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era a marca “oficial” do Estado, <strong>das</strong><br />
corporações de bombeiros e da polícia.<br />
Eram os grandes protagonistas.<br />
n DAS MÁQUINAS À LAND ROVER<br />
Vítor Santos e Renato Santos são<br />
a terceira geração da Motormáquina.<br />
Antes deles, foram os seus<br />
pais a tomar conta da empresa. Eles<br />
habituaram-se a visitá-la. A brincar<br />
no meio dos jipes usados. Ambos<br />
dão valor ao passado, mas, ao crescer,<br />
perceberam que deveria haver<br />
duas fases distintas nesta história.<br />
A segunda começou quando assumiram<br />
a responsabilidade conduzir<br />
os destinos da empresa, há 24 e 25<br />
anos, respetivamente. Vítor Santos,<br />
primeiro, depois do falecimento do<br />
seu pai (Firmino) e da conclusão do<br />
curso de Gestão de Empresas. Renato<br />
Santos, um ano mais tarde, por sucessão<br />
do seu pai (José dos Santos),<br />
depois de uma pequena experiência<br />
internacional e de concluído o curso<br />
em Comunicação Social.<br />
Na conceção do negócio deles havia<br />
muito a mudar. “Não tínhamos uma<br />
empatia tão grande pelas máquinas<br />
e acabámos por encerrar esta área,<br />
especializando-nos nas peças para<br />
a Land Rover”, contam. Era o início<br />
da Motormáquina como ela é hoje.<br />
“Não começámos do zero, porque<br />
capital, sabíamos que uma grande<br />
parte do negócio estava a norte. E<br />
isso serviu de catapulta para o nosso<br />
desenvolvimento. A partir daí, foi<br />
manter a qualidade do nosso trabalho<br />
e ir fidelizando cada vez mais<br />
clientes”, afirma.<br />
Houve outros episódios importantes<br />
para o desenvolvimento da<br />
Motormáquina. Um deles foi o conhecimento<br />
travado com empresas<br />
em Inglaterra, país onde residem<br />
os maiores fornecedores do ramo<br />
4x4. Outro ocorreu quando a Land<br />
Rover foi vendida à BMW e perdeu<br />
grande parte dos concessionários em<br />
Portugal. “Tínhamos o know-how e<br />
podíamos criar uma alternativa de<br />
fornecimento a muitas empresas,<br />
em Portugal, que trabalhavam com<br />
a Land Rover e que, de um momento<br />
“A Land Rover não<br />
é só uma marca. É<br />
um estilo de vida.<br />
Uma tribo. Todos<br />
sentem que<br />
pertencem a um<br />
grupo especial”,<br />
diz Renato Santos<br />
tem características muito próprias.<br />
Muitos sabem quantos parafusos tem<br />
o veículo. E, depois, temos o outro<br />
público, onde somos mais fortes: as<br />
oficinas e casas de peças. Estes precisam<br />
do apoio de uma estrutura como<br />
a nossa, que seja capaz de responder,<br />
rapidamente, ao que são as suas necessidades”,<br />
afirma.<br />
Renato Santos complementa o<br />
raciocínio: “Trabalhamos com uma<br />
paixão que parece não ter fim. A Land<br />
Rover não é só uma marca. É um estilo<br />
de vida. Uma tribo. Todos sentem<br />
que pertencem a um grupo especial.<br />
Será sempre um negócio de futuro.<br />
ram de ser considerados veículos de<br />
trabalho. Só as pick-up mantiveram<br />
esse ‘estatuto’. Os veículos 4x4 passaram<br />
a custar o dobro. Claro que o<br />
mercado mudou radicalmente. Tivemos<br />
receio do futuro e falámos com<br />
algumas pessoas em Inglaterra, que<br />
nos descansaram. ‘Não se preocupem<br />
com isso’, disseram-nos. A Land Rover<br />
nunca acabará”, conta. Prova disso, é<br />
que 70% dos veículos fabricados pela<br />
marca britânica continua a andar. E<br />
a precisar de peças. “Não é apenas a<br />
marca que funciona. O aftermarket<br />
também. Grande parte <strong>das</strong> peças está<br />
em produção. Para os entusiastas,<br />
não há esse risco, que existe noutras<br />
marcas. Consegue-se sempre arranjar<br />
quase tudo”, sublinha Vítor Santos.<br />
n SEGREDO DA LONGEVIDADE<br />
A mudança de instalações, para<br />
Sacavém, há três anos, localização<br />
que é privilegiada, coincidiu com a<br />
renovação da imagem. Tudo isso foi<br />
fundamental para dinamizar a atividade<br />
e dar ânimo à própria equipa.<br />
“Era um grande handicap. As pessoas<br />
conheciam-nos como uma empresa<br />
moderna, com grande capacidade<br />
de resposta e conhecimento. Mas<br />
quando vinham visitar-nos, achavam<br />
a zona muito velha. Hoje, ficam<br />
satisfeitos quando veem as nossas<br />
tínhamos background, mas achámos<br />
que devíamos mudar a empresa um<br />
pouco à nossa imagem. Especializámo-nos<br />
num segmento: os 4x4 e, em<br />
grande parte, na Land Rover. Fomos<br />
criando clientes e oportunidades de<br />
negócio”, revela Renato Santos, que<br />
não esquece momentos marcantes<br />
como, por exemplo, “a criação da<br />
loja no Porto”. Porquê? “Estando na<br />
para o outro, ficaram sem peças”,<br />
conta Vítor Santos, reconhecendo “o<br />
grande salto dado na altura”. Outra<br />
evolução da empresa, nos últimos<br />
20 anos, foi a passagem da venda de<br />
peças usa<strong>das</strong> para novas.<br />
n JÓIA DA COROA<br />
Atualmente, a Motormáquina tem<br />
dois tipos de público. “O cliente final<br />
Ainda hoje estamos a vender peças<br />
para veículos com mais de 60 anos. A<br />
Land Rover fez agora 70 anos. Temos<br />
de estar muito atentos a tudo o que<br />
vai surgindo, sejam modelos mais<br />
antigos, réplicas ou novos restauros”.<br />
Desta feita, é Vítor Santos quem<br />
acrescenta outro ponto de vista.<br />
“No ano 2000, houve uma alteração<br />
aos impostos e os veículos 4x4 deixainstalações<br />
modernas e funcionais,<br />
com condições para estacionarem<br />
o seu veículo em segurança”, refere<br />
Renato Santos, rematando, de seguida,<br />
à laia de conclusão: “O que faz<br />
a nossa longevidade? A persistência<br />
e a honestidade. Dois valores que nos<br />
transmitiram. E estes valores levam<br />
à confiança de todos os parceiros e<br />
clientes com quem trabalhamos”. ✱<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
2019 I Maio