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7. Origem - Dan Brown

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– Água tônica – provocou um. – Achei que a gente ia beber junto.

Ávila deu um sorriso cansado para a garçonete e terminou sua água tônica.

– Infelizmente tenho um compromisso – disse. – Mas aproveitem a cerveja.

Enquanto Ávila se levantava, os dois, como se tivessem ensaiado, bateram com as mãos rudes nos

ombros dele e o empurraram de volta para o banco. Uma fagulha de raiva relampejou nos olhos do

oficial e desapareceu em seguida.

– Vovô, acho que você não quer deixar a gente sozinho com sua amiguinha aqui.

O valentão olhou para ela e fez uma coisa nojenta com a língua.

O oficial ficou sentado por um longo instante, depois enfiou a mão no paletó.

Os dois o agarraram.

– Ei! O que está fazendo?

Muito lentamente, o oficial pegou um celular e disse alguma coisa em espanhol para os homens. Eles

o encararam sem compreender e ele voltou a falar em inglês:

– Desculpem, só preciso ligar para minha mulher e dizer que vou me atrasar. Parece que vou ficar um

tempo aqui.

– Agora você está falando nossa língua, meu chapa! – disse o maior dos dois, engolindo a cerveja e

batendo o copo no balcão. – Outra!

Enquanto enchia de novo os copos, a garçonete viu pelo espelho o oficial digitar algumas teclas e

levar o telefone ao ouvido. A ligação foi completada e ele falou rapidamente em espanhol.

– Llamo desde el bar Molly Malone. – O oficial leu o nome e o endereço do bar no descanso de

copo à sua frente. – Calle Particular de Estraunza, ocho. – Esperou um instante e continuou: –

Necesitamos ayuda inmediatamente. Hay dos hombres heridos. – E desligou.

¿Dos hombres heridos? A pulsação da garçonete acelerou. Dois homens feridos?

Antes que ela pudesse processar o significado daquilo, houve um borrão branco e o oficial girou à

direita, mandando um cotovelo para cima contra o nariz do maior. Com um estalo nauseabundo, o rosto

do sujeito irrompeu em vermelho e ele caiu para trás. Antes que o segundo pudesse reagir, o oficial girou

de novo, desta vez para a esquerda, com o outro cotovelo acertando com força a traqueia do irlandês e

jogando-o para fora do banco.

A garçonete ficou olhando em choque os dois homens no chão, um gritando em agonia, o outro

ofegando e segurando o pescoço.

O oficial se levantou devagar. Com uma calma assustadora, tirou a carteira e pôs uma nota de cem

euros no balcão.

– Desculpe – disse a ela em espanhol. – A polícia vai chegar daqui a pouco para ajudar.

Em seguida se virou e saiu.

Do lado de fora, o almirante Ávila inalou o ar da noite e foi andando pela Alameda de Mazarredo em

direção ao rio. Sirenes da polícia se aproximaram e ele mergulhou nas sombras para deixar que as

autoridades passassem. Havia um trabalho sério a ser feito e Ávila não podia se dar ao luxo de ter mais

complicações.

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