PME Magazine - Edição 10 - Outubro 2018

OUTUBRO 2018
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é para todos. Não posso privar um daltónico de ter acesso
a uma marca porque tenho exclusividade com outra.”
Hoje, graças a essa não exclusividade, são já várias as
marcas e entidades a utilizar o código ColorADD para
melhorar a vida aos seus utilizadores. Ao todo, atualmente
existem mais de 300 parcerias.
No setor da saúde, o Centro Hospitalar de Lisboa Central
utiliza o código nas seringas utilizadas no bloco operatório.
Já o Hospital de S. João, no Porto, foi o primeiro a
adotar o código nas pulseiras de triagem e indicações
dentro daquela unidade.
“41% dos daltónicos
tem dificuldade
de integração social,
90% precisa de
ajuda para comprar
roupa, 17% só
descobriu que era
daltónico depois
dos 20 anos”
A inovação levou Miguel Neiva a ser o primeiro português
a ser integrado na Ashoka, a maior mundial de empreendedores
sociais e foi, inclusive, condecorado, em
2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco
Silva, com a medalha da Ordem de Mérito Empresarial,
na classe empresarial.
NA EDUCAÇÃO E À PROCURA
DE INVESTIDOR
Da ColorADD nasceu, em 2012, a ColorADD Social, um
projeto que tem como objetivo levar para as escolas o
código e assim chegar a cada vez mais pessoas. É a empresa
ColorADD que financia a vertente social, que se
materializa em rastreios de daltonismo e em diversas
atividades. Nos exames nacionais também já se aplica
o código, como ferramenta aumentativa, e até nos manuais
escolares, como o de Físico-química de 8.º ano,
Geografia de 10.º ano, ou Educação Visual de 5.º e 6.º
anos.
“Assim, o miúdo daltónico deixa de ser descriminado e
passa a ser um super-herói”, advoga.
Uno com código ColorADD
No retalho, o grupo Sonae
já utiliza o código para
identificar o semáforo nutricional
nos produtos comercializados.
Os lápis da
Viarco também servem de
exemplo, o jogo UNO para
daltónicos, comercializado
pela Mattel, foi um sucesso. “Na semana de lançamento,
a Mattel teve um incremento de vendas de 66%”,
afiança Miguel Neiva.
Outras utilizações já estão implementadas, como no
Metro do Porto, nos pontos de reciclagem da Sociedade
Ponto Verde, nas bandeiras de mais de 120 praias da
costa portuguesa, e, recentemente, nos diagramas de
rede da Carris.
Um negócio de sucesso que já valeu vários reconhecimentos
internacionais: a ColorADD foi a primeira empresa
em Portugal a ser considerada uma B Corp, certificação
com origem nos Estados Unidos, atribuída pela
organização B Lab às empresas com um impacto global;
foi selecionada como prática inovadora pelo Zero Project;
a sua app recebeu o prémio de melhor aplicação
mundial na categoria de Inclusão e Empowerment, nos
World Summit Awards, das Nações Unidas.
O projeto já foi, inclusive, testado fora do país, com
enorme sucesso.
Os próximos desafios passam agora por encontrar os
“big players destes setores críticos” – saúde, transportes,
retalho e autarquias – e levar a ColorADD a cada vez
mais pessoas. Isso inclui levar o código também às pessoas
cegas, através do relevo.
A empresa está, também, à procura de um investidor que
ajude a materializar o modelo de expansão “com mais
consistência e assertividade”. O plano foi desenhado
em conjunto com
a consultora Mc-
Kenzie.
“Precisamos que
as empresas olhem
para isto querendo
fazer parte da solução.”
ColorADD Social faz rastreios nas escolas
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