está diretamente relacionado<br />
à classe social. Enquanto<br />
88% das pessoas na classe A<br />
usam internet nos computadores<br />
e celulares, nas D e E são<br />
apenas 15%. Entre os mais pobres,<br />
80% usam internet apenas<br />
pelo mobile, e na classe C<br />
o índice é alto também (53%).<br />
A conclusão do estudo é que o<br />
preço é a gran<strong>de</strong> barreira para<br />
marchmeena29/iStock<br />
A troca <strong>de</strong> mensagens feita em aplicativos como WhatsApp, Skype e Facebook Messenger é a ação favorita dos usuários no país<br />
ciativa comum a 71% dos usuários,<br />
e com crescimento em<br />
relação aos 68% do estudo anterior,<br />
e ouvir músicas em aplicativos<br />
como Spotify, Deezer<br />
ou mesmo YouTube, também<br />
com 71%. Nesse caso, o índice<br />
anterior era <strong>de</strong> 63%.<br />
Uma das conclusões da TIC<br />
Domicílios 2017 é a massificação<br />
do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os e<br />
músicas por streaming. No caso<br />
do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os e filmes,<br />
o índice <strong>de</strong> pessoas com acesso<br />
a esse tipo <strong>de</strong> conteúdo era <strong>de</strong><br />
apenas 49% em 2012, contra os<br />
já mencionados 71% <strong>de</strong> hoje. Na<br />
contramão, o hábito <strong>de</strong> download<br />
tem diminuído, sendo que<br />
apenas 23% das pessoas baixam<br />
filmes. Outra conclusão do estudo<br />
é sobre o fenômeno dos<br />
gamers: participar <strong>de</strong> jogos pela<br />
internet é um hábito <strong>de</strong> 34%<br />
dos brasileiros que acessam a<br />
se ter internet no computador<br />
em casa, <strong>de</strong> acordo com 59%<br />
das pessoas que não têm.<br />
O estudo trouxe outros dados<br />
interessantes, como as ativida<strong>de</strong>s<br />
mais comuns na internet.<br />
A troca <strong>de</strong> mensagens feita<br />
através <strong>de</strong> aplicativos como<br />
WhatsApp, Skype e Facebook<br />
Messenger é a ação favorita<br />
dos brasileiros, feita por 90%<br />
dos usuários. A segunda ativida<strong>de</strong><br />
mais popular é acessar<br />
re<strong>de</strong>s sociais como Instagram e<br />
Facebook, com um índice que<br />
atinge 77% dos que entram na<br />
internet. Apesar <strong>de</strong> alto, o número<br />
é 1% inferior ao <strong>de</strong> 2016, e<br />
apenas 1% superior ao <strong>de</strong> 2014,<br />
o que indica uma estagnação<br />
do interesse por esse tipo <strong>de</strong><br />
conteúdo. As outras ativida<strong>de</strong>s<br />
mais populares são assistir<br />
conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os em sites<br />
como YouTube e Netflix, iniweb,<br />
mas em 2012, o índice era<br />
parecido, 33%.<br />
A internet também é vista<br />
como possibilida<strong>de</strong> para criação<br />
<strong>de</strong> conteúdos, sendo que<br />
37% das pessoas postaram<br />
textos, imagens ou ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong><br />
sua autoria, e 20% atualizaram<br />
blogs e sites. Já os compartilhamentos<br />
<strong>de</strong> conteúdos <strong>de</strong> terceiros<br />
foram praticados por 73%<br />
dos internautas.<br />
A TIC Domicílios 2017, <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> do Centro<br />
Regional <strong>de</strong> Estudos para o<br />
Desenvolvimento da Socieda<strong>de</strong><br />
da Informação (Cetic.org),<br />
mostra que há 120,7 milhões<br />
<strong>de</strong> internautas no Brasil, mais<br />
<strong>de</strong> dois terços da população<br />
(67%), distribuídos por 42 milhões<br />
<strong>de</strong> domicílios. Para a<br />
composição do estudo, foram<br />
feitas 23.592 entrevistas presenciais<br />
em 350 municípios.<br />
jornal propmark - <strong>30</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57