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7. Origem - Dan Brown

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Entropia.

– Professor Langdon? – disse uma voz familiar com sotaque britânico no alto-falante acima. – Srta.

Vidal?

Langdon quase havia se esquecido de Winston, que ficara em silêncio durante toda a apresentação.

– Por favor, não fiquem alarmados – continuou Winston. – Mas deixei a polícia entrar no prédio.

Langdon olhou através da parede de vidro e viu um monte de policiais entrando no santuário. Todos

pararam bruscamente e ficaram olhando, incrédulos, o computador enorme.

– Por quê?! – perguntou Ambra.

– O Palácio Real acaba de fazer uma declaração dizendo que a senhorita não foi sequestrada. Agora

as autoridades têm ordem de proteger vocês dois, Srta. Vidal. Dois agentes da Guardia também acabam

de chegar. Eles gostariam de ajudá-la a fazer contato com o príncipe Julián. Têm um número em que a

senhorita pode encontrá-lo.

No térreo, Langdon viu dois agentes da Guardia entrando.

Ambra fechou os olhos, obviamente querendo sumir.

– Ambra – sussurrou Langdon –, você precisa falar com o príncipe. Ele é seu noivo. Está preocupado

com você.

– Eu sei. – Ela abriu os olhos. – Só não sei se ainda confio nele.

– Você disse que sua intuição dizia que ele era inocente. Pelo menos ouça o que ele tem a dizer. Você

vai saber quando fizer isso.

Ambra assentiu e foi em direção à porta giratória. Langdon a viu desaparecer escada abaixo e se

virou de novo para a tela na parede, que continuava a mostrar imagens.

– A evolução é a favor da religião – estava dizendo um pastor. – As comunidades religiosas

cooperam melhor do que as não religiosas, portanto desenvolvem-se mais prontamente. Esse é um fato

científico!

O pastor estava certo, Langdon sabia. Dados antropológicos mostravam que culturas que praticavam

religião historicamente viviam mais do que culturas não religiosas. O medo de ser julgado por uma

divindade onisciente sempre ajuda a inspirar um comportamento benévolo.

– Seja como for – contrapôs um cientista –, mesmo se presumirmos por um momento que as culturas

religiosas se comportam melhor e têm maior probabilidade de prosperar, isso não prova que seus deuses

imaginários sejam reais!

Langdon teve de sorrir, imaginando o que Edmond pensaria de tudo isso. Sua apresentação tinha

mobilizado vigorosamente ateus e criacionistas, todos reivindicando um tempo igual num diálogo

acalorado.

– Adorar a Deus é como explorar petróleo – argumentou alguém. – Muita gente inteligente sabe que é

uma postura míope, no entanto já se investiu tanto nisso que não dá para parar!

Uma série de fotos antigas apareceu na tela:

Um cartaz criacionista que um dia esteve pendurado na Times Square: NÃO DEIXE QUE TRANSFORMEM

VOCÊ NUM MACACO! LUTE CONTRA DARWIN!

Uma placa de estrada no Maine: NÃO VÁ À IGREJA. VOCÊ É VELHO DEMAIS PARA CONTOS DE FADAS.

E outra: RELIGIÃO: PORQUE PENSAR DÁ TRABALHO.

Um anúncio numa revista: A TODOS OS NOSSOS AMIGOS ATEUS: GRAÇAS A DEUS VOCÊS ESTÃO ERRADOS!

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