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7. Origem - Dan Brown

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virou um reality show. Ironicamente, as pessoas que tentaram silenciar Edmond conseguiram o oposto:

deram-lhe a maior audiência de qualquer anúncio científico em toda a história. Isso me faz lembrar de

quando o Vaticano foi contra o seu livro O Cristianismo e o Sagrado Feminino, que depois disso se

tornou um best-seller.

Quase best-seller, pensou Langdon, mas o argumento de Winston era válido.

– Um dos principais objetivos de Edmond era ter uma audiência maximizada.

– Ele está certo – concordou Ambra, olhando para Langdon. – Quando Edmond e eu discutíamos o

evento ao vivo no Guggenheim, ele ficava obcecado com a ideia de aumentar a audiência e atrair o maior

número de espectadores possível.

– Como eu disse – enfatizou Winston –, estamos chegando ao ponto de saturação de mídia, e não há

momento melhor do que o atual para revelar a descoberta dele.

– Entendi – disse Langdon. – Só diga o que fazer.

Continuando, chegaram a um obstáculo inesperado: uma escada posta no meio do corredor, como se

para um serviço de pintura. Era impossível avançar sem tirar a escada da frente ou passar por baixo dela.

– Essa escada – observou Langdon. – Devo tirá-la?

– Não – respondeu Winston. – Edmond a colocou deliberadamente aí, muito tempo atrás.

– Por quê? – perguntou Ambra.

– Como vocês talvez saibam, Edmond desprezava todas as formas de superstição. Ele fazia questão

de passar por baixo de uma escada todo dia, a caminho do trabalho, como se mostrasse a língua para os

deuses. E, mais ainda, se algum visitante ou técnico se recusasse a passar por baixo dessa escada,

Edmond o expulsava do prédio.

Sempre tão razoável! Langdon sorriu, lembrando-se de uma vez em que Edmond o havia censurado

em público por “bater na madeira” para espantar a má sorte. Robert, a não ser que você seja um druida

enrustido que ainda bate nas árvores para acordá-las, por favor, deixe essa superstição ignorante no

passado, que é o lugar dela!

Ambra continuou andando, abaixando-se e passando sob a escada. Com um tremor de nervosismo

reconhecidamente irracional, Langdon foi atrás.

Quando chegaram ao outro lado, Winston os orientou a virarem num canto, chegando a uma grande

porta de segurança que tinha duas câmeras e um scanner biométrico.

Havia uma placa escrita à mão acima da porta: SALA 13.

Langdon olhou o número do azar. Edmond zombando dos deuses outra vez.

– Esta é a entrada do laboratório dele – disse Winston. – A não ser os técnicos contratados que

ajudaram Edmond a construí-lo, pouquíssimas pessoas têm acesso permitido.

Com isso, a porta zumbiu alto e Ambra não perdeu tempo segurando a maçaneta e abrindo-a. Deu um

passo para dentro, parou e levou a mão à boca, com um arquejo. Quando Langdon olhou para a frente,

para o santuário da igreja, entendeu a reação dela.

O grande salão da capela era dominado pela maior caixa de vidro que Langdon já vira. O volume

transparente cobria todo o piso e chegava até o teto da capela, a uns seis metros de altura.

A caixa parecia dividida em dois andares.

No primeiro, Langdon podia ver centenas de armários de metal do tamanho de geladeiras,

enfileirados como bancos de igreja voltados para um altar. Os armários não tinham portas e suas

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