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7. Origem - Dan Brown

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Edmond fez pegadas na lama atrás do peixe, representando o passo evolucionário do peixe em direção à

terra.

Cabeças começaram a confirmar, em apreciação.

– E, finalmente – disse Langdon –, o asterisco assimétrico à direita, que o peixe parece estar

abocanhando, é um dos símbolos mais antigos para Deus.

A mulher com Botox se virou e fez uma careta para ele.

– Um peixe comendo Deus?

– Aparentemente, sim. É uma versão brincalhona do peixe de Darwin: a evolução consumindo a

religião. – Langdon deu de ombros com ar casual. – Como eu disse, é bem inteligente.

Enquanto se afastava, escutou o grupo murmurando atrás, e Winston soltou uma gargalhada.

– Muito divertido, professor! Edmond apreciaria sua palestra improvisada. Não são muitas as

pessoas que decifram essa obra.

– Bom, na verdade esse é o meu trabalho.

– Sim, e agora entendo por que o Sr. Kirsch recomendou que eu o considerasse um convidado

superespecial. De fato, ele pediu que eu lhe mostrasse uma coisa que nenhum dos outros convidados vai

experimentar esta noite.

– É? E o que será?

– À direita das janelas principais o senhor está vendo um corredor com cordão de isolamento?

Langdon olhou à direita.

– Estou.

– Bom. Por favor, siga minhas orientações.

Em dúvida, Langdon obedeceu às instruções passo a passo de Winston. Foi até a entrada do corredor

e, depois de verificar duas vezes se ninguém estava olhando, se espremeu discretamente por trás dos

balaústres e foi avançando até sumir de vista.

Agora, tendo deixado para trás a multidão do átrio, caminhou dez metros até uma porta de metal com

um teclado numérico.

– Tecle esses seis dígitos – disse Winston, informando os números.

Langdon digitou o código e a porta soltou um estalo.

– Certo, professor. Por favor, entre.

Langdon ficou parado um momento, sem saber o que esperar. Então, preparando-se, empurrou a porta.

O espaço do outro lado estava mergulhado na semiescuridão.

– Vou acender as luzes para o senhor – disse Winston. – Por favor, entre e feche a porta.

Langdon entrou devagar, esforçando-se para enxergar. Fechou a porta e a fechadura estalou.

Aos poucos, uma luz suave começou a surgir nas bordas da sala, revelando um espaço

impensavelmente enorme – uma câmara gigantesca – como um hangar de avião para uma frota de jumbos.

– Três mil metros quadrados – explicou Winston.

A sala fazia o átrio parecer minúsculo.

Enquanto as luzes continuavam a aumentar, Langdon viu um grupo de formas enormes apoiadas no

chão – sete ou oito silhuetas escuras – como dinossauros pastando na noite.

– O que, afinal, estou vendo? – perguntou.

– Chama-se A Matéria do Tempo. – A voz animada de Winston reverberou pelo fone de Langdon. – É

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