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7. Origem - Dan Brown

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O Regente delineou a missão desta noite com clareza.

Para Ávila, havia uma serenidade simples em receber ordens do Regente. Nenhuma decisão.

Nenhuma culpa. Apenas ação. Depois de uma carreira dando ordens, era um alívio entregar o leme e

deixar que outros guiassem o navio.

Nesta guerra sou um soldado raso.

Vários dias antes o Regente havia contado a ele um segredo tão perturbador que Ávila não tivera

escolha senão oferecer-se por inteiro à causa. A brutalidade da missão da noite anterior ainda o

assombrava, no entanto ele sabia que seus atos seriam perdoados.

A retidão existe de muitas formas.

E mais morte virá antes que esta noite acabe.

Enquanto emergia numa praça ampla junto à margem do rio, Ávila levantou os olhos para a estrutura

enorme à frente. Era uma confusão ondulante de formas perversas cobertas por placas de metal – como se

dois mil anos de progresso arquitetônico tivessem sido jogados pela janela em troca do caos absoluto.

Alguns chamam isso de museu. Eu chamo de monstruosidade.

Focalizando os pensamentos, atravessou a praça, serpenteando em meio a uma série de esculturas

bizarras do lado de fora do Museu Guggenheim de Bilbao. Enquanto se aproximava do edifício, viu

dezenas de convidados se misturando, vestidos com seus melhores trajes a rigor.

As massas sem Deus se congregaram.

Mas esta noite não será como nenhum deles imagina.

Ajeitou o quepe de almirante e alisou o paletó, fortificando-se mentalmente para a tarefa. Aquela

noite fazia parte de uma missão muito maior: uma cruzada pela honradez.

Enquanto atravessava o pátio em direção à entrada do museu, tocou gentilmente no rosário dentro do

bolso.

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