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Jornal das Oficinas 162

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era a marca “oficial” do Estado, <strong>das</strong><br />

corporações de bombeiros e da polícia.<br />

Eram os grandes protagonistas.<br />

n DAS MÁQUINAS À LAND ROVER<br />

Vítor Santos e Renato Santos são<br />

a terceira geração da Motormáquina.<br />

Antes deles, foram os seus<br />

pais a tomar conta da empresa. Eles<br />

habituaram-se a visitá-la. A brincar<br />

no meio dos jipes usados. Ambos<br />

dão valor ao passado, mas, ao crescer,<br />

perceberam que deveria haver<br />

duas fases distintas nesta história.<br />

A segunda começou quando assumiram<br />

a responsabilidade conduzir<br />

os destinos da empresa, há 24 e 25<br />

anos, respetivamente. Vítor Santos,<br />

primeiro, depois do falecimento do<br />

seu pai (Firmino) e da conclusão do<br />

curso de Gestão de Empresas. Renato<br />

Santos, um ano mais tarde, por sucessão<br />

do seu pai (José dos Santos),<br />

depois de uma pequena experiência<br />

internacional e de concluído o curso<br />

em Comunicação Social.<br />

Na conceção do negócio deles havia<br />

muito a mudar. “Não tínhamos uma<br />

empatia tão grande pelas máquinas<br />

e acabámos por encerrar esta área,<br />

especializando-nos nas peças para<br />

a Land Rover”, contam. Era o início<br />

da Motormáquina como ela é hoje.<br />

“Não começámos do zero, porque<br />

capital, sabíamos que uma grande<br />

parte do negócio estava a norte. E<br />

isso serviu de catapulta para o nosso<br />

desenvolvimento. A partir daí, foi<br />

manter a qualidade do nosso trabalho<br />

e ir fidelizando cada vez mais<br />

clientes”, afirma.<br />

Houve outros episódios importantes<br />

para o desenvolvimento da<br />

Motormáquina. Um deles foi o conhecimento<br />

travado com empresas<br />

em Inglaterra, país onde residem<br />

os maiores fornecedores do ramo<br />

4x4. Outro ocorreu quando a Land<br />

Rover foi vendida à BMW e perdeu<br />

grande parte dos concessionários em<br />

Portugal. “Tínhamos o know-how e<br />

podíamos criar uma alternativa de<br />

fornecimento a muitas empresas,<br />

em Portugal, que trabalhavam com<br />

a Land Rover e que, de um momento<br />

“A Land Rover não<br />

é só uma marca. É<br />

um estilo de vida.<br />

Uma tribo. Todos<br />

sentem que<br />

pertencem a um<br />

grupo especial”,<br />

diz Renato Santos<br />

tem características muito próprias.<br />

Muitos sabem quantos parafusos tem<br />

o veículo. E, depois, temos o outro<br />

público, onde somos mais fortes: as<br />

oficinas e casas de peças. Estes precisam<br />

do apoio de uma estrutura como<br />

a nossa, que seja capaz de responder,<br />

rapidamente, ao que são as suas necessidades”,<br />

afirma.<br />

Renato Santos complementa o<br />

raciocínio: “Trabalhamos com uma<br />

paixão que parece não ter fim. A Land<br />

Rover não é só uma marca. É um estilo<br />

de vida. Uma tribo. Todos sentem<br />

que pertencem a um grupo especial.<br />

Será sempre um negócio de futuro.<br />

ram de ser considerados veículos de<br />

trabalho. Só as pick-up mantiveram<br />

esse ‘estatuto’. Os veículos 4x4 passaram<br />

a custar o dobro. Claro que o<br />

mercado mudou radicalmente. Tivemos<br />

receio do futuro e falámos com<br />

algumas pessoas em Inglaterra, que<br />

nos descansaram. ‘Não se preocupem<br />

com isso’, disseram-nos. A Land Rover<br />

nunca acabará”, conta. Prova disso, é<br />

que 70% dos veículos fabricados pela<br />

marca britânica continua a andar. E<br />

a precisar de peças. “Não é apenas a<br />

marca que funciona. O aftermarket<br />

também. Grande parte <strong>das</strong> peças está<br />

em produção. Para os entusiastas,<br />

não há esse risco, que existe noutras<br />

marcas. Consegue-se sempre arranjar<br />

quase tudo”, sublinha Vítor Santos.<br />

n SEGREDO DA LONGEVIDADE<br />

A mudança de instalações, para<br />

Sacavém, há três anos, localização<br />

que é privilegiada, coincidiu com a<br />

renovação da imagem. Tudo isso foi<br />

fundamental para dinamizar a atividade<br />

e dar ânimo à própria equipa.<br />

“Era um grande handicap. As pessoas<br />

conheciam-nos como uma empresa<br />

moderna, com grande capacidade<br />

de resposta e conhecimento. Mas<br />

quando vinham visitar-nos, achavam<br />

a zona muito velha. Hoje, ficam<br />

satisfeitos quando veem as nossas<br />

tínhamos background, mas achámos<br />

que devíamos mudar a empresa um<br />

pouco à nossa imagem. Especializámo-nos<br />

num segmento: os 4x4 e, em<br />

grande parte, na Land Rover. Fomos<br />

criando clientes e oportunidades de<br />

negócio”, revela Renato Santos, que<br />

não esquece momentos marcantes<br />

como, por exemplo, “a criação da<br />

loja no Porto”. Porquê? “Estando na<br />

para o outro, ficaram sem peças”,<br />

conta Vítor Santos, reconhecendo “o<br />

grande salto dado na altura”. Outra<br />

evolução da empresa, nos últimos<br />

20 anos, foi a passagem da venda de<br />

peças usa<strong>das</strong> para novas.<br />

n JÓIA DA COROA<br />

Atualmente, a Motormáquina tem<br />

dois tipos de público. “O cliente final<br />

Ainda hoje estamos a vender peças<br />

para veículos com mais de 60 anos. A<br />

Land Rover fez agora 70 anos. Temos<br />

de estar muito atentos a tudo o que<br />

vai surgindo, sejam modelos mais<br />

antigos, réplicas ou novos restauros”.<br />

Desta feita, é Vítor Santos quem<br />

acrescenta outro ponto de vista.<br />

“No ano 2000, houve uma alteração<br />

aos impostos e os veículos 4x4 deixainstalações<br />

modernas e funcionais,<br />

com condições para estacionarem<br />

o seu veículo em segurança”, refere<br />

Renato Santos, rematando, de seguida,<br />

à laia de conclusão: “O que faz<br />

a nossa longevidade? A persistência<br />

e a honestidade. Dois valores que nos<br />

transmitiram. E estes valores levam<br />

à confiança de todos os parceiros e<br />

clientes com quem trabalhamos”. ✱<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

2019 I Maio

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