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edição de 18 de maio de 2020

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meRcado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Juliana Ferraz, da Holding Clube: “São novos tempos em todos os sentidos”<br />

Claudio Romano, CEO da Dream Factory: “impacto inimaginável” se cancelar o Carnaval<br />

Live marketing se articula para<br />

mudar concorrências e práticas<br />

Polêmica envolvendo leilão reverso da BRF reacen<strong>de</strong>u os problemas;<br />

setor acredita que pan<strong>de</strong>mia é chance <strong>de</strong> mudar relação com clientes<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Des<strong>de</strong> o início do distanciamento social,<br />

o setor <strong>de</strong> live marketing vem <strong>de</strong>monstrando<br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação junto ao<br />

mercado. Um dos primeiros a pausar suas<br />

ativida<strong>de</strong>s por conta do novo coronavírus, o<br />

segmento organizou uma série <strong>de</strong> ofensivas<br />

no último mês para exigir melhores práticas<br />

<strong>de</strong> parceiros comerciais e apresentar um plano<br />

<strong>de</strong> retomada dos eventos.<br />

Uma coalização <strong>de</strong> 11 entida<strong>de</strong>s anunciou<br />

recentemente o Go Live – Juntos pelo Brasil.<br />

O documento é baseado em três pilares: segurança,<br />

impacto e legislação. Desenvolvido<br />

com base em protocolos da OMS e outras instituições,<br />

as diretrizes sugeridas foram levadas<br />

ao governo e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a retomada dos<br />

eventos “tão logo possível, <strong>de</strong> forma responsável,<br />

porém proativa. Não queremos ser os<br />

últimos na retomada. Queremos retomar rapidamente.<br />

Com responsabilida<strong>de</strong>, mas com<br />

agilida<strong>de</strong>.”<br />

Ainda em abril, a Ampro lançou um movimento<br />

por relações sustentáveis, a ação ganhou<br />

a #JobEntregueJobPago e contou com<br />

a<strong>de</strong>são e apoio da Abap, da Fenapro e do GAN.<br />

O grupo afirma que “concorrências não remuneradas,<br />

contratos sem garantias, sem compromisso<br />

<strong>de</strong> faturamento anual e com prazos<br />

<strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> 60, 90 e 120 dias tornam a<br />

manutenção das estruturas necessárias para a<br />

viabilização do live marketing insustentável”.<br />

De acordo com Claudio Romano, CEO da<br />

Dream Factory, há anos as agências questionam<br />

os processos <strong>de</strong> concorrência tradicionais.<br />

“Porém, acreditamos que não existe um<br />

momento mais propício que o atual para zerarmos<br />

essa pedra. Este é o momento <strong>de</strong> reescrevermos<br />

a história do live marketing no país<br />

e revitalizarmos esse mercado no momento<br />

que ele mais precisa”, diz.<br />

Ainda segundo Romano, eles estão solicitando<br />

aos clientes que mu<strong>de</strong>m a forma <strong>de</strong><br />

contratar as agências. “Pedindo para suspen<strong>de</strong>rem<br />

os processos tradicionais. São processos<br />

que envolvem inúmeras agências com, no<br />

mínimo, duas etapas, na qual muitas vezes a<br />

i<strong>de</strong>ia é trocada por uma negociação do fee.<br />

Dinâmicas que consomem diversos recursos<br />

das agências, sem remuneração.”<br />

O i<strong>de</strong>al, diz, seria que os clientes realizassem<br />

análises técnicas das empresas por meio<br />

do seu histórico e estabelecessem “uma negociação<br />

em cima <strong>de</strong> uma proposta comercial<br />

que foque nas receitas das agências e não nos<br />

custos <strong>de</strong> terceiros”.<br />

Luis Justo, CEO do Rock in Rio, acredita ser<br />

natural que, em momentos <strong>de</strong> recessão, as<br />

empresas adotem políticas austeras <strong>de</strong> custo.<br />

Por outro lado, diz, “o mercado será mais seletivo,<br />

mas sempre haverá espaço para os projetos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que entregarem valor para<br />

a retomada <strong>de</strong> seus negócios.”<br />

De acordo com Juliana Ferraz, diretora-<br />

-comercial da Holding Clube, a pan<strong>de</strong>mia é<br />

responsável por uma mudança <strong>de</strong> comportamento<br />

no setor. “É preciso ter uma coerência<br />

com os clientes e fornecedores. São novos<br />

tempos em todos os sentidos. As empresas terão<br />

<strong>de</strong> pensar no todo e em toda a ca<strong>de</strong>ia. Não<br />

existirá outro caminho”, ressalta.<br />

Alexis Pagliarini, presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro, afirma que a crise traz à tona questões<br />

que são recorrentes. “Não queremos<br />

voltar ao antigo normal das relações porque<br />

trazia vícios não condizentes com as melhores<br />

práticas.”<br />

RefLexo<br />

Na esteira <strong>de</strong>ssas movimentações, uma das<br />

situações que mais repercutiram foi a pressão<br />

que lí<strong>de</strong>res do setor fizeram sobre Lorival Luz,<br />

CEO global da BRF. Por meio <strong>de</strong> seu LinkedIn,<br />

o executivo anunciou, em abril, repasses da<br />

empresa para o combate ao novo coronavírus.<br />

A empresa realiza, <strong>de</strong> lá para cá, um leilão reverso<br />

(ganha o fornecedor que ofertar o menor<br />

valor) para a homologação <strong>de</strong> uma agência<br />

<strong>de</strong> live marketing para futuras ações com<br />

a multinacional, estabelecendo prazo <strong>de</strong> 90<br />

dias para pagamento <strong>de</strong> fornecedores.<br />

No último dia 12, a empresa enviou e-mail<br />

12 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark

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