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7. Origem - Dan Brown

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corrigiu. Observou a falácia desse raciocínio.

Isso pegou a apresentadora desprevenida.

– Então Edmond acreditava que quem mandou essas “sementes” não era humano? Como pode ser, se

as sementes eram, por assim dizer, “receitas” para a propagação humana?

– Os humanos são inacabados – respondeu o Dr. Bennett –, para usar as palavras exatas de Edmond.

– Como assim?

– Edmond disse que, se essa teoria do casulo fosse verdadeira, a receita que foi mandada à Terra

provavelmente ainda não estava no ponto certo de cozimento, não tinha sido acabada. O que quer dizer

que os seres humanos não são o “produto final”, e sim uma espécie transitória evoluindo para outra

coisa… uma coisa alienígena.

A apresentadora da CNN ficou perplexa.

– Edmond argumentou que qualquer forma de vida avançada não mandaria uma receita de seres

humanos, assim como não mandaria uma receita para chimpanzés. – O cientista deu um risinho. – De

fato, Edmond me acusou de ser um cristão enrustido, dizendo de brincadeira que só uma mente religiosa

poderia acreditar que a humanidade é o centro do Universo. Ou que os alienígenas mandariam pelo

correio o DNA de “Adão e Eva” para o cosmo.

– Bom, doutor. – A apresentadora parecia nitidamente desconfortável com a direção da entrevista. –

Certamente foi esclarecedor falar com o senhor. Obrigada pelo seu tempo.

O vídeo terminou e Ambra se virou para Langdon.

– Robert, se Edmond descobriu alguma prova de que os seres humanos são uma espécie alienígena

semievoluída, isso levanta uma questão ainda maior: em direção a quê, exatamente, estamos evoluindo?

– Sim. E acredito que Edmond verbalizou isso de um modo ligeiramente diferente, fazendo uma

pergunta: Para onde vamos?

Ambra pareceu espantada em completar o círculo.

– A segunda pergunta de Edmond na apresentação desta noite.

– Exato. De onde viemos? Para onde vamos? Parece que o cientista da Nasa que acabamos de ver

acha que Edmond olhou para o céu e encontrou respostas para as duas perguntas.

– O que você acha, Robert? Foi isso que Edmond descobriu?

Langdon sentiu a testa se franzir enquanto avaliava as possibilidades. A teoria do cientista, apesar de

empolgante, parecia genérica e sobrenatural demais para o pensamento agudo de Edmond Kirsch.

Edmond gostava das coisas simples, limpas e técnicas. Era um cientista da computação. Mais

importante, Langdon não conseguia imaginar como Edmond provaria uma teoria assim. Desencavando

um casulo de semente antigo? Detectando uma transmissão alienígena? Nessas duas hipóteses, seriam

revelações instantâneas, mas a descoberta do ex-aluno tinha demorado tempo.

Edmond disse que vinha trabalhando nela havia meses.

– Não sei – respondeu Langdon. – Mas meu instinto diz que a descoberta de Edmond não tem nada a

ver com vida extraterrestre. Acredito mesmo que ele descobriu algo totalmente diferente.

Ambra pareceu surpresa, depois intrigada.

– Acho que só há um modo de descobrir. – E indicou a janela.

À frente deles brilhavam os pináculos reluzentes da Sagrada Família.

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