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7. Origem - Dan Brown

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Ávila franziu as pálpebras diante do sol e finalmente enxergou uma forma escura se erguendo na

paisagem. À medida que chegavam mais perto, seus olhos se arregalaram, incrédulos.

Isso é… uma catedral?

Uma construção daquele porte era algo que ele poderia esperar encontrar em Madri ou Paris. Ávila

tinha morado a vida inteira em Sevilha, mas jamais soubera da existência de uma catedral ali, no meio do

nada. Quanto mais perto chegavam, mais impressionante parecia o complexo, com as enormes paredes de

cimento fornecendo um nível de segurança que o almirante só tinha visto na Cidade do Vaticano.

Marco saiu da rodovia e seguiu por uma curta estrada de acesso em direção à catedral, aproximandose

de um alto portão de ferro que bloqueava o caminho. Enquanto paravam, Marco pegou um cartão

plastificado no porta-luvas e o colocou no painel.

Um guarda se aproximou, checou o cartão e espiou dentro do veículo, dando um sorriso largo ao ver

Marco.

– Bienvenidos – disse. – ¿Qué tal, Marco?

Os dois homens trocaram um aperto de mãos e Marco apresentou o almirante Ávila.

– Ha venido a conocer al papa – disse Marco ao guarda. Ele veio conhecer o papa.

O guarda assentiu, admirando as medalhas no uniforme de Ávila, e liberou a passagem. Enquanto o

portão enorme se abria, Ávila sentiu que estava entrando num castelo medieval.

A altíssima catedral que se erguia diante deles tinha oito pináculos, cada um com uma torre de sino

em três camadas. Um trio de cúpulas enormes compunha o corpo da estrutura, cujo exterior era feito de

pedra marrom-escura e branca, o que lhe dava uma impressão estranhamente moderna.

Ávila baixou o olhar para a estrada de acesso, que se dividia em três pistas paralelas, cada uma

ladeada por uma falange de palmeiras altas. Para sua surpresa, toda a área estava apinhada de veículos

estacionados – centenas. Sedãs de luxo, ônibus dilapidados, lambretas sujas de lama… tudo o que fosse

imaginável.

Marco passou por todos, indo direto até o pátio da frente da igreja, onde um guarda os viu, olhou o

relógio e os fez entrar numa vaga obviamente reservada para eles.

– Estamos um pouco atrasados – disse Marco. – Devemos entrar depressa.

Ávila já ia responder, mas as palavras ficaram presas na garganta.

Tinha acabado de ver a placa na frente da igreja:

IGLESIA CATÓLICA PALMARIANA

Meu Deus! Ávila ficou horrorizado. Ouvi falar desta igreja!

Virou-se para Marco, tentando controlar o coração, que batia forte.

– Essa é a sua igreja, Marco? – Ávila tentou não parecer alarmado. – Você é um… palmariano?

Marco sorriu.

– Você disse a palavra como se fosse algum tipo de doença. Sou apenas um católico devoto que

acredita que Roma se desviou do caminho.

Ávila levantou os olhos de novo para a igreja. A estranha afirmação de Marco, de que conhecia o

papa, subitamente fez sentido. O papa está aqui na Espanha.

Alguns anos antes, a rede de televisão Canal Sur tinha apresentado um documentário intitulado La

Iglesia Oscura, cujo propósito era revelar alguns segredos da Igreja Palmariana. Ávila ficou pasmo ao

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