15.05.2020 Views

edição de 18 de maio de 2020

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

opinião<br />

Larm Rmah/Unsplash<br />

Liberda<strong>de</strong> para discordar<br />

ElianE QuintElla<br />

liberda<strong>de</strong> é cara. É a liberda<strong>de</strong> que nos<br />

A permite ter opiniões e expressá-las. E,<br />

ainda mais importante, é a liberda<strong>de</strong> que<br />

permite a discordância e o <strong>de</strong>bate, enriquecendo<br />

a socieda<strong>de</strong> com a pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista. É pelo <strong>de</strong>bate que conseguimos<br />

modular o melhor caminho. No<br />

espírito <strong>de</strong> livremente se expressar e manifestar<br />

sua opinião sobre um tema relevante<br />

à própria ABA, aos seus associados<br />

e também à socieda<strong>de</strong> em geral, a ABA<br />

lançou o Guia Marketing Responsável – Garantias<br />

e Limites da Publicida<strong>de</strong> Infantil, no<br />

qual se <strong>de</strong>bruça pelos diversos aspectos da<br />

publicida<strong>de</strong> infantil e conclui pela adoção<br />

<strong>de</strong> uma publicida<strong>de</strong> ética e responsável<br />

às crianças, calcada<br />

no or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro.<br />

“Por que<br />

não se Po<strong>de</strong><br />

tolerar<br />

que os Pais<br />

eduquem<br />

seus filhos<br />

sobre<br />

marketing?”<br />

O posicionamento da<br />

ABA é porque confia no papel<br />

relevante que a publicida<strong>de</strong><br />

presta à socieda<strong>de</strong>, porque<br />

confia que a criança tem o direito<br />

<strong>de</strong> participar da socieda<strong>de</strong><br />

em que está inserida e porque<br />

confia na educação dos<br />

pais, em vez do isolamento como a melhor<br />

solução para a criança no quesito publicida<strong>de</strong>.<br />

Vale citar o professor Cortella: “Alguns<br />

pais acham que se eles <strong>de</strong>ixarem o<br />

filho sem TV ligada, sem internet e sem<br />

acesso a re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>ixará assim seu<br />

filho protegido. Não <strong>de</strong>ixará protegido,<br />

<strong>de</strong>ixará isolado.” Portanto, a publicida<strong>de</strong> é<br />

uma oportunida<strong>de</strong> para os pais educarem<br />

seu filho a respeito <strong>de</strong> marketing e consumo.<br />

A publicida<strong>de</strong> responsável dirigida às<br />

crianças está estabelecida no Código <strong>de</strong><br />

Autorregulamentação Publicitária e no<br />

Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor. Ainda<br />

que o posicionamento da ABA, cuja ban<strong>de</strong>ira<br />

é a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e a liberda<strong>de</strong><br />

publicitária, esteja solidamente fundamentado,<br />

o Alana, mostrando espírito<br />

avesso ao bom <strong>de</strong>bate, lança-se publicamente<br />

requerendo que a ABA mu<strong>de</strong> seu<br />

posicionamento, altere o guia e publique<br />

nota ao mercado, <strong>de</strong> tal forma, que se manifeste<br />

a favor do banimento da publicida<strong>de</strong><br />

infantil. Por fim, acusa a ABA da prática<br />

<strong>de</strong> injustiça, por acreditar que não “é justo”<br />

permitir que empresas falem diretamente<br />

com crianças promovendo produtos.<br />

A conduta autoritária do Alana revela<br />

faceta <strong>de</strong> intolerância frente à pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> opiniões, acusando <strong>de</strong> injusto o que<br />

não se harmoniza com o próprio ponto <strong>de</strong><br />

vista, em atitu<strong>de</strong> egocêntrica. Então, que<br />

sejam feitas as perguntas certas à socieda<strong>de</strong><br />

para que não pairem dúvidas do que a<br />

ABA <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Não é justo que as empresas<br />

possam fazer publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />

que são para crianças às<br />

próprias crianças <strong>de</strong> uma maneira<br />

responsável e ética? Não é justo<br />

que os pais possam querer educar<br />

as crianças para o próprio consumo,<br />

permitindo sua preparação<br />

à vida adulta? Seria justo jogar a<br />

responsabilida<strong>de</strong> exclusivamente<br />

nas mãos do Estado, banindo a publicida<strong>de</strong><br />

infantil? Por que não se<br />

po<strong>de</strong> tolerar que os pais eduquem<br />

seus filhos sobre marketing e consumo? E<br />

seria justo criar crianças totalmente isoladas<br />

das publicida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> frustrações?<br />

Então o que sobraria para as crianças?<br />

Decifrar publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto ou coibir<br />

a própria curiosida<strong>de</strong> sobre produtos infantis?<br />

A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto seria a mais<br />

a<strong>de</strong>quada à criança? Ou acredita-se que<br />

ela possa viver isolada? A resposta a todas<br />

essas perguntas feitas é a preconizada<br />

pela ABA em seu Guia Marketing Responsável<br />

– Garantias e Limites da Publicida<strong>de</strong><br />

Infantil. Pelos motivos que confia serem<br />

melhores e mais justos, além <strong>de</strong> amparados<br />

pelo nosso or<strong>de</strong>namento, a ABA manifesta<br />

ao Alana publicamente sua liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> discordar integralmente da solução<br />

simplista <strong>de</strong> banimento da publicida<strong>de</strong><br />

infantil.<br />

Eliane Quintella é vice-presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />

Jurídico da ABA e Legal Marketing and Litigation<br />

Senior Manager, Brazil da Danone.<br />

eliane.quintella@danone.com<br />

14 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!