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edição de 26 de agosto de 2019

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pesquisa<br />

MindMiners estuda ansieda<strong>de</strong><br />

e seus impactos na publicida<strong>de</strong><br />

Mal do século é reconhecido por 60% da amostra <strong>de</strong> 550 pessoas<br />

<strong>de</strong> todas as faixas etárias; para 80% problema cresce na socieda<strong>de</strong><br />

kentoh/iStock<br />

Paulo Macedo<br />

Os transtornos relacionados<br />

à ansieda<strong>de</strong> são cada<br />

vez mais evi<strong>de</strong>ntes. O estresse<br />

provocado por situações cotidianas<br />

atinge pessoas <strong>de</strong> todas<br />

as faixas etárias, sem distinção<br />

<strong>de</strong> classe social. É consi<strong>de</strong>rado<br />

o mal do século. Uma pesquisa<br />

feita pela MindMiners, com base<br />

na Escala Beck e amostra <strong>de</strong><br />

550 indivíduos, constatou que<br />

60% se reconhece com algum<br />

tipo <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. E para 80%<br />

“a socieda<strong>de</strong> atual apresenta<br />

um alto grau <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>”.<br />

Uma síntese da pesquisa fala<br />

que “os sintomas mais citados<br />

foram: nervosismo, insônia,<br />

suor, medo e dores. Além disso,<br />

os resultados mostram que<br />

os mais jovens costumam se<br />

sentir ansiosos antes <strong>de</strong> dormir,<br />

enquanto os mais velhos<br />

apresentam mais sintomas no<br />

período da manhã”.<br />

O consultor <strong>de</strong> marketing Rodrigo<br />

Patah fez um recorte para<br />

o problema na publicida<strong>de</strong>.<br />

“Como gestores <strong>de</strong> marcas, <strong>de</strong>vemos<br />

pensar na nossa responsabilida<strong>de</strong><br />

frente à socieda<strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>mos explorar essa fragilida<strong>de</strong>,<br />

seja estimulando um consumo<br />

<strong>de</strong>senfreado ou levando<br />

nossos colaboradores ao burnout,<br />

ou trazer uma visão mais<br />

construtiva sobre o assunto,<br />

buscando conscientizar e dar<br />

suporte às pessoas. Além disso,<br />

como vimos, as marcas são<br />

consi<strong>de</strong>radas por parte dos consumidores<br />

como vilãs nesse assunto.<br />

Adotar uma abordagem<br />

mais consciente e compreensiva<br />

é ótima oportunida<strong>de</strong> para<br />

uma aproximação genuína com<br />

os consumidores”, ele explicou.<br />

Responsável pela análise,<br />

por meio do painel digital Me-<br />

Seems, Patah reforça que o efeito<br />

Fomo (Fear of Missing Out)<br />

“sinaliza o medo <strong>de</strong> ficar por<br />

fora do que está acontecendo.”<br />

Segundo ele, “é um dos principais<br />

fatores que estimulam<br />

as pessoas a permanecerem<br />

hiperconectadas. Meta<strong>de</strong> dos<br />

respon<strong>de</strong>ntes, por exemplo,<br />

“As mArcAs são<br />

consi<strong>de</strong>rAdAs<br />

por pArte dos<br />

consumidores<br />

como vilãs<br />

nesse Assunto”<br />

diz sentir ansieda<strong>de</strong> quando<br />

recebe uma notificação”. Patah<br />

prossegue: “Há uma visão por<br />

parte do consumidor <strong>de</strong> que as<br />

marcas estimulam a ansieda<strong>de</strong><br />

na socieda<strong>de</strong>, através do incentivo<br />

ao consumo, do bombar<strong>de</strong>io<br />

<strong>de</strong> anúncios e do estabelecimento<br />

<strong>de</strong> padrões sociais<br />

por meio da publicida<strong>de</strong>, como<br />

padrões <strong>de</strong> beleza. O consumo<br />

é muitas vezes uma fuga para<br />

pessoas ansiosas. Uma parcela<br />

consi<strong>de</strong>rável concorda que,<br />

quando compra algum produto,<br />

a ansieda<strong>de</strong> diminui momentaneamente,<br />

e mais da meta<strong>de</strong><br />

dos respon<strong>de</strong>ntes afirma<br />

que come mais quando está se<br />

sentindo ansioso.”<br />

Apesar do volume elevado,<br />

a ansieda<strong>de</strong> ainda é um tabu.<br />

“Em muitas ocasiões falta compreensão<br />

e coragem da socieda<strong>de</strong><br />

para enfrentar o problema,<br />

ao mesmo tempo em que a banalização<br />

do termo, cada vez<br />

mais presente na mídia, po<strong>de</strong><br />

provocar distorções e naturalizar<br />

o problema”, finaliza Patah.<br />

38 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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