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Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
“A belezA do ser<br />
humAno é A suA<br />
imperfeição,<br />
que o motivA A<br />
mudAr”<br />
Luiz Sanches, chairman e CCO da AlmapBBDO<br />
Hugo Rodrigues, da WMcCann, é um dos palestrantes<br />
Your Greatness porque ela mostra<br />
que tudo é acessível ao ser<br />
humano”, argumenta Quintela.<br />
Dois gran<strong>de</strong>s painéis trazem<br />
à tona os temas O futuro<br />
da TV: seja o primeiro a saber;<br />
e A maior invenção do marketing<br />
é o ser humano, este<br />
com participação <strong>de</strong> Hugo Rodrigues,<br />
chairman e CEO da<br />
WMcCann; Marcelo Bicudo, da<br />
Superunion Brand Consultancy;<br />
e Moritz Wolff, da Dunnhumby.<br />
Por que as marcas precisam ter<br />
valor humano?<br />
Bicudo respon<strong>de</strong>: “Por dois<br />
principais motivos. Primeiro,<br />
por mais processos e plataformas<br />
tecnológicas que uma<br />
marca possua é fundamental<br />
sabermos que existem pessoas<br />
por trás, operando e criando<br />
produtos, serviços e comunicação.<br />
É preciso compreen<strong>de</strong>r<br />
que o principal ativo <strong>de</strong> uma<br />
empresa são as pessoas e a<br />
cultura <strong>de</strong> marca. Em segundo<br />
lugar, se o consumidor está no<br />
centro <strong>de</strong> tudo e se o customer<br />
experience é fundamental para<br />
o relacionamento entre pessoas<br />
e marcas, novamente é preciso<br />
ter a consciência <strong>de</strong> que não<br />
apenas as pessoas precisam<br />
confiar nas marcas, mas também<br />
as marcas precisam confiar<br />
nas pessoas. Essa é gran<strong>de</strong><br />
revolução, que vai além <strong>de</strong> ter<br />
um propósito”.<br />
O executivo da Superunion<br />
Brand Consultancy prossegue:<br />
“É fundamental saber que as<br />
pessoas não compram marcas<br />
ou produtos apenas. Elas compram<br />
uma história, elas cobram<br />
atitu<strong>de</strong>s, compram a ética, que<br />
está por <strong>de</strong> trás da estética. Para<br />
fugir <strong>de</strong> uma relação meramente<br />
transacional, é fundamental<br />
ter essa compreensão. Se a<br />
verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma marca ocorre<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora (employer<br />
experience) e <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro<br />
(customer experience), a relação<br />
entre pessoas passa a ser<br />
fundamental para que as coisas<br />
sejam realizadas <strong>de</strong> fato para<br />
uma marca. Cada funcionário é<br />
um embaixador ou <strong>de</strong>trator. O<br />
mesmo para os clientes”, <strong>de</strong>staca<br />
Bicudo.<br />
ÍCONES<br />
Três profissionais do mercado<br />
foram eleitos para receber o<br />
prêmio Ícones da Propaganda:<br />
Luiz Sanches, chairman e CCO<br />
da AlmapBBDO; Marcia Esteves,<br />
presi<strong>de</strong>nte e CEO da Grey<br />
Brasil; e Erh Ray, CEO da BETC<br />
Havas.<br />
“A troca humana permite<br />
um aprendizado sempre diferente.<br />
Po<strong>de</strong>mos fazer cursos<br />
e mais cursos, mas se sentar<br />
em uma praça e trocar experiências<br />
tem valor inestimável.<br />
Nada substitui a troca<br />
humana. Máquinas ajudam o<br />
ser humano a <strong>de</strong>sempenhar<br />
melhor seus papéis. Seja por<br />
otimização, velocida<strong>de</strong>, eficiência<br />
e <strong>de</strong> forma divertida. Quase<br />
sempre olhamos para o processual<br />
<strong>de</strong> fábrica, que é substituir<br />
o operacional por máquinas.<br />
Mas também têm outros olhares,<br />
mais humanos, que estimulam<br />
a criativida<strong>de</strong> genuína para<br />
resolver problemas e observar<br />
oportunida<strong>de</strong>s para as marcas”,<br />
enfatizou Marcia Esteves.<br />
“As marcas passaram a ter<br />
um caráter mais humano <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o advento da internet. Passaram<br />
a ser influencers <strong>de</strong> pessoas<br />
que compartilham o que<br />
gostam. Porém, elas precisam<br />
ser inspiradoras. As pessoas<br />
as seguem por alguma razão,<br />
caso contrário excluem dos<br />
seus pontos <strong>de</strong> contato. As<br />
marcas têm a obrigação <strong>de</strong> não<br />
repetir discursos. Elas também<br />
não querem tomar tiro<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. Mas uma<br />
Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />
Erh Ray, da BETC Havas, é um dos Ícones da Propaganda<br />
marca só vai criar lovers se<br />
tiver haters. Ela tem <strong>de</strong> saber<br />
transitar e saber que é normal<br />
receber feedbacks negativos<br />
para po<strong>de</strong>r se fortalecer lados<br />
positivos. As marcas têm uma<br />
responsabilida<strong>de</strong> muito maior<br />
hoje. Antigamente era um diálogo<br />
<strong>de</strong> uma via só”, diz Luiz<br />
Sanches.<br />
“O valor humano das marcas<br />
é uma tendência que veio<br />
para ficar. As marcas trouxeram<br />
as pessoas para o centro<br />
da conversa. As empresas <strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> falar sobre si e começaram<br />
a falar sobre as pessoas<br />
que usam seus produtos.<br />
E para essa dinâmica ocorrer<br />
é necessário que elas tenham<br />
propósito e se posicionem em<br />
relação a assuntos importantes<br />
para a socieda<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>clara<br />
Erh Ray.<br />
PAINéIS<br />
Por outro lado, se o capital<br />
humano transfere as suas características<br />
para as marcas,<br />
voltar às origens exige KPIs<br />
mercadológicos com olhar não<br />
sectário dos executivos por trás<br />
do planejamento estratégico. E<br />
também da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores.<br />
O consumidor reage em<br />
tempo real e faz provocações<br />
capazes <strong>de</strong> minar processos <strong>de</strong><br />
branding. A vantagem é que<br />
recomeçar e mostrar mudanças<br />
consistentes é aceitável. Ou<br />
seja, errou, corrigiu. Não é apagar<br />
da lousa conceitos equivocados.<br />
É preciso reescrever com<br />
todos os pingos nos is.<br />
Os canais <strong>de</strong> mídia também<br />
estão se reinventando. A TV,<br />
que concentra no Brasil cerca<br />
<strong>de</strong> 70% dos investimentos em<br />
publicida<strong>de</strong>, corre para se conectar<br />
com as novas nuances<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> canais na era<br />
multitelas e on <strong>de</strong>mand. Um<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 31