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7. Origem - Dan Brown

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fazendo pressão contra o que consideravam perigos do dogma religioso: Ateus Americanos, Freedom

from Religion Foundation, Americanhumanist.org, Aliança Ateísta Internacional.

Langdon nunca tinha prestado muita atenção nesses grupos até que Edmond lhe contou sobre o

Movimento Bright – uma organização global que, apesar do nome frequentemente mal-entendido,

endossava uma visão de mundo naturalista sem qualquer elemento sobrenatural ou místico. Dentre os

brights estavam intelectuais importantes como Richard Dawkins, Margaret Downey e Daniel Dennett.

Aparentemente o crescente exército de ateus estava reunindo armamento pesado.

Minutos antes, enquanto examinava a seção da biblioteca dedicada à evolução, Langdon tinha visto

livros de Dawkins e Dennett. O clássico de Dawkins, O Relojoeiro Cego, desafiava enfaticamente a

noção teleológica de que os seres humanos – como relógios complexos – só poderiam existir se tivessem

tido um “projetista”. De modo semelhante, um dos livros de Dennett, A Perigosa Ideia de Darwin,

argumentava que a seleção natural por si só bastava para explicar a evolução da vida e que os complexos

projetos biológicos podiam existir sem um projetista divino.

Deus não é necessário para a vida, pensou Langdon, lembrando-se da apresentação de Edmond. De

repente, a pergunta “De onde viemos?” ressoou um pouco mais intensa na sua mente. Será que isso pode

ser parte da descoberta de Edmond? A ideia de que a vida existe por conta própria – sem um Criador?

Essa teoria, claro, era diretamente oposta a todas as principais narrativas da Criação, o que deixou

Langdon cada vez mais curioso para saber se podia estar na pista certa. Mas isso não parecia ser algo

que fosse possível provar.

– Robert? – chamou Ambra atrás dele.

Langdon se virou e viu que Ambra tinha terminado a busca no seu lado da biblioteca e estava

balançando a cabeça.

– Aqui, nada – disse. – Tudo não ficção. Vou ajudar a procurar do seu lado.

– Até agora a mesma coisa aqui.

Enquanto Ambra se encaminhava para o outro lado, a voz de Winston soou no telefone:

– Srta. Vidal?

Ambra levantou o aparelho de Edmond.

– Sim?

– A senhorita e o professor Langdon precisam ver uma coisa agora mesmo. O palácio acaba de fazer

uma declaração pública.

Langdon foi para perto de Ambra assistir ao vídeo que baixava na tela do telefone.

Reconheceu a praça diante do Palácio Real de Madri, onde um homem uniformizado e com algemas

era obrigado por quatro agentes da Guardia Real a entrar em quadro. Os agentes viraram o prisioneiro

para a câmera, como se quisessem envergonhá-lo diante dos olhos do mundo.

– Garza!? – exclamou Ambra, perplexa. – O chefe da Guardia Real está sendo preso?

Então a câmera se virou e mostrou uma mulher de óculos grossos que pegou um papel no bolso do

terninho e se preparou para ler uma declaração.

– Essa é Mónica Martín – disse Ambra. – Coordenadora de relações públicas. O que está

acontecendo?

A mulher começou a ler, enunciando cada palavra com clareza.

– O Palácio Real está prendendo o comandante Diego Garza pela participação no assassinato de

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