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7. Origem - Dan Brown

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C A P Í T U L O 3

O átrio do museu parecia uma catedral futurista.

Quando Langdon entrou, seu olhar se voltou imediatamente para cima, escalando por um conjunto de

colunas brancas e colossais ao longo de uma altíssima cortina de vidro que subia por 60 metros até um

teto em abóbada, onde refletores halógenos lançavam uma luz branca e pura. Suspensa no ar, uma teia de

passarelas e sacadas atravessava os céus, salpicada com visitantes vestidos de preto e branco que

entravam e saíam das galerias superiores e paravam junto às janelas altas, admirando o lago lá embaixo.

Ali perto um elevador de vidro descia suavemente pela parede, voltando à terra para recolher mais

visitantes.

Era diferente de todos os museus que Langdon tinha visto. Até a acústica parecia estranha. Em vez do

tradicional silêncio reverente, criado pelos acabamentos que abafavam os sons, aquele lugar era vivo –

com ecos murmurantes de vozes filtradas pela pedra e o vidro. Para Langdon, a única sensação familiar

era o gosto estéril no fundo da língua. O ar dos museus era o mesmo em todo o mundo – filtrado

meticulosamente para retirar todas as partículas e oxidantes, depois umidificado com água ionizada até

45 por cento.

Passou por uma série de pontos de segurança surpreendentemente rígidos, notando uma boa

quantidade de guardas armados, e finalmente se viu diante de outra mesa de recepção. Uma jovem estava

distribuindo fones de ouvido.

– ¿Audioguía?

Langdon sorriu.

– Não, obrigado.

Mas, enquanto ele se aproximava da mesa, a mulher o fez parar, passando a falar num inglês perfeito.

– Sinto muito, senhor, mas nosso anfitrião, o Sr. Edmond Kirsch, pediu que todos usassem fones. Faz

parte da experiência da noite.

– Claro.

Langdon estendeu a mão para pegar um fone, mas ela fez que não. Depois de verificar seu crachá,

procurou o nome dele na lista de convidados e entregou um fone cujo número estava indicado ao lado do

seu nome.

– As visitas desta noite são preparadas uma a uma para cada convidado.

Verdade? Langdon olhou ao redor. Há centenas de convidados.

Olhou o fone, que não passava de uma fina alça de metal com almofadas minúsculas nas

extremidades. Talvez vendo sua expressão perplexa, a moça deu a volta na mesa para ajudar.

– Estes são bastante novos – disse ela, ajudando-o a colocar o aparelho. – Os transdutores não vão

dentro dos ouvidos, e sim apoiam-se no rosto.

Ela pôs a alça por trás da cabeça dele e posicionou as almofadas de modo a apertarem gentilmente

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