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pesquisa<br />
MindMiners estuda ansieda<strong>de</strong><br />
e seus impactos na publicida<strong>de</strong><br />
Mal do século é reconhecido por 60% da amostra <strong>de</strong> 550 pessoas<br />
<strong>de</strong> todas as faixas etárias; para 80% problema cresce na socieda<strong>de</strong><br />
kentoh/iStock<br />
Paulo Macedo<br />
Os transtornos relacionados<br />
à ansieda<strong>de</strong> são cada<br />
vez mais evi<strong>de</strong>ntes. O estresse<br />
provocado por situações cotidianas<br />
atinge pessoas <strong>de</strong> todas<br />
as faixas etárias, sem distinção<br />
<strong>de</strong> classe social. É consi<strong>de</strong>rado<br />
o mal do século. Uma pesquisa<br />
feita pela MindMiners, com base<br />
na Escala Beck e amostra <strong>de</strong><br />
550 indivíduos, constatou que<br />
60% se reconhece com algum<br />
tipo <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. E para 80%<br />
“a socieda<strong>de</strong> atual apresenta<br />
um alto grau <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>”.<br />
Uma síntese da pesquisa fala<br />
que “os sintomas mais citados<br />
foram: nervosismo, insônia,<br />
suor, medo e dores. Além disso,<br />
os resultados mostram que<br />
os mais jovens costumam se<br />
sentir ansiosos antes <strong>de</strong> dormir,<br />
enquanto os mais velhos<br />
apresentam mais sintomas no<br />
período da manhã”.<br />
O consultor <strong>de</strong> marketing Rodrigo<br />
Patah fez um recorte para<br />
o problema na publicida<strong>de</strong>.<br />
“Como gestores <strong>de</strong> marcas, <strong>de</strong>vemos<br />
pensar na nossa responsabilida<strong>de</strong><br />
frente à socieda<strong>de</strong>.<br />
Po<strong>de</strong>mos explorar essa fragilida<strong>de</strong>,<br />
seja estimulando um consumo<br />
<strong>de</strong>senfreado ou levando<br />
nossos colaboradores ao burnout,<br />
ou trazer uma visão mais<br />
construtiva sobre o assunto,<br />
buscando conscientizar e dar<br />
suporte às pessoas. Além disso,<br />
como vimos, as marcas são<br />
consi<strong>de</strong>radas por parte dos consumidores<br />
como vilãs nesse assunto.<br />
Adotar uma abordagem<br />
mais consciente e compreensiva<br />
é ótima oportunida<strong>de</strong> para<br />
uma aproximação genuína com<br />
os consumidores”, ele explicou.<br />
Responsável pela análise,<br />
por meio do painel digital Me-<br />
Seems, Patah reforça que o efeito<br />
Fomo (Fear of Missing Out)<br />
“sinaliza o medo <strong>de</strong> ficar por<br />
fora do que está acontecendo.”<br />
Segundo ele, “é um dos principais<br />
fatores que estimulam<br />
as pessoas a permanecerem<br />
hiperconectadas. Meta<strong>de</strong> dos<br />
respon<strong>de</strong>ntes, por exemplo,<br />
“As mArcAs são<br />
consi<strong>de</strong>rAdAs<br />
por pArte dos<br />
consumidores<br />
como vilãs<br />
nesse Assunto”<br />
diz sentir ansieda<strong>de</strong> quando<br />
recebe uma notificação”. Patah<br />
prossegue: “Há uma visão por<br />
parte do consumidor <strong>de</strong> que as<br />
marcas estimulam a ansieda<strong>de</strong><br />
na socieda<strong>de</strong>, através do incentivo<br />
ao consumo, do bombar<strong>de</strong>io<br />
<strong>de</strong> anúncios e do estabelecimento<br />
<strong>de</strong> padrões sociais<br />
por meio da publicida<strong>de</strong>, como<br />
padrões <strong>de</strong> beleza. O consumo<br />
é muitas vezes uma fuga para<br />
pessoas ansiosas. Uma parcela<br />
consi<strong>de</strong>rável concorda que,<br />
quando compra algum produto,<br />
a ansieda<strong>de</strong> diminui momentaneamente,<br />
e mais da meta<strong>de</strong><br />
dos respon<strong>de</strong>ntes afirma<br />
que come mais quando está se<br />
sentindo ansioso.”<br />
Apesar do volume elevado,<br />
a ansieda<strong>de</strong> ainda é um tabu.<br />
“Em muitas ocasiões falta compreensão<br />
e coragem da socieda<strong>de</strong><br />
para enfrentar o problema,<br />
ao mesmo tempo em que a banalização<br />
do termo, cada vez<br />
mais presente na mídia, po<strong>de</strong><br />
provocar distorções e naturalizar<br />
o problema”, finaliza Patah.<br />
38 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark