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marketing & negócios<br />
maxsattana/iStock<br />
<strong>2019</strong> será melhor,<br />
mas não vai ser fácil<br />
Apesar das excelentes perspectivas<br />
para este ano, a vida das<br />
empresas e marcas será bem difícil<br />
Rafael Sampaio<br />
Na coluna da semana passada, observei<br />
que estamos no limiar <strong>de</strong> duas renascenças<br />
para a ativida<strong>de</strong> publicitária: o<br />
fortalecimento da mídia “tradicional”, inclusive<br />
com a colaboração do digital, e da<br />
economia <strong>de</strong> mercado, pela anunciada reorientação<br />
da política econômica pública.<br />
Os sinais <strong>de</strong> retorno da crença da mídia<br />
“tradicional” é um fenômeno global que<br />
vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado e será acelerado<br />
em <strong>2019</strong>. No caso do mercado nacional, as<br />
perspectivas <strong>de</strong> profundas mudanças e <strong>de</strong><br />
um período <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aceleração dos negócios<br />
estão na base da nova política econômica,<br />
nos propósitos e no perfil nos novos<br />
responsáveis pela sua gestão macro.<br />
Esse esperado período <strong>de</strong> vacas gordas<br />
não vai cair do céu, porém, nem significar<br />
uma vida fácil para os gestores das organizações<br />
e marcas, incluindo seus dirigentes<br />
comerciais e <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />
Isso porque, consi<strong>de</strong>rando a situação que<br />
se anuncia, as empresas e marcas precisarão,<br />
mais e mais, cativar os corações, convencer<br />
as mentes e estimular os <strong>de</strong>dos, ou<br />
seja, motivar as ações dos prospects, consumidores<br />
e clientes. O que significa, para<br />
o mercado publicitário, uma situação com<br />
certeza bem melhor que nos últimos anos,<br />
mas que será mais complexa e difícil, uma<br />
vez que operar no novo ambiente – para<br />
anunciantes, agências e veículos – <strong>de</strong>mandará<br />
mais esforços e assertivida<strong>de</strong>.<br />
À medida em que o mercado começar<br />
a voltar, timing e aceleração serão vitais,<br />
pois a <strong>de</strong>mora em mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e voltar<br />
a investir com maior vigor na disputa pelos<br />
consumidores po<strong>de</strong> levar as marcas retardatárias<br />
a per<strong>de</strong>r ótimas oportunida<strong>de</strong>s. As<br />
empresas – que disputam, neste momento,<br />
o pagamento das dívidas, novos investimentos<br />
ou mais consumo – precisam estar<br />
mais ativas do que nunca, para não per<strong>de</strong>r<br />
seu lugar na maratona que se inicia, que terá<br />
aumentada a velocida<strong>de</strong> e a intensida<strong>de</strong><br />
média <strong>de</strong> competição. Porque as bases <strong>de</strong><br />
mercado foram modificadas nesses anos<br />
<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> evolução tecnológica<br />
e <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento dos consumidores,<br />
com um expressivo aumento da competição<br />
cruzada e da própria eficiência dos concorrentes.<br />
Os consumidores mudaram <strong>de</strong> visão,<br />
comportamento e hábito, novas categorias<br />
e subcategorias <strong>de</strong> mercado foram criadas e<br />
inúmeras novas marcas passaram a existir.<br />
Há, também, um número maior <strong>de</strong> “bocas<br />
para comer”, interna e externamente às<br />
organizações, e todos vão disputar ferozmente<br />
cada real existente ou que venha a<br />
existir. Competidores diretos e, principalmente,<br />
indiretos estão ou estarão na disputa<br />
em número cada vez maior, empregando<br />
estratégias e táticas tradicionais e inovadoras<br />
com maior pressão.<br />
Com isso constataremos, uma vez mais,<br />
que as soluções mais eficientes po<strong>de</strong>m<br />
não ser as mais eficazes. E novos padrões<br />
<strong>de</strong> pensamento, estruturação <strong>de</strong> planos,<br />
sua aplicação e mensuração precisarão ser<br />
aplicados, com mais esforço e precisão que<br />
antes. Quando o mercado era menos complexo<br />
e havia menos soluções, não era difícil<br />
escolher a melhor <strong>de</strong>las. Agora, é exatamente<br />
o contrário.<br />
Uma dificulda<strong>de</strong> comum no marketing<br />
e na publicida<strong>de</strong> tem sido a estruturação<br />
<strong>de</strong> soluções mais eficientes no curto prazo,<br />
mas que po<strong>de</strong>m comprometer a eficácia no<br />
longo prazo.<br />
Por isso, o recomendado é, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
empregar um mix otimizado do passado<br />
e do presente para assegurar o futuro, pois<br />
é certo que nem tudo que é antigo funciona<br />
menos ou <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar e nem tudo<br />
que é novo funciona ou é melhor.<br />
A sabedoria está em fazer esse mix otimizado<br />
do tradicional com o novo para<br />
construir o amanhã com maior soli<strong>de</strong>z. O<br />
que <strong>de</strong>mandará colaboração mais intensa e<br />
ativa entre anunciantes, agências e veículos<br />
– tema do terceiro artigo <strong>de</strong>sta série.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
26 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark