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MEDIR PARA GERIR OUTUBRO <strong>2018</strong> WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM GESTÃO INTERINA NOS NEGÓCIOS Paulo Leal, partner da ARGUS Performance Partners ARGUS Perfomance Partners Começamos por clarificar o conceito de gestão interina. A prática de Interim Management (IM) ou colocação temporária de executivos pode ser resumida como a incorporação de um (ou mais) executivo(s) externo(s) à empresa, com elevada experiência de gestão e de direção ou com determinada competência específica, para levar a cargo: uma tarefa executiva concreta, durante um prazo pré-determinado, com um conjunto de objetivos previamente definidos. As características comuns a estes profissionais são a experiência acumulada em lugares de gestão de topo e a vontade de trabalhar por projeto. De acordo com um estudo Paulo Leal (ARGUS) do Institute of Interim Management, 34% dos recursos procuram variedade e 22% flexibilidade. Acima de tudo, a opção pelo IM permite aos recursos serem donos do seu tempo e das suas agendas, e ao mesmo tempo, colocar a sua energia e experiência ao serviço das empresas. São profissionais altamente qualificados e com competências para liderar os processos transformacionais ou disruptivos essenciais para o crescimento e evolução das organizações. O QUE É QUE DIFERENCIA OS INTERIM MANAGERS - São independentes, não fazem parte da “política” da empresa, permitindo uma visão isenta e tomar medidas que os quadros da empresa poderiam ter dificuldade em tomar; - São profissionais seniores, com muitos anos de experiência de direção de primeira linha ou administração nas áreas de negócio ou de gestão para as quais são chamados a desempenhar funções; - São transformacionais, ou seja, desempenham normalmente missões de mudança, desenvolvimento de negócio, gestão de crise ou processo de reestruturação; - São focados no tempo. O IM deverá estar disponível muito rapidamente para uma missão e tem um calendário de projeto pré-definido, devendo entregar dentro do prazo acordado. QUANDO É QUE SE UTILIZA O INTERIM MANAGEMENT Se a solução “clássica” de utilização de IM é a substituição temporária de um executivo, por ausência do quadro da empresa, doença, licença de maternidade ou saída súbita, cada vez mais é uma solução que as empresas adotam para fazer face a processos transformacionais ou disruptivos, nomeadamente: 1. Processos de reestruturação – Empresa em situação financeira difícil, com perda de volume de negócios ou com prejuízo, falta de competitividade no mercado, etecetera; 2. Melhoria de performance – O mercado desenvolve-se a uma velocidade vertiginosa, pelo que se torna necessário às empresas manterem-se sempre na liderança da inovação com o lançamento de novos produtos, entrada em novos mercados ou abertura de novos canais comerciais; 3. Fundos de investimento ou Private Equity – O IM aparece em diversos países como apoio aos fundos de investimento, seja numa fase de análise do ativo para potencial investimento, na implementação de um processo de reestruturação (primeiros <strong>10</strong>0 dias) ou desenvolvimento de negócio ou até, em algumas situações, gerindo as empresas objeto do investimento, atuando como Managing Partner; 4. Gestão de projeto – A correta e atempada implementação de projetos, seja o lançamento de uma nova fábrica, seja um processo de transformação digital, requer, muitas vezes, competências específicas que as empresas não detêm, socorrendo-se nesse caso do IM para desempenhar, por exemplo, funções de PMO. As empresas de IM, como a ARGUS Performance Partners, têm nas suas bases de dados dezenas de recursos com experiência e conhecimento específico, que poderão endereçar virtualmente qualquer desafio. Ao fazer parte da rede internacional do WIL Group tem ainda acesso a mais de 35.000 CV em todo o mundo. São diversas as vantagens para as empresas: acesso a profissionais com elevada experiência e uma missão, estratégica para a empresa; vinculação temporária, resultando num custo variável; retorno do investimento com resultados mensuráveis num tempo normalmente curto; rapidez na identificação do recurso e início do projeto; trabalho por objetivos, o que implica produtividade, compromisso e dedicação; visão externa, trazendo frescura e objetividade. Em Portugal, uma vez que a gestão interina é uma prática recente, existe espaço para novas abordagens. Do lado dos recursos, cada vez mais os profissionais seniores pretendem trabalhar em projetos, pelo que é hoje possível encontrar uma quantidade interessante de recursos experientes disponíveis para endereçar estes desafios. Do lado das empresas, e num tecido empresarial de médias empresas, é notória a necessidade de recursos executivos profissionais para empreender processos de reestruturação ou de desenvolvimento de negócio. As soluções de IM são a melhor resposta para, em complemento da estrutura societária e/ou da gestão, aportar competências às empresas que as permitam crescer e responder aos desafios de um mundo cada vez mais global e competitivo. 33